04• #Flashback.

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Eu estava assustada, olhando o vidro do carro. Michonne e Rick estavam no banco da frente e eu e Carl no banco traseiro.

Via mais e mais walkers da janela do carro. Quando isso vai acabar? Estava um silêncio perturbador  dentro do carro.

— Então, Hallie? Como era sua infância? Antes desse apocalipse? -Michonne disse tentando quebrar o silêncio. Fazendo Rick me olhar pelo retrovisor e Carl me olhar também.

— Prefiro não falar sobre isso. - Dou de ombros e volto a olhar para a janela.

Flashback.

Eu tinha apenas 11 anos quando tudo isso começou. Eu estava com meu pai vendo alguns programas de notícias sobre mortos andantes.

— Filha, você não está preocupada com as notícias? - Meu pai diz me olhando.

— Isso é mentira, papai! Você acredita? - Digo abraçando o papai.

— Sim... Filha, eu tenho uma arma...Na gavteta.

— Armas?Você é doido? - Olhei para ele com as minhas mãos no meu rosto.

Ainda não tinha chegado os mortos andantes para a nossa casa. Morávamos em um sítio bem afastado da cidade de Atlanta. Não sabíamos se os boatos sobre mortos que andam era verdade.

Minha infância antes disso tudo era perturbada. Meu pai era um ótimo pai, ele era incrível más a perca da minha mãe acabou afetando muito a minha vida.

Eu sofria na escola, sempre ficavam me zoando por eu ser órfã e meu pai cuidar de uma chácara.

É difícil uma pessoa com apenas onze anos lidar com essas coisas.

É difícil uma CRIANÇA de onze anos ouvir " não falem com ela, ela é órfã!" "lá vem a filha do fazendeiro" ou sentirem pena de mim por isso.

Isso me fez mudar. Eu não tive amigos durante minha infância e bem... Não tive até agora.

Na verdade eu tive uma amiga, chamada Gwen más ela parou de ser minha amiga logo quando soube da minha vida. Que eu era órfã. E ela me achava muito grossa para ter amigos!

Eu só me sentia melhor quando eu me escondia, quando eu colocava minha toca, quando estava sozinha cuidando dos bichos ou no meu quarto.

Eu era uma criança rejeitada na escola, não tinha uma mãe, não tinha anigos, ninguém gostava de mim.

Isso me fez ser grossa, fria ou tudo. Eu estava perdendo minha mente com onze anos de idade.

Voltando onde paramos,

Eu e meu pai fomos para a parte de trás do sítio e ele me deu a arma. Treinamos o tiro, várias e várias vezes e ele me ensinou a lutar.

Minha mira era ótima e eu era forte. Bem, forte fisicamente. Porque por dentro, eu estava quebrada e fraca.

Depois de duas semanas, os walkers invadiram a chácara, comendo todos os meus bichinhos. Inclusive meus únicos amigos. Belle, a égua e Li a coelha.

Estávamos sem rumo. Poucas balas, uma faca, duas armas, minha mochila azul que era da minha mãe.

Tínhamos achado um lugar que parecia seguro e distante.

Uma casa escondida pelas plantas, árvores e flores da estrada.

Antes de achar esse lugar, eu matei três pessoas inocentes, eu simplesmente não confiava neles. Meu pai achava que eu não podia ter feito isso.

Bem, não pareciam confiáveis...Claro que eu carrego o peso na consciência e o sangue de inocente na minha mão. Eu era uma criança em um apocalipse zumbi! Estava com a cabeça perdida. E o que vão fazer sobre isso? Vai aparecer um policial no fim do mundo e me prender? Não.

Não existem mais pessoas boas. Não existe sonhos bons, não existe mais nada.

Eu só precisava dela,Caitlin, minha mãe.

Eu sonhava com ela todos os dias.

E era uma dor insuportável saber que nunca vou saber como era a voz dela.

O carinho dela.

O jeito dela.

De como é ter uma mãe.

Eu e meu pai tiramos uma bela noite de sono em uma bela cama. Coisa que não havíamos feito a dias!

Era manhã e eu e meu pai fomos procurar mais comida e munições. Eu estava andando na frente do meu pai segurando minha mochila azul na mão.

— Hallie, cuidado! - Ouvi meu pai dizer. E logo em seguida o que eu mais temia: gritos de dor vindo do meu pai.

Me virei para trás e atirei na cabeça do walker e corri para meu pai.

— Não! - Comecei a chorar e ele segurou minhas mãos.

Hallie, nunca na sua vida confie em alguém! E se você for dar sua confiança a alguém, Cuidado. Continue do jeito que você é e você sobreviverá. - Ele diz chorando junto. E deu sua arma para mim.

— Pai! Eu não vou fazer isso. Por favor! - Começo a chorar mais. Eu soluçava.

— Hallie, eu te amo. Eu sempre vou estar com você. Por favor, filha. Acabe com o meu sofrimento. - Ele sorriu fraco e limpou minhas lágrimas.

— Eu também te amo,pai. - Beijei a testa dele e peguei a arma e mirei a mesma  para a cabeça dele. Segurava o objeto trêmula e soluçando. Eu não conseguiria fazer isso! Impossível.

— Por favor,Hall. - Ele fechou os olhos.

Eu suspirei e atirei.

Foi ai que o inferno começou.

Sem mãe.

Sem pai.

Sem ninguém!

Comecei a chorar e me joguei no chão. Limpando minhas lágrimas encolhida apoiando minhas costas em um carro olhando o sangue do meu pai. Eu não parava de chorar.

Amanheceu e eu resolvi seguir meu caminho. Tentando descobrir como irei sobreviver sozinha. Sem a pessoa que eu mais amo nesse mundo, meu pai.

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⏰ Última atualização: Dec 22, 2017 ⏰

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Perfect Strangers. ⋇ CARL GRIMESOnde histórias criam vida. Descubra agora