Tudo é melhor quando estou contigo | João Mário & Rafa Silva [Concluído]

dezassete

Rafael

Mantenho o meu olhar na morena à minha frente que espera que a melhor amiga entre no autocarro. Sorrio ao mesmo tempo que ela sorri e dirige o seu olhar para mim. Acho que é bastante óbvio que ela não me é indiferente. E cada vez fica mais difícil esconder isso. 

- Rafa vais ficar aí a olhar para mim ou vais entrar no carro? - ela profere retirando-me da pequena bolha que tinha formado - Rafael - ela volta a chamar-me, como eu adoro ouvir a sua voz

- sim.. vamos - esboço um pequeno sorriso e caminho até à porta de pendura - já pensaste onde vamos agora? - questiono sentando-me no banco do carro, observando-a

- não sei, o que sugeres? - ela põe o cinto e olha para mim, sempre que ela olha para mim parece que fico parado no tempo - Rafael pára de te babar - a morena bate no meu braço e eu fico um pouco atrapalhado, pareço um adolescente de quinze anos com a sua primeira paixão

- não me estou a babar - resmungo e olho para a frente, cortando a nossa visão - já não posso olhar para ti?

- claro que podes, mas ficas tão vidrado que assustas - ela profere, pondo o carro a trabalhar - e depois começa a sair pelo canto da boca um fio de baba e nenhuma miúda gosta - abano o rosto e ouço a sua gargalhada

- não queiras que eu comente quando tu te babas - contra-ataco e ela encolhe os ombros - vamos até ao chiado? ouvi dizer que querias muito ir lá - a morena começa a conduzir para o nosso destino

- o Mário e a sua grande boca - ela resmunga e eu pouso a minha mão sobre a sua perna, ela desvia por alguns segundos o seu olhar para a minha mão e depois volta a por os olhos na estrada - tu estás aproveitar-te só porque estou a conduzir.. o teu carro

- é assim que me julgas? - tento parecer que estou chateado com a sua afirmação, aperto a sua perna o que a faz resmungar

- tu irritas-me tanto - ela fala e eu estico o meu corpo e deposito um beijo no seu pescoço - estás a ver? - encosto-me de novo ao banco e solto um pequeno sorriso

- mas ao mesmo tempo também me adoras muito - eu profiro e a Margarida abana a cabeça, esboçando um pequeno sorriso em seguida

- deixo-te acreditar no que tu quiseres - ela profere e eu deixo escapar algumas gargalhadas

Durante a nossa viagem até ao destino escolhido fomos a falar sobre temas que nos surgiam enquanto a morena conduzia pela cidade de Lisboa. Que segundo ela, é bastante diferente da cidade onde nasceu e cresceu e de onde estuda atualmente. Após a rapariga estacionar, saímos juntos do carro. Ponho os meus óculos de sol e caminho até ao outro lado enquanto espero que a Margarida se 'arranja' e tranca o carro. Quando finalmente está pronta, começamos a caminhar lado a lado. Olho de relance para a rapariga ao meu lado, olho para a sua mão e penso se é apropriado dar-lhe a mão, mas depois penso que se calhar é demais e ela pode não se sentir bem com isso.

- quando é que é o jogo da Supertaça? - a Margarida questiona, interrompendo o silêncio que se tinha instalado entre nós

- dia 5 de Agosto em Aveiro... - informo e ela assente - estás a pensar ir ver? - pergunto e parte de mim ou melhor todo o meu interior esperava que a resposta seja sim

- não sei - ela responde e apenas esboço um pequeno sorriso mas sem grande vontade - mas ainda faltam algumas semanas, depois vejo isso - ela esboça um sorriso - ficarias triste se eu não fosse? - ela pergunta e eu encolho os ombros