Para poder se encontrar.

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— Oh! Merda... — disse James, após sentir o chão incerto sob seus pés. Pensando bem, ele não devia ter bebido. Mas honestamente pensara que era apenas uma inocente batidinha de morango. Obviamente era algo mais forte, que deu vontade de tomar algo ainda mais forte, e repetir a dose. Até que ele estivesse tão bêbado que sua cabeça ameaçava explodir com o barulho da música e da tempestade.

Procurou Sirius em meio à multidão de adolescentes todos muito parecidos. Mas afastado da pista, ele pensou ter visto uma loira grudada com alguém muito semelhante ao amigo.

— Eu estou tão bêbado — disse James desgrudando Sirius da garota —, quero ir para casa.

O moreno assentiu e deixou a garota como se não fizesse a mínima diferença. James franziu a testa. Foi ele quem insistiu para Sirius se afastar da McKinnon, uma vez que ele claramente não gostava dela, nem de ficar com ela. Não que ele parecesse gostar mais dessa. Mas esse era Sirius, trocava de boca como quem trocava de roupa.

— Oh! Cara, você precisa parar de fazer isso — riu James, cambaleando até a saída. — Uma hora elas vão se irritar.

Mal James tinha fechado a boca, Marlene apareceu sabe se lá de onde, com as mãos na cintura e uma expressão zangada.

— Como você pode fazer isso comigo, Sirius?! Cinco minutos e você já está se agarrando com essa vadia!

Marlene continuou com os gritos enquanto Sirius a ignorava categoricamente. James tropeçou até a calçada, sentindo-se mais míope que nunca.

— Acho que não consigo fazer isso — disse ele quando Sirius despistou Marlene e se aproximou.

— Dá aqui, eu dirijo — pediu o Black, tomando as chaves.

James podia chamar alguém, mas realmente Sirius parecia bem mais sóbrio que ele — havia gastado seu tempo na festa beijando, não bebendo. O Potter acenou com a cabeça enquanto se dirigia ao banco do passageiro.

— Sirius! — Marlene reapareceu gritando. Ela devia estar tão bêbada como qualquer outro ali, pois afundava os saltos nos sulcos da calçada e cambaleava perigosamente. — Você é um idiota! Eu te odeio tanto! Espero que morra! Como você pode tratar alguém assim, como lixo? Seu desprezível! Eu disse que te amava! Sirius! Sirius Black!

Sirius entrou no carro, e bateu a porta na cara de Marlene, que caiu no chão, enquanto lágrimas negras rolavam em seu rosto.

— Acho que vou vomitar — anunciou James. Sirius riu, achando que era por causa da cena que presenciavam, mas um olhar ao amigo o fez pensar que talvez James estivesse sendo literal em suas palavras.

— O carro é seu, cara — riu Sirius, aquela risada de cachorro, quase um latido.

James riu baixinho, encostando a cabeça no vidro frio. Os dois colocaram o cinto e partiram naquela chuva tremenda.

— Não consigo ver nada — disse James, na metade do caminho. Começando a ficar sonolento. — Quer encostar?

— Dá para chegar em casa, cara — garantiu Sirius, limpando o vidro com a própria mão. O limpador do para-brisa trabalhava furiosamente, mas não parecia grande ajuda, a água continuava criando uma barreira entre o vidro do carro e a rua. — Já estamos chegando...

Os raios e relâmpagos iluminavam o céu, e então, dois metros a seguir, vindo do nada, um ciclista apareceu. O relâmpago tornou tudo estupidamente visível, enquanto os pneus do carro chiavam, e o garoto ia de encontro ao capô do carro. James gritou o nome de Sirius, que gritou algum xingamento e nem o grito de ambos e os trovões abafaram o grito de Remus.

5 Colours in Her HairOnde histórias criam vida. Descubra agora