Por isso temos que saber contornar os imprevistos.

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O capítulo de hoje tem uma música tema! Que é a música Colors, da Halsey :) Espero que gostem!


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O relógio marcava treze horas quando Lily abriu os olhos pela quinta vez desde que desabara na cama. Seu corpo doía e ela estava cogitando arrancar sua cabeça com as unhas, de tanta dor que sentia. Afastou o cabelo do rosto e tentou se erguer, mas assim que viu o estado do quarto, desabou novamente no colchão. Preferia não ter acordado.

Havia vômito ao lado da cama e no meio do quarto. Tinha roupa espalhada por todo canto, Lily inclusive dormia em cima de algumas. Ela queria voltar a dormir, mas o cheiro forte de vômito e o sol quente a incomodavam. A calça colada a incomodava, o fecho do sutiã incomodava, e até sua própria pele não parecia ser nada acolhedora.

Arrancou os jeans aos chutes, a blusa e sutiã foram juntos para o chão, em meio à sujeira. Apenas de calcinha, a menina virou para o lado e voltou a dormir. Esperava poder dormir por toda uma vida.

***

"We'll run where lights won't chase us

Hide where love can save us

I will never let you go"

A cada "never let you go" que o cantor dizia, Sirius a puxava para mais perto. A mão dele em sua cintura era firme, e de repente, não saber dançar não era um problema. Ele era um ótimo condutor, seu corpo levava o de Lily em uma dança animada, sensual e envolvente.

Em algum momento, aquela mesma mão encontrou o caminho por dentro da jaqueta e da blusa, indo repousar na pele nua das costas da menina. Ela tremeu, mas não foi uma sensação ruim. A mão dele subia e descia por suas costas e por sua cintura, enquanto a outra se enrolava no cabelo colorido e conduzia a cabeça de Lily. Os lábios de Black repousavam em seu pescoço, eles eram quentes e causavam tremores por todo o seu corpo.

Lily conseguia sentir apenas aquele corpo forte colado ao seu, as costas onde se agarrava e o peito em que se apoiava, que se movimentavam rápido demais para o seu gosto, enquanto o cheiro de Sirius invadia suas narinas.

Era bom, mas ela estava começando a ficar um pouco tonta com tudo aquilo. Olhou para cima e viu que Sirius a encarava com um sorriso malicioso. Os olhos dele eram azuis acinzentados. E ele cheirava a tequila. E ele ia beijá-la.

***

— Lily? — alguém gritou no andar de baixo, e ela amaldiçoou tudo o que podia quando abriu os olhos e olhou para o relógio. Eram dezessete e meia, a mãe havia chegado em casa.

Ainda meio zonza, pegou um par de roupas no chão, e correu para o banheiro, parando apenas para trancar a porta do quarto.

— Estou no banho! — gritou meio rouca, quando fechou a porta do banheiro atrás de si. Sentou no assento da privada e colocou a cabeça entre as pernas, tentando diminuir a sensação de que o mundo estava em um loop. Nem cinco segundos depois caiu de joelhos e vomitou no vaso. O que era uma grande proeza, considerando que não tinha mais nada no estômago. A ânsia vinha e ela tentava obrigar seus órgãos a permanecerem dentro do seu corpo.

A mãe guardava os remédios na prateleira de cima do banheiro, assim como quando ela era criança. Levantou-se com cuidado, e tirou dois analgésicos de um vidro, engolindo os comprimidos com a água da torneira mesmo. Água era bom. Lavou o rosto, e jogou um pouco no pescoço, então se livrou da única peça de roupa que ainda usava e foi para baixo do chuveiro.

5 Colours in Her HairOnde histórias criam vida. Descubra agora