Ao cair da noite, lá estávamos nós, no quintal. Aguardando a lua chegar ao seu auge, no lindo céu estrelado. Skye, deitada na grama, com as asas esticadas.
— Falta muito? — perguntou.
— Exatamente dez segundos. — respondeu Tate com o notebook em mãos.
No tempo que se seguiu, uma luz branca envolveu Skye, fazendo-a flutuar à pouco mais de três metros do chão. Ela estava inconsciente, suas asas pendiam no ar.
— Está demorando muito. — Tate quebrou o silêncio, quando mais de cinco minutos haviam se passado.
— Será que ela está bem? — Astria indagou.
— Silêncio! — sussurrou Caelestis.
Havíamos contado para todos da casa, sobre Skye, já que uma hora ou outra iriam acabar descobrindo.
— Mas que... — começou Faye.
— O que está acontecendo com ela? — Zoey se preocupou.
— A escolha está acontecendo. — Caelestis disse impressionada.
O corpo de Skye, que até então estava envolvido por uma luz clara, transformou-se em pó, por completo. Um pó brilhante e prateado, que se movia com facilidade, como se dançasse no ar.
Tudo ía bem, até que aquele pó brilhante começou a se juntar e irradiar uma luz cegante. A massa que flutuava até então, explodiu em luz.
— Skye! — gritou Tate, pouco antes de sermos todos jogados para trás, com a força da explosão.
Astria e Cerys foram parar nas raízes de uma das árvores; Kyle, Caelestis e Zoey estavam caídos no chão; Tate e Gaia, um ao lado do outro, em meio ao canteiro de rosas; Lynx, ao lado de um balanço de madeira branca; Faye, Vênus e eu fomos jogadas de costas em uma das paredes da casa.
— Estão todos bem? — gritou Kyle.
— Acho que sim. — respondeu Gaia.
— Skye! — Tate e Caelestis gritaram em conjunto.
A garota estava desmaiada no centro de um círculo de grama queimada. No lugar de suas vestimentas normais, um lindo vestido comprido, feito de um tecido leve e macio. Suas asas haviam desaparecido, e o que sobrara do brilhante pó, caia com delicadeza sobre seu pálido corpo.
— Você conseguiu! Skye, você conseguiu! — Tate segurou seu rosto, como se ela fosse quebrar a qualquer momento.
— Eu consegui? Eu consegui. — disse entre suspiros.
— Suas asas... — começou Astria.
— Elas sumiram. — completou Faye.
— Skye! — Kyle foi ao seu encontro.
A felicidade que estávamos sentindo naquele momento, simplesmente por que Skye estava bem, era imensa. E naquele mesmo momento, sentimos que nada poderia nos separar. Nunca.
— Skye, seus olhos... — Tate a encarou assustado.
— O que foi?
— Seus olhos estão...
— Mudando. — completei.
O olho esquerdo de Skye, se transformou em um buraco negro, sem vida. Quanto ao direito, um tom de cinza, praticamente branco. Ambos tinham seu próprio brilho, o escuro, parecia emitir faíscas de fogo, enquanto o claro parecia ter nuvens presas no mesmo.