Let's go get high

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-Quanto você quer para desaparecer de uma vez por todas da vida da Marina e da Isis. Faça o seu preço.

-Como é que é? – A voz da fotografa ecoou nas costas de Diogo. Tanto o homem quanto Clara se assustaram e olharam para a morena. – Quem você pensa que é para falar desse jeito com a minha mulher?

-Calma meu amor. – Clara foi até Marina. Ela mesmo estava tão transtornada que não sabia como conseguia falar alguma coisa. Jamais imaginou que ouviria uma coisa dessas na vida. A morena segurou a mão da fotógrafa com força, e em desespero olhou para Laura e Vanessa que já tinham notado a tensão na conversa.

-Estou evitando uma nova tragédia. – Diogo colocou as mãos nos bolsos e olhou sério para Marina. – Se você não se lembra, eu me lembro muito bem, o tamanho do problema que essa aí causou da última vez que sumiu da sua vida. E tem mais Marina, você devia pensar mais na sua filha, colocar a menina para morar com uma desequilibrada...

Marina não deixou o pai terminar, avançou na direção do homem tomada pela fúria. Clara travou. Não conseguiu segurar Marina. As palavras de Diogo atingiram a morena como pedras. A mão da fotógrafa estalou na cara do homem.

-Nunca mais abra a boca para falar da minha mulher, da minha filha ou da minha vida. – Marina falou entredentes. Sentiu duas mãos afastando ela do pai.

Diogo ficou parado com a mão ao rosto. Olhava para Marina, com uma mistura de raiva e magoa. Os convidados, é claro, perceberam a situação tensa, apesar de ninguém ter visto realmente o que tinha acontecido. Diogo foi embora, sem se despedir de Isis.

-Marina, calma, lembra que você disse que era o dia da Isis. – Vanessa falava, segurando a fotógrafa pelos ombros. Marina olhou para Vanessa a sua frente, e saiu do seu estado de fúria, para procurar Clara. A morena estava sentada em uma mesa próxima com Chica, Helena e Laura tentando acalmá-la e lhe dando água. Clara permanecia muda. As lágrimas corriam em seu rosto.

A fotógrafa desvencilhou-se das mãos de Vanessa e foi até Clara. Segurou o rosto da morena e lhe beijou os lábios com todo a paixão que sentia.

-Olha pra ela. – Marina apontou até onde a filha estava. Isis ria enquanto brincava com Luiza e a amiga, alheia a pequena confusão que tinha acontecido. – Não teria aquele sorriso, se você não estivesse aqui. Você entende?

Mesmo com as lágrimas cobrindo seu rosto. Clara sentia os lábios ainda quentes pelo beijo de Marina. Sentia o cheiro da fotógrafa invadindo sua mente. Seus olhos focavam na filha. Seu coração se aquecia ao lembrar das palavras ditas antes pela menina. Clara sorriu para a fotógrafa e a abraçou com força.

-Eu estou com medo. – Clara sussurrou para a mulher. Naquele momento, todas tinham se afastado e deixado as duas sozinhas.

-Medo de que meu amor? Eu estou aqui com você, sempre. – Marina respondeu docemente.

-Medo de mim. – A morena não soltava mais a fotógrafa. Ela não sentia o chão. As palavras de Diogo voltavam em sua mente, quando Marina não estava perto o suficiente para espantá-las.

-Sua cabeça dura, quantas vezes eu preciso dizer que você não vai ficar mal de novo?

-Se importa de dizer todo dia? – Clara olhou para Marina, sem se afastar nenhum centímetro da mulher. Seus olhos demonstravam o medo, o pavor que ela sentia. Olhando diretamente para eles, a fotógrafa também teve medo. Medo de não ser o suficiente para Clara, e perde-la novamente.

-Eu posso dizer a toda hora, até você entender. – Marina passou a mão no rosto de Clara. Será que seria sempre assim? Viver naquela agonia de não saber o que o minuto seguinte pode trazer. Viver com medo de perder.

Born To DieOnde histórias criam vida. Descubra agora