Try to have fun in the meantime

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A porta estava aberta, no meio da noite. Clara tinha sumido. Marina não se incomodou com o fato de estar nua, abriu a porta por completo e antes que pudesse sair, Clara apareceu. Nos braços da morena, Isis dormia tranquilamente.

Marina respirou aliviada. Clara e ela ficaram se olhando sem dizer nada por um longo período. A porta foi trancada, e em silêncio elas voltaram para a cama.

-Desculpe. – Marina sussurrou quando sentiu os braços de Clara, abraçando ela e Isis.

-Você pensou que eu tinha sumido. – Clara falou com a voz triste.

-Eu me assustei. Você disse aquilo tudo mais cedo, e eu acordo sem você do meu lado. – A fotógrafa rebateu.

-Até quando nós vamos viver assim Marina? – Clara olhou para a mulher. Passou a mão em seu rosto. Sentiu a fotógrafa beijar sua mão.

-Assim como? – Marina sabia o que Clara falava. Só não queria falar. Não queria dizer em voz alta, o que a razão gritava dentro dela.

-Com medo. – Clara também não queria dizer. Mas alguém precisava falar. As duas estavam com medo. Marina abraçou Clara. As duas quase esmagaram Isis entre elas.

-Nós vamos vencer isso. Vencer sua doença, vencer os meus traumas. Juntas. – Uma lágrima desceu pelo rosto da fotógrafa. – Você está comigo nessa Clara?

-Não tem nenhum outro lugar que eu possa querer estar. – Clara secou a lágrima de Marina, numa forma de segurar as suas. Entrelaçou seus dedos no da mulher. – Juntas, para sempre. – A morena beijou a mão de Marina.

Dessa vez elas sorriram. Se aproximaram mais, e Isis reclamou. Jogou os braços e pernas por cima das mães. Marina arrumou a filha sob seu corpo, e Clara conseguiu chegar mais perto da fotógrafa. As duas adormeceram.

Com Isis dormindo em seu colo, Clara acordou. A fotógrafa estava com a braço em volta da duas. Lentamente, a morena passou a filha para os braços de Marina. Levantou, tomou um banho e foi preparar o café. Ao acordar sozinha, a fotógrafa sentiu o cheiro do café invadindo o quarto. Levantou sem dificuldades. Tomou um banho rápido, e vestiu uma das roupas de Clara, que tinham ficado no apartamento. Quando saiu do banheiro, a morena tentava acordar Isis.

-Até sua mãe já levantou, tomou banho e está cheirosa. – Clara falou para Isis que se escondia debaixo dos travesseiros. Marina se aproximou da cama sorrindo e deu um longo beijo de bom dia na mulher. – Bom dia minha linda.

-Bom dia meu amor. – Marina olhou para a filha. – E essa miniatura aqui não quer acordar hoje? – A fotógrafa puxou o travesseiro do rosto de Isis, que manteve os olhos fechados.

-Não, meu super café da manhã improvisado, está sendo rejeitado dolorosamente. – Clara sorriu.

-Só tem um jeito diante dessa situação, meu amor. – Marina sentou ao lado de Clara. Deu o mesmo sorriso sapeca que Isis dava, e sem falar mais nada, começou a fazer cócegas na menina.

Isis logo acordou, tentou escapar de Marina mas não conseguiu. Mesmo querendo ficar brava, a menina não podia conter as gargalhadas. Esticou os braços para Clara.

-Mama...socorro. – Isis finalmente estava desperta.

-Primeiro você rejeita meu café, agora pede socorro? – Clara olhou desconfiada para a filha.

-Não, eu como qualquer coisa, até pão com margarina. – A menina respondeu rindo. Marina parou as cócegas, e a filha pulou nos braços de Clara.

-Pão com margarina. Tá aí o café da manhã dos deuses. – Marina sorriu, deu um leve tapa na bunda de Isis. Clara levou a filha no colo até a cozinha. Para um café da manhã improvisado, a morena tinha conseguido bastante opções de comida. Pães, queijos, frutas, iogurtes, café e o chocolate de Isis.

Born To DieOnde histórias criam vida. Descubra agora