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O papel aparentava estar todo amassado, e tinha algumas manchas, talvez de lama, mas dava pra ler.

Eu peguei aquele papel e encarei a garota tímida de olhos castanhos e cabelos negros amarrados as pressas.

- Conhecia a vítima? - me virei pra bancada e coloquei vodka no meu copo até a metade com 3 cubos de gelo - Te fiz uma pergunta e aguardo resposta.

- Ela era minha amiga Dr... qual seu nome? - parou por um instante

- As pessoas costumam me chamar de Dr. Edward, mas você pode me chamar de Harry.

- Por mim tanto faz - prosseguiu- A carta quem me entregou foi os pais dela, chegou a casa deles 15 horas após a morte da Clarice. - falou em tom baixo e abaixou a cabeça.

- Eu sinto muito por isso. Eu irei prosseguir o caso, e essa carta vai ajudar muito. - ele colocou a mão no ombro dela - E além do mais, qual seu nome?

- Margot. Margot Salavian. Muito prazer! - sorriu - Tenho que ir.

- O prazer é meu! - foi em direção à porta e abriu a mesma. Assim que ela saiu, abri uma fresta da cortina da janela que dava visão ao corredor e fitei a garota, até a saída do escritório.

Abri umas das gavetas da minha estante e peguei a pasta, com o 19 estampado na capa com uma cor fraca, quase sumindo.

Verifiquei se tinha mais alguma coisa pra fazer hoje, e vi que não tinha nada, além daquele caso, e fui pra casa.

Caminhei até o estacionamento e ouvi passos atrás de mim, olhei e não era ninguém, peguei meu carro e parti. Passei no mercado e comprei algumas coisas pra Marie, e em seguida fui pra casa.
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Paro com meu carro na garagem em frente à minha casa e avisto Joyce, minha vizinha e ficamos uns 20 minutos colocando o papo em dia, e pra falar a verdade eu tinha uma queda por aquela mulher, mas não tinha cabeça pra mulher depois que minha esposa fugiu com um Irlandês e me deixou com Marie, sozinho.

- Vem jantar aqui em casa hoje Joyce, Marie não para de falar de você. - seguro sua mão de leve - Pelo menos pra se despedir, já que vai embora.

- Ah, Harry... Queria muito ir, você sabe. Mas não dá, Gregory tá muito manhoso esses tempos e ele vai ficar chorando muito e não quero que isso interfira no jantar. - fala com tom cansado - Ser mãe solteira é foda. Deixa pra outro dia.

- E ser pai solteiro também é... difícil,vem sim vai, qualquer coisa eu acalmo ele, sou bom nisso. Por favor!?

- Tá bom vai, mais tarde passo aí então.

Ela pisca e entra em casa.

Entro e avisto Marie correndo em minha direção:
- Quem é a princesinha do papai? - digo pegando-a no colo - quem é?

- EUUUUUUUU! - Marie fala eufórica

- Cadê a Joana? - perguntei colocando Marie no chão e indo em direção à cozinha.
- Tá limpando meu quarto papai, eu derrubei suco no chão. - fala com tom engraçado.
- Joana! Não precisa limpar não, pode ir embora pra sua casa, meu "plantão" acabou, deixa que eu cuido disso.
- Joana desce as escadas reclamando e rindo.
- Que ideia dar suco pra ela no quarto em Harry, céus. - disse pegando suas coisas e beijando a testa de Marie - Até mais, meu anjo, Joana ama você!

- Marie também ama você!

- Tchau Harry, até logo! - fala sorrindo
e abrindo a porta e se retirando.
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Caso 19 - H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora