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Harry, 19:30

Eu estava no escritório finalizando o cronograma do dia seguinte e planejando a visita na casa dos pais da vítima, quando ouço barulho de vidro quebrando e o alarme do carro disparando, corri pra janela e vi que tinha gente dentro do meu carro, desci correndo as escadas, quando cheguei lá, não tinha mais ninguém, e a pasta havia sumido. A MALDITA PASTA!
Corri em direção ao vulto da pessoa que acabara de "roubar" meu carro, eu estava quase o alcançando quando um carro brecou em cima de mim e me fez com que o perdesse de vista.

- IDIOTA! - gritou um homem de meia idade - PRESTA ATENÇÃO!

- Des...desculpa...

Sentei em uma calçada, e via olhos em minha direção e julgamento, talvez.
Apoiei meu rosto em minhas mãos e ouvi uma voz familiar:

- Harry?!!

Desvio meu olhar e não consigo reconhecer de primeira, mas reconheci.

Era Margot.

- Harry, está tudo bem? - ela para na minha frente e apoia as mãos eu seu joelho - Eu te vi correndo, eu moro bem ali. - ela aponta pra um sobrado. - O que houve?
- Acabaram de invadir meu carro e lavaram uma pasta com alguns vestígios e anotações do chalé, onde sua amiga foi encontrada.

Passei a mão no bolso da calça na esperança da chave estar lá ainda e fiquei aliviado que não a perdi.

- Encontrei isto. - peguei a chave e a mostrei - Sabe me dizer o que te lembra?

Me levanto da calçada e fico de pé de frente pra ela. Eu era bem maior que ela, então ela tinha que olhar pra cima pra me encarar.

Ela fita a chave com uma certa surpresa, para e pensa por alguns segundos:

- Ah! Ela comentou dessa chave uma vez comigo, ano passado eu acho. - disse solta a chave - Ela sempre estava metida em algum rolo, e com certeza esse era um também.

- Entendi. E sabe do que é?

- No porão do chalé tem um fundo falso. Sim, tem um "porão" em baixo do  porão que todos conhecem. Eu nunca fui lá, ela só me mostrou uma vez e disse que eu não podia entrar lá, a não ser que eu queira participar.
- Participar? Participar do que?
- Bom eu não sei também. Mas era um tipo de jogo onde havia varias, varias pessoas, a maioria ela não conhecia, era pessoas de vários lugares da cidade.
- Você sabe o que eles faziam? - já guardando a chave no bolso - Não parecia ser um jogo do bem.
- Eles eram desafiados a fazer coisas, e se concluíssem cada etapa ganhava uma quantia e se não completasse ou não aceitasse, tinhas as punições.
- E como sabe disso tudo?
- Uns três dias antes dela "se matar" ela apareceu na minha casa 3:00 da manhã e disse que tinha gente atrás dela e que ela não seguiu as regras e logo depois me explicou tudo. E depois disso nunca mais a vi.

Agora tudo faz total sentido.

- Hmmm... entendi, muito obrigado. Mas porque está me contando isso só agora?

- Porquê talvez você não tenha me perguntado?! Lembra que disse que o caso você resolveria? - diz virando de costas e me devolvendo a chave em seguida.

Não falo nada.

Levei ela até sua casa, me certifiquei que ela estava segura e voltei pro escritório.

Finalizei as coisas. Tirei as coisas do meu carro e o estacionei na garagem.

O carro com certeza tinha muitas provas, então a partir daquele dia não iria mais usar ele.

Já era 21:00 quando cheguei em casa, graças a Deus consegui pegar Marie acordada. Dispensei Joana, e me expliquei.

Coloquei Marie pra dormir. Tomei meu banho, jantei, tranquei a casa e subi para o meu escritório.

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Margot,

Me arrumei pra dormir, mas sabia que não iria dormir tão cedo.
Ouço barulhos constantes no andar de baixo, talvez seja paranoia, mas se nao for?
Peguei um taco que meu pai sempre deixa no andar de cima, e desci as escadas. Passei pelo quarto de Sarah, bati de leve mas não parei, cheguei a ponta da escada e vi que ela não abriu, então decidi ir sozinha.

Eu estava de meia, então não iria fazer barulho, desci cada degrau bem devagar e quando pude ter visão total da sala e cozinha desci mais rápido.
O interruptor ficava na beira da escada, então assim que pisei no chão, liguei a luz e vi algo correndo pra sala de jantar, dei passos rápidos pra trás e gritei pela Sarah. E nada dela aparecer.

- SARAH? - vou até o começo da escada olhando pra cima e desviando rapidamente pra onde a "coisa" estava. - SARAH?

Nada.

Subo pra ver o por que ela não estava respondendo. Abro a porta e a vejo, mas ela não estava sozinha.

- SARAH! - grito e vou em direção a ela. - Meu deus o que houve? Quem te amarrou.

Ela estava com a boca amarrada e chorando muito.
Não penso duas vezes antes de correr e fechar a porta e logo ouça uma voz saindo de dentro de seu closet.

- Eu ainda estou aqui!

Sinto meu corpo tremer por inteiro, e olho pra trás devagar com medo do que e quem vou ver.

Caso 19 - H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora