❈ Capítulo 4

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MinHee POV

Chego a casa e vejo o meu pai na mesma situação de sempre e vou até ele porque ele me chama.

Ele: Pensei que hoje vinhas mais cedo. Aconteceu algo? -pergunta preocupado, ou algo parecido com a fala arrastada como sempre-

Eu: Estive na biblioteca a fazer um trabalho, tenho um mês para fazer 40 páginas ou 50, ainda não sei bem. -digo normalmente-

Pai: Tens de fazer com mais alguém? -pergunta curioso com uma garrafa na mão, ele já bebia tanto que conseguia lembrar-se das coisas no dia seguinte e eu estava em dúvida se dizia a verdade ou não-

Eu: Sim, eu pedi para fazer sozinha mas o professor não deixou e fizemos na biblioteca e cada um foi para o seu caminho -digo e ao início parecia chateado mas depois parecia satisfeito pela continuação, ainda bem-

Pai: Trabalhos são trabalhos e tens de trabalhar com outras pessoas mesmo não sendo amiga delas. -diz parecendo querer dar-me uma lição, mas eu sabia disso-

Eu: Sim. Já vais para cima pai? -pergunto mudando o assunto-

Pai: Vou. Cuida-te filha -diz e começa a fazer o percurso para o quarto quase tropeçando no próprio pé e caindo das escadas a baixo e, por alguns segundos, eu desejei a morte do meu pai, novamente, depois de anos fechada nesta casa a viver com o homem que matou a minha mãe eu acho que vê-lo era o meu dia a dia, os pesadelos também mas se ele desaparecesse eu teria paz, até lá eu era apenas uma sombra de mim mesma e daquilo que gostaria de ser-

Saí do sofá e comecei a arrumar as garrafas novamente, os pacotes da comida que ele comia de dia, amendoins, batatas fritas e tudo isso. Quando acabei era hora de fazer o jantar e lá fui eu fazer o jantar e cuidar da cozinha, comi e fui para o quarto, quando estava a chegar notei que estava uma porta aberta e percebi que o antigo quarto dos meus pais, depois da morte da minha mãe o meu pai nunca mais entrou lá, nem mexeu nas coisas e eu estava proibida de o fazer, eu não podia falar dela, não podia ter nada dela, a única coisa que tinha era a pulseira e ele nem sabia que tinha sido ela a dar-ma. 

Eu fui até lá e fechei a porta, quando me viro o meu pai estava atrás de mim, primeiro assustei-me e pensei que ele pensasse que eu tinha entrado, fiquei em pânico mas depois ele sorriu.

Pai: Por uns segundos pensei que ias entrar mas quando fechaste a porta percebi que continuas a minha menina inteligente, não devias querer nada que tivesse haver com aquela mulher, eu cuido de ti melhor do que qualquer pessoa, agora vai dormir -diz dando-me um abraço e volta para o quarto-

Eu odeio quando ele me faz este tipo de testes, era normal ele fazer isto e eu normalmente nunca caia nos testes deles, é óbvio que eu gostava de ver uma foto da minha mãe e as coisas dela mas não queria que ele me batesse em troca. Fui para o meu quarto e estudei um bocado, decidi ver um pouco de televisão porque me doía a cabeça e depois fui dormir.

No dia seguinte fiz a rotina do costume, quando entro pela porta da universidade vejo a HaYun vir até mim de braços cruzados com as amigas atrás, isto não ia correr bem.

HaYun: Precisamos de falar -diz séria e pega-me pelo braço e leva-me, quase arrastada para a parte de trás da universidade-

Eu: O que queres? -pergunto indiferente e sabia que ia dar porrada, era sempre assim-

HaYun: Andas a gostar de andar com o Chanyeol? Não és boa o suficiente para ele desiste -diz séria-

Eu: Só estamos a fazer um trabalho, acalma-te. -digo indiferente, ela era-me indiferente, ela é que devia desistir-

HaYun: MinHee não tentes ir atrás de alguém demasiado acima do teu nível, ele já está ocupado -diz e nesse momento ouvimos um riso, olhamos e vemos o Chanyeol e os amigos-

Chan: Eu estou ocupado? Como assim? -pergunta vindo até nós e afasta-me da frente dela e fica frente a frente com ela-

HaYun: Nós só estávamos a falar, não foi nada demais -diz nervosa e tentando não passar vergonhas à frente dele, ela já estava vermelha-

Chan: Deixa a miúda em paz, é só um trabalho HaYun e se há alguém que devia de desistir és tu, já passaram anos -diz sério e vejo como ela fica com os olhos cheios de lágrimas-

HaYun: Às vezes és tão estúpido, ela não importa e se ando atrás de ti é porque vales a pena, devias dar-me uma oportunidade -diz fazendo uma voz mais fina e de mimada, que irritante-

Chan: Por enquanto prefiro ficar assim, ela ainda é uma pessoa e eu não estou ocupado, posso andar com quem quiser -diz e põe a mão no meu pulso e leva-me para longe dali, quando chegámos a uma parte com muita gente eu solto-me para ninguém olhar e começarem com coisas-

Eu: Obrigada e desculpa pelo incómodo -digo e começo a sair-

Chan: Não a deixes tratar-te assim, devias defender-te -diz sério e eu continuo a andar a encarar o chão-

Vou para a sala e entro em cima da hora, o professor cumprimenta-me e eu faço o mesmo, dois minutos depois toda a gente começa a entrar, a HaYun olha-me de lado e logo o Chanyeol entra e sorri para mim e vai para o fundo da sala. Mais um dia de aulas passa e mais uma ida para a biblioteca com o Chanyeol. Eu mereço isto?

Red Love ✦ Park Chanyeol ✦Onde histórias criam vida. Descubra agora