8.

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- Austin? Posso falar consigo? - chama a professora no final da aula. A Sky olha para mim com a sobrancelha erguida e eu encolho os ombros.

- Sim, professora? - digo à medida que me vou aproximando.

- Os seus resultados estão a baixar consideravelmente. Não me pergunte como é possível baixar de um F mas o senhor baixou. Se o menino não melhorar as notas, lamento mas vou ter de tomar medidas drásticas porque nesta escola só entram os melhores.

- Peço desculpa, mas normalmente este sermão não é dito pelo diretor?

- Austin! Não, não é. O menino tem de melhorar. Se não tiver um C no próximo teste vai ser expulso.

- Mas... Quê? É suposto isso fazer sentido? Não me podem expulsar só por causa disso.

- Lamento, Kane mas sim podemos. Agora se não se importa, tenho trabalhos para corrigir - ela diz abrindo a porta e fazendo sinal para eu sair. Saio a bufar.

- Então, como correu? - pergunta a Sky enquanto corre ligeiramente para me acompanhar. - Hey, calma lá que eu não sou o Flash e tenho pernas pequenas. - abrando

- Parece que se não tirar C no próximo teste de Filosofia vou ser expulso da escola. - digo emburrado. Ela revira os olhos.

- Previsivel. Está no regulamento, Austin.

- Mas se eu sou expulso a assistente pode ir à minha suposta casa e descobrir que eu não estou a viver com os meus tios e ir para um orfanato e... - digo demasiado rápido. Ela vira-me na sua direção com demasiada força. Uou como é que ela tem tanta força?

- Austin, calma ok? - respiro fundo. - Além disso, eu sou tua amiga e vou ajudar-te a estudar para o teste.

- A sério? Queres mesmo fazer isso?

- Era isso ou passar o meu tempo com o Brandon. - ela diz fazendo com que um sorriso aparecesse no meu rosto. - Além disso não deve ser impossível.

Algumas horas depois em casa do Austin...

- Ok, é impossível - diz a Sky frustrada, passando as mãos pelos cabelos.

- Mas eu não sei!

- AUSTIN QUAL É A DIFICULDADE DE ENTENDER QUE UMA AÇÃO É SEMPRE UM ACONTECIMENTO MAS UM ACONTECIMENTO NEM SEMPRE É UMA AÇÃO? POR FAVOR! - ela berra já com as lágrimas nos olhos de frustração, por sentir que o seu trabalho não estava a dar resultado.

- Desculpa eu...

- SE NÃO QUERES APRENDER ENTÃO DIZ LOGO. TU NEM FAZES UM ESFORÇO PARA APRENDER, AUSTIN - estremeço quando vejo as lágrimas a escorrer pela sua face pálida.

- Sky, desculpa, eu tento mas eu não...

- NÃO TENS CULPA? É? NÃO TENS CULPA DE SERES BURRO, POIS NÃO. - cerro o maxilar contendo a vontade de berrar com ela. - Eu...

- Sai da minha casa, Skylar.

- Eu não queria dizer isto eu...

- JÁ DISSE PARA SAÍRES FINNEGAN. - berro, o que faz com que ela estremeça e saia da minha casa a correr. As lágrimas que estava a conter finalmente deslizam. Eu não valho nada. Tal como ela disse, eu sou um burro. Berro de frustração e dou um murro na parede. Saio de casa e vou a correr até à praia. Sento-me na areia e fecho os olhos com força.

O sol começa a por-se e assim que este mergulha no mar, as estrelas começam a aparecer levemente. Observo cada uma delas.

- Olá mãe, Olá pai... - digo limpando as lágrimas e sorrindo um pouco. - Vocês não sabem as saudades que eu tenho... Desculpem eu não ser o filho ideal. Mas eu vou melhorar, eu prometo. - Sorrio e como sinal de promessa faço um sinal no peito, como fazíamos quando eles... Bem quando eles estavam vivos. Olho para o mar e depois de um tempo volto para casa.

Sento-me de pernas cruzadas no meio do quarto com as coisas à minha volta. Pego no livro de filosofia, respiro fundo e começo a ler e a tirar apontamentos.

Depois de todos os apontamentos tirados, os exercícios feitos e uma dor de cabeça enorme, olho para o relógio. 3 da manhã. Ok não é muito tarde mas é melhor ir dormir, se não amanhã nem me levanto. Além disso ainda tenho mais um dia para estudar.

Deito-me e fecho os olhos, o que faz com que a imagem e a voz da Skylar a dizer que eu sou um burro me venham à cabeça. Cerro os olhos com força e obrigo-me a dormir.

Something BadOnde histórias criam vida. Descubra agora