Something Bad

11.

P.O.V. Austin

Saio, finalmente, do hospital depois de três dias de exames e observação minuciosa por parte dos médicos depois de ter acordado. Pelos vistos estava tudo bem comigo, tirando o braço e algumas feridas que já estavam quase curadas. Porém, uma das indicações era que estivessem atentos porque eu poderia sofrer de stress pós traumático.

- Austin, a sério desculpa mesmo, tu não és burro, eu estava só bastante stressada e... - diz a Skylar pela milésima vez desde que eu acordei.

- A sério Sky se não parares de me pedir desculpa eu vou-te bater - digo ameaçador. Ela sorri e abraça-me de lado.

- Tive saudades. - ela diz baixinho e eu sorrio, afagando-lhe os cabelos. 

@AustinSemAlly Sorriso mais cute @SkySemEstrelas

@HunterNaja Ai que lindosssss *-* Agradecer ao fotógrafo está quieto.

@SkySemEstrelas OBRIGADA HUNTAHHH

@Candy_Moore Austin já estás bem? Porque é que estás agarrado à Skylar?

Vamos ao Starbucks a pé e, depois de fazermos os nossos pedidos vamos dar uma volta para meter a conversa em dia. O Hunter sai passado um bocado porque combinou um encontro com o namorado então ficamos só nós, eu e a Sky.

- Posso assinar o teu gesso? - ela pergunta com os olhos castanhos a brilhar. - Por favor! - rio-me e assinto. 

Ela escreve "There's no way I can make it without ya" (Tradução: Não há forma de eu conseguir sem ti) e assina Sky com a sua letra redondinha. Sorrio divertido.

- Acabaste de escrever a letra da Can't do it without you de Austin e Ally? - o sorriso dela aumenta. 

- Fã de Austin e Ally, bad boy?

- E assumido! Não viste o meu user do Instagram? - digo sério e ela cai na gargalhada. - Para além disso, já sou o Austin e sou loiro. Agora só me falta encontrar uma morena para ser a minha Ally.

Ela ri-se ainda mais e eu solto também uma gargalhada, contagiado pelo seu sorriso. Ela senta-se num banco e bate no espaço vazio ao lado dela. Sento-me, mas depois deito a cabeça no seu colo.

- Não deveria de ser ao contrário? - ela diz enquanto brinca com o meu cabelo.

- Shiu, eu é que estou magoado. - digo com os olhos fechados por causa do sol, aproveitando as carícias leves no meu cabelo que me enviam ligeiros choques elétricos para todo o corpo. Ela ri-se e ficamos alguns minutos ali, eu com os olhos fechados no colo dela, com a mente completamente vazia, simplesmente a aproveitar o momento e ela a mexer-me nos cabelos. Porém, sentia o seu corpo tenso e quase que podia ouvir a discussão interna na sua cabeça. - O que foi?- pergunto abrindo os olhos para olhar para ela.

- Eu não disse nada. - ela responde com a sobrancelha franzida.

- A penny for your thoughts (Tradução: Um centavo pelos teus pensamentos)- respondo, citando a música "If I die young" - The Band Perry. 

- Oh no, I'll sell them for a dollar (Tradução: Oh não, eu vou vendê-los por um dólar) - ela canta baixinho e eu sorrio. - Estava só a pensar na minha vida. 

- Uhhh care to share? (Tradução: Importas-te de partilhar?) - pergunto curioso

- É... Eu estou só a pensar na forma como aceitaste a coisa do gangue. 

- Eu meio que não aceitei... Quer dizer, eu aceitei, mas estou um bocado confuso. Como assim é a tua família?

- Preparado? Então... A minha avó teve um marido que era uma pessoa bastante respeitável, o Paul. Mas.... O que ninguém sabia era que ela tinha uma amante. - olho para ela interessado. - O seu nome era Charles Dickens.

- O romancista? - pergunto e sorrio brincalhão

- Não, Charles era moreno, olhos verdes, um verdadeiro galã e, definitivamente não era romancista. A minha avó apaixonou-se por ele mas ela nunca tencionou trair o meu... "avô" - ela diz fazendo aspas.

- Espera então o teu avô é o Charles?

- Exatamente. O problema é que, quando a minha avó engravidou, o Charles divulgou a sua verdadeira identidade. Ele era a cabeça do gangue local, os Angels of Fire. A minha avó ainda se afastou dele, mas não conseguiu resistir. A verdade é que ela estava irremediavelmente apaixonada por Charles Dickens, o homem que roubou o seu coração e destruiu qualquer vestígio de bom senso. Porém, a minha avó continuou casada com o Paul, para proteger o Charles. Então, a minha avó fazia parte de duas famílias: A Williams e a Dickens. A minha avó escondeu a minha mãe com o gangue para que o Paul não descobrisse que ela o havia traído. Assim, a minha mãe cresceu rodiada pelos Angels of Fire. A minha avó fazia-lhes visitas regulares. A minha mãe ia à nossa escola porque ninguém sabia que ela fazia parte do gangue. Mas, as pessoas desconfiam, as paredes têm ouvidos. Então, a minha mãe, quando saiu da escola foi para a universidade e, quando voltou casou-se com o seu melhor amigo que também fazia parte do gangue, mas este não tinha quaisquer ligações familiares nos Angels of Fire, estava lá por pura vontade. O James era filho de uma família com bastante influência na cidade, ninguém desconfiava dele e, para além de ser a única pessoa em quem a minha mãe realmente confiava, era também a única pessoa que sabia a sua verdadeira identidade.

- O diretor Finnegan? - pergunto completamente perdido

- Exatamente. Todos se esqueceram dos rumores, a minha mãe passou a ser a mulher do James Finnegan, melhor aluno da nossa escola na altura e oriundo de uma família bastante conceituada. Entretanto eu nasci. A minha mãe nunca me escondeu as minhas verdadeiras origens e, quando eu fui conhecer os Angels of Fire, senti-me pela primeira vez em casa. Então, juntei-me a eles. - neste momento estava com a boca completamente aberta, chocado.

- O Diretor Finnegan. O engravatadinho, com o cabelo lambido por uma vaca, com os seus óculos na ponta do nariz faz parte dos Angels of Fire? - pergunto, incrédulo. A Sky sorri.

- Se o vires com um casaco de cabedal, com o cabelo normal e substituíres aqueles óculos ridículos que nem graduação têm por uns óculos de sol vais perceber que ele é bastante hardcore. - Tento visualizar a imagem mas simplesmente não dá. Abano a cabeça tentando ordenar todas as informações na minha cabeça de atum. Olho para a Skylar que parece uma mosquinha que não faz mal a ninguém e tento imaginá-la com uma arma em punho, a assaltar alguma coisa. 

- Nop, não consigo imaginar. 

- Shh, não te preocupes, descansa essa cabecinha loira, não vou corromper a tua inocência. - fecho os olhos e ficamos ali a sentir a leve brisa que trazia o cheiro das flores do jardim às nossas narinas.

VOLTEI! Isso mesmo, Something Bad está ativa novamente. Desculpem pelo atraso a publicar mas sinceramente tenho estado com um bloqueio horrível. Btw dica fundamental se quiserem ter inspiração repentina, vejam as notícias. 

Beijinhos e boas leituras ❤️