Spider-Man: Legacy

06 - Grandes Responsabilidades

Fazia uma semana que Erik voltara a trabalhar na Oscorp. Grande parte dos funcionários eram recém contratados ou transferidos de outras filiais. O clima não era dos melhores, afinal de contas nada havia sido descoberto sobre o massacre que matara as pessoas no meio da noite. Além de nada ter sido esclarecido, o medo de que algo parecido voltasse a acontecer pairava sobre a cabeça de todos.

Leonardo não falara com ele durante o trabalho desde o dia em que retornaram. Erik não podia culpá-lo, entendia que o amigo queria ficar sozinho em luto pela perda dos amigos. Ele também não estava animado. Estivera na noite das mortes e não pôde fazer nada para ajudar ninguem. Só pensara em fugir e chamar por ajuda. Foi um verdadeiro covarde, sabia disso.

Ele respirou fundo enquanto olhava para o rascunho no papel a sua frente. O clima negativo não ajudava em nada com sua criatividade. As dúvidas que tinha na mente também não eram nada boas para ajudar na criação de um logo para o novo software, desenvolvido pelos programadores da Oscorp.

Decidira descer para a rua e andar um pouco. Quem sabe ar fresco pudesse aliviar a tensão e trazer novas ideias, pensou.

Enquanto estava no elevador ele abriu o WhatsApp e mandou uma curta mensagem para Leonardo.

"Hey :D"

Ele aguardou alguns instantes pela confirmação de enviou, e quando o sinal confirmou que Leonardo recebera, ele bloqueou a tela do celular. Erik era do tipo que aguardava a pessoa responder quase no mesmo instante. Para que esse tipo de situação não o deixasse ansioso, ele decidiu que não ficaria mais aguardando pela resposta imediata de ninguém. Mesmo assim, por dentro a ansiedade o roía. Será que ele visualizou a mensagem? Será que estava ocupado demais para responder. Qualé, era praticamente um "oi". Todo mundo responde um "oi". Logo o celular vai apitar com a notificação da mensagem dele.

Ele saiu do elevador e deu de cara com Leonardo. Ele não sabia porque ficou surpreso sendo que os dois trabalhavam ali. De alguma forma foi praticamente impossível não ficar envergonhado. Ele tentou se concentrar para parecer normal, mas como fazer isso naquele momento? Ele não sabia.

- O-oi!

Ele deu um sorriso tímido e levantou a mão, abaixando ela na mesma hora que percebeu o quão ridículo parecia.

- Eae, beleza Erik? - Leonardo deu um meio sorriso entrando no elevador com a cabeça baixa.

- Beleza...

Erik saiu do elevador e se virou para perguntar se ele estava bem, mas parou quando viu que Leonardo estava prestes a dizer alguma coisa também.

- ...

- Pode falar primeiro. - Erik disse, e eles riram juntos, meio sem graça.

- Não, deixa pra lá. - Leonardo apertou o botão e as portas se fecharam entre eles.

Beleza Erik. Ficou no vácuo. Ele franziu o cenho com o pensamento. Estava ficando louco, falando consigo mesmo por pensamento.

Ele se dirigiu à recepcionista e pediu para que ligassem para o celular pessoal dele, caso precisassem de alguma coisa. Quando ela confirmou que o faria se necessário, ele saiu para a rua.

Ainda não era nem meio dia. Apesar de o clima estar um pouco frio com a proximidade do Outono, o sol ardia resistente no céu.

Ele ficou parado pensando nas opções que tinha para comer algum lanche (fazia mais de uma hora que a sua barriga estava roncando). Ele olhou casualmente para a rua e se deparou com uma senhora de cabelos brancos querendo atravessar a rua. Erik não sabia o motivo, mas o semáforo estava quebrado, com os sinais todos piscando aleatoriamente. Algumas pessoas conseguiam atravessar correndo, já que estavam acostumadas com o dia a dia e a correria da cidade de Nova York, mas ver aquilo o deixou revoltado. Como ninguém tinha coragem de ajudar a senhora a atravessar? Ele correu para a calçada e perguntou.