Terminando a última página do último livro que Normani trouxera no dia anterior, Lauren ergueu a cabeça e sorriu quando batidas à porta ecoaram em seus ouvidos. Mani tinha prometido que na manhã seguinte voltaria com mais alguns livros, e tal promessa encheu seu peito de alegria porque naquele lugar solitário, a leitura tinha se tornado a sua única companhia. Ao abrir a porta, ela encontrou um par de olhos conhecidos, mas não eram nem de longe os que ela esperava ver. Sentindo o sangue sumir do rosto, a confusão nublou sua mente.
— Camila? O que faz aqui?
— Vim buscá-la — disse ela, curta e grossa. O coração se comprimiu de amor ao revê-la, mas a mágoa continuava queimando-a por dentro.
— Você quer dizer que ficaremos juntas novamente? — Lauren perguntou, sentindo um sopro de esperança acalentar sua alma.
— O que eu quero dizer é que você ficará na fazenda até essa criança nascer. Depois, cada uma seguirá a sua estrada.
Seu coração parou por um instante e o sopro de esperança evaporou diante das palavras de Camila.
— Eu não preciso da sua pena — disse ela, e ao fazer menção de fechar a porta, Camila a impediu.
— Você acha mesmo que essa cabana caindo aos pedaços vai suportar o inverno que está por vir?
— Isso é problema meu.
— Seu orgulho não vai dar em nada, Lauren. Pare de perder tempo e venha de uma vez.
— O que você acha que eu sou, Camila? Um objeto que você joga fora e depois vai buscar quando tem vontade? Eu não sou nada disso. Eu não preciso de você, e lamento muito ter precisado um dia.
E então ela fechou a porta, e os olhos também, para impedir que outras lágrimas queimassem seu rosto.
Do lado de fora, Camila ergueu a mão e ameaçou bater à porta outra vez, mas recuou. Os pensamentos desordenados confundiam sua cabeça, e sentindo uma pontada de apreensão, ela montou em seu cavalo e decidiu voltar para a fazenda, mas não sem antes fazer uma visita à família de Lauren.
— Camila, que surpresa! — exclamou Chris, assim que a criada abriu a porta e ela entrou.
— Com que direito você e sua mãe expulsaram Lauren desta casa?
— Com o mesmo direito que você a expulsou da fazenda.
— Essa casa pertence a ela! — com passos ameaçadores, ela invadiu o espaço pessoal dele. — Vocês tem uma semana para deixarem essa casa.
— Nós não temos para onde ir — Clara interveio.
— Da mesma forma que nenhum de vocês se importaram se Lauren teria para onde ir, eu também não me importo.
— É claro que você não se importa, Camila. Porque nós somos iguais.
— Está avisado, Chris. Uma semana ou juro que os colocarei para fora a ponta pés — dito isso, ela se retirou.
[...]
— Ela não quis vir!
— E como poderia querer? Depois de dizer que ela ficaria aqui somente até o filho nascer, nem eu teria aceitado isso.
— Como é que você sabe disso? Você foi visitá-la?
— Eu não, mas Mani foi deixar alguns livros para ela passar o tempo, afinal, naquele fim de mundo sozinha...
Sem fôlego, Camila caminhou devagar de um lado para o outro no escritório enquanto a amiga continuava a falar. A cabeça estava a ponto de explodir ao mesmo tempo em que as palavras de Chris se repetiam em sua memória: você não se importa porque nós somos iguais. Balançando a cabeça querendo se convencer de que ele estava enganado, seu coração se contraiu e ela se virou, olhando fundo nos olhos de Dinah.
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O Preço do Amor
Romance+18 - CONCLUÍDA - Depois de perder o pai, Lauren Jauregui se encontra em meio a uma estrada que a levará ao início de dois caminhos: um casamento tão sonhado; um acordo para salvar a família da ruína. Qual caminho ela escolherá? ADAPTAÇÃO AUTORIZADA...