Capítulo 14

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— O que é que você está fazendo aqui, Lauren? — perguntou Dinah, claramente na defensiva.

— Preciso falar com você — disse ela.

— Isso é óbvio.

— Então por que perguntou?

Dinah ergueu as sobrancelhas, um sorriso afetado repuxando no canto dos lábios.

— Muito bem, vamos conversar — disse ela, indicando o sofá.

— Preciso do endereço de Camila na capital.

— Para que?

— Eu realmente preciso responder isso? — ela se esforçou para que a voz não falhasse.

— Você a magoou demais, Lauren. Beijar aquele homem diante de Camila, depois de tudo o que ele fez...

— Eu não o beijei — ela a interrompeu. — Eu amo Camila e tenho que endireitar as coisas.

— Você a ama? Porque será que eu não consigo mais acreditar nisso?

Uma tensão pesada caiu sobre a sala, e as palavras de Dinah causaram o mesmo dano que um tapa na cara. Já incapaz de controlar as emoções, Lauren piscou com lágrimas nos olhos, tentando se recompor.

— Você não tem a menor ideia do quanto eu a amo — disse Lauren, levantando-se da cadeira. — Não sei se ela vai me querer de volta. Na verdade, eu nem sei se ela vai querer olhar para mim, já que eu mal consigo olhar para mim mesma. Mas preciso vê-la, preciso falar com ela, preciso dizer que sinto muito por tudo o que aconteceu — ela inspirou fundo, secando discretamente uma lágrima. — Mas não ouse me dizer que eu não a amo, porque você está errada.

A expressão implacável de Dinah deu lugar a compreensão e compaixão. Levantando-se, foi até o escritório, rabiscou alguma coisa num pedaço de papel e voltou.

— Aqui está o endereço — disse ela, entregando-o a Lauren. — Pedirei a Harry para que a leve, mas por favor, deixe a criança aqui conosco. A viagem é muito longa para um menino que não tem sequer um ano.

— Não posso deixá-lo. Tenho que amamentá-lo e...

— Não se preocupe, patroa — disse Normani, aparecendo como quem não quer nada. — Vou cuidar do seu filho como se fosse meu.

Lauren assentiu, e depois de agradecê-las, se despediu do filho e no mesmo instante partiu.

[...]

Camila sentiu uma pontada de inveja quando uma de suas amigas puxou a companheira para um beijo depois de anunciar que em breve fariam uma viagem para fora do país. Inevitavelmente ela se imaginou beijando Lauren e fazendo uma viagem com ela. Esvaziando o copo de uísque com gelo que a sua acompanhante lhe servira, ela ergueu a vista quando a campainha tocou.

— Não se preocupe, eu abro — disse uma loira muito bonita, se dirigindo até a porta.

Quando a porta foi aberta, os olhos de Lauren passearam pela mulher diante dela, usando um vestido escandalosamente decotado.

— Posso ajudá-la? — questionou a desconhecida, olhando-a de cima a baixo.

— Quero falar com Camila — disse ela, curta e grossa.

— Camila está muito ocupada — ela riu, sorvendo a bebida do copo que trazia na mão.

Sem dizer mais nada, Lauren a empurrou e entrou sem cerimônias. Confusa com o que os olhos acabavam de testemunhar, ela sentiu um calafrio ao ver Camila sorrir divertida em companhia de outras duas mulheres. Quando os olhares se cruzaram, o sorriso de Camila desapareceu imediatamente e Lauren pôde ler a pergunta em seus olhos quando ela se levantou sobressaltada.

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