Capítulo 11

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Uma semana depois...

— Alguma notícia sobre o paradeiro do infeliz? — Camila perguntou. Embora um fluxo constante de adrenalina corresse dentro do seu corpo, ela não demonstrava nada além de calma.

— Não, patroa. Parece que a terra o engoliu. Mas continuaremos procurando — disse Harry.

— Pelo visto terei que procurá-lo eu mesma — ela falou, caminhando devagar até o outro lado da sala, onde o seu sobretudo repousava em cima do sofá. — Volte para a fazenda e mantenha-se atento à sua senhora.

— Como desejar, patroa. Com licença.

Depois de vestir o sobretudo, ela abriu uma gaveta e o brilho da pistola polida quase ofuscou sua visão. Após recarregá-la, Camila se dirigiu aos estábulos, selou o cavalo e saiu sem rumo.

Conhecendo aquelas terras como a palma de sua mão, Camila cavalgou por horas, não somente por querer encontrar e acertar as contas com Killian, mas também pela necessidade de distrair a cabeça do tormento que a ausência de Lauren provocava.

O som de uma risada sarcástica lhe interrompeu os pensamentos enquanto ela descia do cavalo. E ao se virar na direção do rumor, ela deu de cara com o ex tenente.

— Patroa, que surpresa! — Brad exclamou, num tom debochado. — Vejo que finalmente me encontrou, o que é uma pena porque seus criados estavam sedentos pelas cabeças de gado que você ofereceu em troca da minha cabeça.

— Para mim nunca foi uma tarefa difícil encontrar os covardes como você — disse ela, aproximando-se com passos ameaçadores.

— Acho que de covardia você entende muito bem. Afinal, inventar que desertei quando na verdade eu estava preso e sendo torturado, é um ato muito valente, não é?

— Não sei do que você está falando.

— É claro que você sabe! Você e a família de Lauren armaram para nos separar! Comigo fora do seu caminho, você conseguiu convencê-la a viver ao seu lado em troca de salvá-los da miséria.

— Já disse que não sei do que você está falando e nem me interessa! Se você tem algum problema com a família de Lauren, resolva com eles. Mas deixe-a em paz...não volte a procurá-la ou eu juro...

— Jura, o que? — ele a interrompeu. — Que vai me matar? O que está esperando?

— Escute bem, Brad Simpson...seja lá o que tenha acontecido com você, Lauren e eu não temos nada a ver com isso. Se você foi alvo de uma armação e não desertou, vá até as autoridades e resolva com eles — disse ela, recuando enquanto montava no cavalo. — Eu poderia denunciá-lo por ter se passado por outra pessoa em minha fazenda, mas não o farei. Tampouco o matarei. Mas estou avisando...fique longe de Lauren. O que quer que tenha acontecido entre vocês dois, acabou — dito isso, ela fez sinal para que o cavalo partisse e então desapareceu mundo a fora.

Cavalgando de volta para a fazenda onde Lauren permanecia, Camila sentia a respiração presa na garganta enquanto o curto diálogo que tivera com Brad era repassado em sua mente.

Por todas aquelas manhãs, quer tenha conseguido dormir ou não, quer tenha passado o dia todo sem chorar ou se acabado de soluçar no banho, o sol nascia e ela precisava fazer a sua escolha: esse não seria o dia em que toda essa situação a derrubaria. A aparição de Brad não seria o motivo para a sua separação com Lauren.

Saltando do cavalo, Camila atravessou o pátio e subiu as escadas correndo. Escancarando a porta, seus olhos castanhos mergulharam nos verdes de Lauren. Ela a amava do fundo da alma.

— Camila?

Sem dizer nada, Camila se aproximou, ergueu os braços e tomou o rosto dela entre as mãos. Os polegares lhe acariciaram os lábios antes dela mergulhar a língua em sua boca. Enterrando os dedos nos cabelos de Camila, Lauren gemeu de encontro aos lábios dela. O doce sabor das maçãs na boca de Camila era o bastante para intoxicá-la, para levá-la a loucura de um amor que não abria espaço para discussões.

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