O Preço do Amor

Capítulo 21

Inclinando a boca sobre a de Lauren, Camila a beijou com paixão, inalando profundamente, como se tentasse inspirá-la. O sangue lhe subiu à cabeça fazendo-a sentir um rubor seguir lentamente pelo pescoço enquanto Camila afastava o lençol.

— Você é um despertador de primeira qualidade — sussurrou Camila. O olhar percorrendo o corpo de Lauren antes de se fixar em seus lábios.

Ainda que parecesse perdida nas sensações que os beijos de Camila provocavam, Lauren gargalhou ao ouvir o que ela dissera e fez menção de comentar alguma coisa, mas as batidas violentas do outro lado da porta a impediram.

— Um momento! — exclamou Camila, nada contente com aquela interrupção. Levantando-se da cama, ela vestiu a camisa branca de botões e segundos depois, abriu a porta. — Dinah? O que houve? Que escândalo é esse?

— Desculpe por acordá-las, Camila. Mas acontece que temos sérios problemas...

— Fale de uma vez o que foi que aconteceu.

— Os rebeldes incendiaram a outra fazenda.

Com os punhos cerrados ao lado do corpo, Camila trincou os dentes ao ouvir a notícia.

— Onde está Harry? — ela indagou. A respiração estava irregular e o coração batia a toda.

— Harry já foi para lá com outros peões.

— Vou para lá agora mesmo. Por favor, fique aqui e tome conta de tudo.

— Pode deixar, Camila.

Após fechar a porta e se virar, Camila deu de cara com Lauren sentada na cama. Os olhos verdes pareciam assustados e tão tensos quanto os dela.

— Eu vou com você — Lauren se sobressaltou da cama quando Camila se pôs a vestir suas roupas.

— Melhor não, querida. Aqui você está em segurança. Além disso, vou a cavalo.

Assentindo, Camila examinou cada detalhe do rosto de Camila. De longe se notava que ela estava prestes a explodir.

Quando as duas se despediram com um beijo e Camila deixou o quarto, Lauren caminhou até a janela e a observou montar no cavalo e sair em disparada.

...

Ao atravessar a pequena ponte que levava direto aos canaviais de sua segunda propriedade na mesma região, Camila mal conseguia lidar com as emoções complexas que estava experimentando. Seus olhos castanhos varreram a área, registrando a devastação provocada pela fúria das chamas na madrugada. Soltando um suspiro de desalento, ela desviou o olhar ao ouvir a voz de Harry.

— Sinto muito, patroa. Quando os peões se deram conta do fogo, já era tarde demais. Não foi possível salvar a plantação.

— Algum animal morreu no incêndio?

— Felizmente, não, patroa. Nenhum animal morreu e por incrível que pareça, nenhum foi roubado. Já contamos todos, inclusive os de que pequeno porte como as galinhas.

— Maldito coronel... — ela murmurou, por entre dentes.

— Coronel? Mas não foram os rebeldes?

— Você acha mesmo que os rebeldes tocariam fogo no canavial e depois iriam embora sem levar nada? Você consegue enxergar algum sentido nisso? — fuzilando-o com os olhos, ela suspirou pesadamente.

— Tem razão, patroa. Mas então o que faremos? Digo, não temos provas de que foi o coronel...

— Não precisamos de provas para responsabilizá-lo pelo que aconteceu...