Capítulo Dois

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" Melhor é experimentá-lo que julgá-lo,

Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.

- Camões "

Estava sentada em um sofá cor de escarlate de camurça não suportava mais a hipótese de estar no mesmo ambiente daqueles que roubavam e matavam os de condição humilde simplesmente para se sentirem superior.

- o que uma dama tão bela faz sentada sozinha em meio a esta grande festa?- disse o rapaz, o qual havia sussurrado em meu ouvido na entrada do castelo, sentando do meu lado.

-Apenas querendo o máximo de distância dos vermes aqui presentes- disse ainda olhando para frente, mais especificadamente para o rei, percebi que o rapaz deu um sorriso de lado e me intriguei. Ele se levantou e estendeu-me a mão

-Me dê a honra dessa dança?- disse pensei em recusar mas veio- me em mente o que Adelaide disse, então apenas assenti e segurei sua mão e ele me conduziu até o meio da pista, muitas damas me olharam com desprezo, talvez por estar acompanhada do jovem mais belo e charmoso do baile, talvez...

Ele repousou sua mão em minha cintura e um calafrio percorreu minha espinha, e ele conduziu-me na mais fina valsa.

- a senhorita é contra a coroa de seu país?- disse o rapaz em meio a dança

- Contra as injustiças que ela comete, que são muitas- disse agora olhando para o rapaz, o qual mantinha o sorriso no canto da boca, que sorriso encantador

- Nem todos aqui são vermes bela dama, alguns estão a procura do mesmo que a senhorita: Justiça- disse agora com os olhos azuis, nos meus, e que olhos encantadores. As pessoas nos olhavam e sussurravam mas não consegui escutar.

- difícil distinguir. Os que querem a justiça se calam, se falarem podem ser decapitados - disse desviando meus olhos dos dele para olhar os presentes

- Algo que a senhorita não tem medo deste feito- deduziu ele agora também olhando pros presentes e sempre com aquele sorriso encantador

- Apenas quero fazer a diferença e para isso a mentira não seria uma hipótese- disse olhando-o nos olhos

- Concordo plenamente. - disse sorrindo - Mas lembre-se bela dama o trigo e o joio crescem juntos e são praticamente iguais só sabemos que é o trigo na hora da colheita, dê uma chance para as pessoas de todas as castas lhe mostrarem se são o trigo ou o joio!- ele disse e fiquei alguns minutos pensando nisso ele estava certo! A melodia já estava no fim quando o rapaz me puxou para mais perto de seu corpo e calafrios percorreu minha espinha

- Se não for de seu agrado ser morta esconda melhor seu símbolo, minha cara, muitos aqui acham-no um afronto a coroa dinamarquesa- disse puxando minha corrente um pouco para cima e depois soltando-a, elas estava tão escondida, como ele notou-a? A melodia acabou e então ele parou com seu típico sorriso branco e encantador.

- O dever me chama terei que deixa-la bela dama - sorri compreensiva, mesmo com máscara daria á ele uns 19/20 anos jovem para ter responsabilidades muito importantes na corte. - Uma honra conhece-la lady...

-Landrup, Elizabeth Landrup- disse e ele deu um beijo em minha mão como um verdadeiro cavalheiro

- Apreciaria ficar e conversar mais com a senhorita, mas tenho que ir- disse por fim e subiu as escadas ficando ao lado do rei que começou a conversar com ele.

-Elizabeth- mamãe chamou-me e caminhei até ela

- sim, senhora- disse assim que me aproximei dela e de suas "amigas"

- Oh minha filha! Honrou a casa de seu pai, como conseguiu tal feitio?- mamãe disse e eu não entendi

- Como posso eu ter honrado a casa de meu pai se a horas estou sentada sem falar com ninguém?- perguntei ainda não entendendo muito, ela e suas amigas riram

Blue Blood: o assassinatoOnde histórias criam vida. Descubra agora