Capítulo Um

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" Os ventos que tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar, por isso não devemos chorar pelo o que nos foi tirado e, sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre.

- Bob Marley"

Respira, calma, respira, como respirar nesse espartilho, agrrhhh

-mãe não consigo respirar- disse sem fôlego, minha mãe olhou Adelaide que apertava aquele espartilho de ferro em meu corpo, me impossibilitando de respirar

-perfeito, olhe para mim- mãe ordenou-me e virei-me - hm... Aperte mais- minha mãe ordenou a senhora, que prontamente obedeceu

-pare, por favor- pedi Adelaide que se espantou com o meu pedido de gentileza em frente a minha mãe

-Elizabeth você deverá estar perfeita para o baile- minha mae disse advertindo-me

-o qual não irei- disse saindo de cima de uma pequena plataforma de Madeira

-Elizabeth você irá- mãe disse com um tom de voz autoritário e um pouco assustador

-não ficarei em meio a vermes imundos- disse cuspindo as palavras

-ELIZABETH, jamais levante blasfemas a coroa de seu país- mãe disse desta vez quase em cima de mim e cuspindo suas palavras- perdoa-lhe-ei somente por agora

-não perdoe-me não arrependo-me de minhas palavras- disse olhando-a em seus olhos e vendo a sua fúria aumentar

-BASTA! Adelaide termine este traje, faça o melhor traje para Elizabeth- mamãe disse saindo de meus aposentos e batendo a porta com força

-perdoe-me por minha mãe Adelaide- disse me dirigindo a empregada

-minha senhora está certa, se alguém ouvi-lá proferir tais palavras a morte te será iminente- disse Adelaide preocupada

- prefiro a morte do que viver vendo a injustiça- disse voltando para onde estava à alguns instantes

- nao diga isso senhorita- Adelaide disse voltando a arrumar meu vestido

- liza, Adelaide, chame-me de liza- disse pela milésima vez a senhora que agora estava colocando alguns alfinetes no vestido brilhoso que acabará de colocar sobre o espartilho

-liza, minha querida, é de meu saber que desde pequenina fora diferente, mas compreende, sua mãe não quer ver a filha acabar como uma escrava, comporte-se neste baile e tente achar um noivo- Adelaide disse desta vez olhando em meus olhos

-Adelaide todos naquele lugar são porcos- disse apenas

-A senhorita estará lá- Adelaide disse voltando a prestar atenção no vestido

-Mas não tenho escolha- disse olhando-a fazer o ultimo detalhe de meu vestido

- e quem lhe garante que aqueles tem escolha?- Adelaide disse e deixou-me pensando, realmente alguém lá pode prestar.

-pronto, olhe seu traje- Adelaide disse virando-me em direção ao espelho, olhei-me e o ar faltou-me desta vez de surpresa nunca imaginei-me em um traje desses e quanto mais ficaria bonita- está maravilhosa senhorita- Adelaide disse e só tive a capacidade de assentir, realmente me sentia bonita, algo raro para minha pessoa, desde pequena fui considerada feia, esquisita entre meninos e meninas e desta vez me sentia bonita

-obrigada Adelaide- disse dando-lhe um abraço apertado

-senhorita, se minha senhora aparecer a senhorita estará certamente encrencada- Adelaide disse preocupando-se

-ela não aparecerá- disse fora de seus abraços pequenos e fofos

-agora banhe-se que ajudar-te-ei com seus trajes logo após- Adelaide disse ajudando-me a retirar os trajes recém feitos.

Depois de banhar-me, Adelaide ajudou-me a vestir os trajes mesmo a contra-gosto, mas não poderei negar que sentir-me bonita, e fez meu cabelo em um coque para o lado direito e brincos maravilhosos, maquiei-me e logo após mamãe adentrou em meus aposentos

-estás maravilhosas, querida- mamãe disse com trajes lindos- baile começará logo, vamos?- mamãe disse estendendo-me a mão assenti e antes direcionei-me à penteadeira ali existente peguei meu colar com a coroa Dinamarquesa de ponta cabeça, símbolo de minha organização secreta nos identificamos por esse símbolo vamos contra as injustiças da coroa dinamarquesa e ajudamos os aldeões, coloquei-o em meu pescoço por de baixo dos trajes que ficavam em meu busto, e colocando minha máscara e acompanhei minha mãe até o andar de baixo onde meu pai se encontrava juntamente com meu irmão Edward II , de apenas 5 anos, curvei-me diante de meu pai, visto ser o chefe de família

-esta noite minha filha terá um noivo com certeza, estás maravilhosa Elizabeth - papai disse estendendo-me a mão, peguei-a e seguimos para a carruagem a nossa espera. Adentrei com a ajuda de meu pai e minha mae adentrou em seguida

-Elizabeth, faça me o favor de arranjar um marido neste baile- meu pai disse e eu revirei os olhos

-Sou nova para casar-me, acabei de completar meus 19 anos- disse como desculpa

-Já deveria estar com noivo- Minha mãe disse o que me fez virar-me em direção a ela.

-Comporte-se minha filha- meu pai disse-me

-Deixa-me em casa, para que não cause vitupério ao nome de nossa família, e para meu nome, não é de meu agrado estar com aqueles vermes- pedi com piedade a meu pai

-ELIZABETH LANDRUP, não ouse a se referir a corte dinamarquesa por vermes- meu pai gritou e assustei-me abaixei a cabeça até chegarmos ao imenso castelo

-comporte-se Elizabeth- meu pai disse seco antes de sair de sua carruagem e como um bom cavalheiro estendeu-lhe a mão a minha mãe, assim um dos funcionários do castelo estendeu-me a mão para que pudesse sair

-obrigado- disse reverenciando de leve o funcionário, mamãe e papai olharam-me com fúria em seus olhos e o funcionário com surpresa, não era visto com bons olhos alguém da corte ou de um alto padrão na sociedade agradecer ou reverenciar os de castas inferiores. Segui meu caminho mesmo com os olhares desaprovados, admirei-me da imensidão daquele castelo maravilhosamente grande e belo,

-belo castelo, não é mesmo?!- um jovem extraordinariamente bonito falou perto de meu ouvido a ponto de sentir seu hálito quente em meu pescoço o quer causou um leve arrepio, pelo susto tomado, olhei para o rapaz, seus olhos incrivelmente azuis como o mar, seu cabelo negro e pele cara, seus traços maravilhosamente definidos e lindos, o jovem rapaz estava de máscara como todos os outros convidados, mas seu rosto era de meu conhecimento, ele sorriu, seu sorriso era tão belo quanto ele, entrou no castelo, eu já havia o visto, mas quem seria?

-Elizabeth entremos e nos juntemos aos de mais- papai disse com o braço dado a minha mãe

- Sim senhor- disse seguindo ao lado dele e de meu irmão.

Blue Blood: o assassinatoOnde histórias criam vida. Descubra agora