|Um| Surge uma estrela

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A garota "mais sortuda" do mundo estava atrasada. Em questão de tempo sua sorte se esgotaria, e ela precisaria se proteger.

Chegue logo precisamos de você.

O aviso ecoava como uma voz dentro de uma sala vazia, um grito dentro de uma caverna. No entanto ela estava em um campo verdejante, ao ar livre.

O porquê de estar ali, ela ao menos sabia. O motivo nunca lhe foi revelado. Não conhecia aquele lugar. Apenas sentia necessidade de correr pela grama verde com os pés descalços e os cabelos castanhos claros esvoaçando a favor do vento provocado pelo atrito de seu corpo com o ar. Seu vestido azul de pano fluído, era leve e deixava os seus braços desprotegidos, mas sua pele não se arrepiava com a brisa gélida do fim de tarde; Ao contrário aliviava o mormaço da corrida incessante.

Podia ouvir o som de sua própria respiração, ofegante e urgente, como se algum perigo invisível a rodeasse.

Tudo acabava com os vislumbres de cores horizonte; O violeta das flores campestres, que exalavam um perfume único e o dourado do sol se pondo no horizonte.

Era incrível e ao mesmo tempo assustador.

- Queria saber o que se passa em seus pensamentos.

Giselle voltou ao mundo real, quando Ben seu vizinho e amigo, sentado no banco de trás, cutucou o seu ombro. Mais uma vez seus pensamentos foram ocupados, pela tentativa inútil de decifrar o sonho da noite anterior.

Ela virou o rosto em direção ao melhor amigo e o viu a encarando como se quisesse ler os seus pensamentos mais profundos. De fato ele queria ter esse dom.

Os dois eram amigos e vizinhos desde a infância.

Quando a garota tinha cinco anos ela e a família se mudaram para a casa ao lado da residência dos Hartmond's. Seus pais já eram amigos da época da faculdade e começariam a trabalhar juntos naquele ano, então não foi difícil para Ben se aproximar daquela menininha de cabelos castanhos claros e olhos azuis como o céu, sentada em um dos degraus da entrada de sua nova casa.

Nossos pais são amigos... Será que poderíamos ser também?

Perguntou o garoto franzino, usando um óculos que cobria quase toda a face.

Giselle riu e se colocou de pé alisando o tecido de seu vestido rosa levemente amarrotado.

Estendeu as pequeninas mãos no ar e ela e Ben se cumprimentaram como dois adultos.

- Sou Giselle. E você é o filho do tio Edgar.

- Me chamo Benjamim... Mas pode me chamar de Ben. Mamãe me chama assim quando não esta brava.

Foi ali que os dois se conheceram de verdade e se tornaram amigos desde então.

- Queria entender o meu sonho. - Giselle murmurou para si.

O rapaz confuso, arqueou a sobrancelhas por cima dos óculos e entoou:

- Anh?

A garota sorriu repousando as mãos sobre o ombro do amigo.

- Nada. Só pensei em voz alta.

- Tem certeza?! Qualquer coisa eu estou aqui, você sabe...

- Eu sei. Não é nada, não se preocupe.

Mesmo confiando integralmente em seu amigo, Giselle intuiu que não deveria contar o seu estranho sonho da noite anterior a ninguém, ao menos por enquanto.

Afinal foi apenas um sonho. A garota reafirmou em pensamento.

Ben se deu por vencido e ela se virou para frente, pressionando o rosto contra o vidro para observar a paisagem típica da cidade através da janela.

Giselle A Terra, Meu LarOnde histórias criam vida. Descubra agora