Prólogo

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O rapaz fechou os olhos e fez um pedido. Havia muitos desejos em seu coração. Mas ele focou mais urgente deles.

A segurança de sua amada esposa e sua filha recém nascida. — tão pequena e frágil, mas com um grandioso destino.

A princesa estava calma, embalada nos braços de sua mãe, a rainha Veridiana, enquanto o mundo parecia desabar do lado de fora do palácio. Da janela era possivel ver clarões e flashes de luz provenientes de naves inimigas que despontavam nos céus do planeta. Atiravam sem piedade contra o palácio real, protegido por um escudo, que náo resistiria muito tempo.

A rainha estava abatida, os cabelos castanhos escuros eriçados sob o capuz da túnica cinza, que usava como disfarce. Horas de parto exigiam repouso. Infelizmente o direito lhe fora tirado com início da invasão marciana.

Sem tempo a perder, Kassirius pressionou o braço da escultura do cavaleiro de bronze que decorava a prateleira do escritório.

O quadro acima, se ergueu revelando um painel touch screen.

Ele digitou a senha. Parte da parede se moveu para trás, por fim abrindo-se como uma porta dupla.

O rei aproximou-se do general Petro, o responsável por auxiliar e proteger a rainha e a princesa durante a fuga.

— Sabe para onde leva-las? — murmurou o soberano, com as sobrancelhas arqueadas.

O homem assentiu e respondeu:

— Conheço um lugar seguro em outro planeta vossa majestade.

— Distante daqui?

— Não se preocupe vossa majestade. Seguro o bastante para abrigar vossa esposa e a princesa.

O rei meneou a cabeça, satisfeito com a resposta. Caminhou até a esposa. Acarinhou o rosto da filha que dormia inocentemente, alheia a batalha que ocorria do lado externo do palácio.

— Vai ficar tudo bem eu prometo. — beijou os lábios esposa. — O General Petro, a conduzirá a nave no hangar secreto.

— Todo cuidado é pouco Kassirius. O novo soberano de Marte tem se mostrado um ser perverso, incapaz de sentir empatia.

— Eu sei querida. Mas a minha presença aqui e indispensável. — pausou.

Os dois se abraçaram. A princesa agitou-se no colo da mãe. Pareceu pressentir o perigo que a rodeava.

Seu pai beijou-lhe a testa com carinho, e as pequenas mãos da filha tocaram o seu rosto. O rei sorriu.

— Nos veremos em breve minha filha. Não há tempestade que dure para sempre.

O rei acenou com a cabeça para o general, que gentilmente afastou a rainha.

— Querido! — disse aos prantos. — Voltaremos logo.

O rei abaixou a cabeça, contendo a emoção.

Se a profecia estiver certa... Ficaremos um tempo afastados. Pelo menos um de nós.

Pensou vendo as duas pessoas que amava e o seu competente general e amigo cruzarem a passagem secreta, rumo ao desconhecido.

Confiava em Petro, mas temia o que o destino estaria reservando a sua família.

Ele não podia abandonar o planeta, e acompanha-las. Seu dever como monarca, era ficar e lutar pelo seu povo.

Quando a porta da passagem secreta se fechou, o rei, sozinho se permitiu chorar.

Do outro lado o coração da rainha também ficou mais apertado.

— O rei é um exímio guerreiro vossa majestade. - disse o general ao ver a aflição da rainha.

Giselle A Terra, Meu LarOnde histórias criam vida. Descubra agora