Capítulo - 6

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  Por um instante de perfeição, no entanto, era só eu e ela. Estávamos na nossa pequena bolha, e nada nem ninguém existia mais. Foi estranhamente tranquilizador.

- Viu só? – Disse ela, sem desviar o olhar de mim. – Mas ela não faz isso nem com vc nem com o Troy. Só eu recebo esse olhar apaixonado. Porque eu sou especial.

Ben disse alguma coisa. Não ouvi o que. Em seguida, Lauren desviou o olhar e o momento se foi. O feitiço foi quebrado.

- É uma graça, mesmo, de verdade. Ela não consegue viver sem mim.

- Evidentemente. – Ben riu.

Senti a mandíbula travar. Lauren jauregui que se fodesse com seus joguinhos.

- Ainda não conheci o vocalista, Machine – disse eu, encontrando forças para lutar. Podia ser com palavras ou com os punhos. Visto a maneira como ela me expusera ao ridículo, eu topava qualquer um dos dois. – Talvez ele seja o meu predileto e vc só esteja tapando um buraco. Já pensou nisso?

A bica dela se escancarou.

- Vc não acabou de dizer isso pra mim.

Não respondi. Vamos ver se ela gostava de ser zoada.

- Camila, está tentando provocar ciúmes em mim? Vc não vai gostar de mim quando estou ciumenta! A lunática ébrio rugiu e bateu no peito como se fosse King Kong ou Hulk ou sei la quem diabos ela estava tentando imitar. – Retire o que disse.

- Não.

- Não brinque comigo, Camila. Retire o que disse ou faço vc retirar.

Crispei o rosto. Incrédula. E ela dizia que a louca era eu. Ou que meu olhar era enlouquecido. Desvairado. Apaixonado. Sei lá.

A louca deu de ombros.

- Ok, moranguinho. Não diga que não avisei.

Sem mais delongas, ela se lançou sobre mim. Gritei alarmada. O barulho foi incrível. Minha cerveja saiu rolando pelo chão.

Pode-se dizer que sou uma pessoa que sente cócegas. Obviamente, eu odeio que me façam cócegas. Os dedos dela dançaram e mergulharam se revezando, acertando todos os meus pontos sensíveis, maldição. Era como se alguém tivesse lhe dado um mapa do meu corpo. Eu arfava e me remexia, tentando me afastar dela.

- Limites, sua cretina – sibilei.

Seu riso de resposta foi mais do que maligno.

Então, comecei a escorregar do sofá.

Sendo bem justa, ela tentou amparar a minha queda e usou a si mesma para tanto. As mãos me seguraram, me viraram em vez de me torturarem. Caímos numa confusão de pernas e braços, comigo aterrissando em cima dela. Lauren grunhiu quando sua cabeça bateu no assoalho de madeira.

Puxa. Isso deve ter doído.

Apesar da batida, os braços continuaram firmes, segurando-me junto dela. A garota maravilhosa, melhor do que eu imaginei.

E vc deve saber que já imaginei muita coisa, mesmo la fora, no terraço. O brilho brincalhão desapareceu do olhar e cada centímetro dele ficou tenso. Ela me fitou, sem piscar, a boca ligeiramente aberta. Fiquei com distinta impressão de que ela estava esperando para ver qual seria a minha reação. Se eu levaria as coisas adiante. Em grande parte, eu so conseguia me concentrar em respirar. Depois ela olhou para os meus lábios.

Respirar estava fora de questão.

Ela não podia querer que eu a beijasse. Por certo aquilo era apenas mais um jogo. Só que não, não completamente. Eu a sentia enrijecer ao encontro da minha coxa. As minhas partes intimas se contraíram em resposta. Fazia séculos que eu não ficava tao excitada.

Camren G!POnde histórias criam vida. Descubra agora