Capítulo 10

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Ela fez uma careta e balançou sobre seus calcanhares em seus Chucks.
— Eu sei o que você vai dizer; isso é mais cedo do que eu pensava também.
Mas Troy  me jogou para fora hoje, então eu pensei, por que esperar? — Eu só
pisquei, o resto de mim estava muito congelado para responder. — Ok. Para
encurtar a história, eu acidentalmente vi Ally nua — Ela ergueu as mãos,
protestando a sua inocência. — Foi somente a lateral dos seios, eu juro. Nenhum
mamilo ou qualquer coisa assim. Mas você sabe como ele é com ela, a rainha do
drama do caralho. Ele perdeu completamente a sua merda — Eu balancei a
cabeça. Realmente não tenho a menor ideia, mas parecia que uma resposta era
necessária. — Exatamente. Como se a culpa fosse minha. Isso foi na porra da
cozinha! Eu só queria algo para comer e lá estavam eles, transando
completamente vestidos contra a parede. Eu nem sabia que ela tinha chegado em casa do trabalho. Como se eu quisesse ver isso. É como andar com meus pais.
Bem, exceto que Ally realmente tem seios grandes — Seu olhar culpado deslizou para o meu rosto. — Tudo bem, pode ter havido um flash de um mamilo, mas eu juro que não é como se saísse do meu caminho para vê-lo. Não é minha culpa que ela estava de topless. De qualquer forma, Troy ficou puto.
— Ele ficou?
— Oh sim. Extremamente. Palavras ásperas foram ditas. Podemos até
mesmo ter ligeiramente lutado. Mas eu o perdoo. O amor te faz psicopata, certo?
— Certo — Havia um sentimento que eu poderia ficar atrás de todo o
coração. Quando meu primeiro namorado terminou comigo aos dezesseis anos,
meu pequeno mundinho tinha sido abalado. E olhe para a minha mãe. Ela perdeu a merda completamente quando o papai foi embora.
— Mmm.
— Então você veio morar comigo? — Eu disse, montando muito lentamente a história junta.
Lauren deu de ombros.
— Bem, acho que sim!
— Não, quero dizer, você realmente veio morar comigo. Aqui. Dentro do meu apartamento. Hum, novamente como você entrou, apenas por curiosidade? — Será que isso vai ser um problema? — Ela perguntou, com um longo
suspiro, sem fôlego. — Camila, vamos lá. Nós conversamos sobre isso ontem à noite.
Se você ia ter um problema comigo mudando, aquele era o momento de trazê-lo,
não agora.
— Eu pensei que você estava brincando.
— Cara, isso é ofensivo. Por que eu iria brincar com coisas importantes
como essa?
— Porque você estava bêbada?
— Recebo algumas das minhas melhores ideias sob essa influência.
— Eu nem sequer pensei que você se lembraria.
— Mais uma vez, ofendida— Ela disse. — Não sou nenhuma velha-adolescente-de-quinze-anos. Eu sei com que posso lidar.
— Sinto muito — Não sei bem por que eu era a pessoa pedindo desculpas.
Mas não importa. Minhas pernas estavam fracas. Eu me empoleirei na borda do
sofá mais próximo. Era incrivelmente confortável, embora fez pouco para a minha súbita tontura.
Lauren jauregui.
Morando comigo.
Ela, de fato, parecia séria conforme evidenciado no pequeno espaço entre as
sobrancelhas por franzir o cenho para mim. Sutilmente eu me chutei, para
verificar que estava acordada e não sonhando. Droga, isso machuca. A dor
irradiava do meu tornozelo, fazendo-me estremecer. Sim, bem acordada. Além
disso, o salto dos meus Docs adicionou uma picada.
— Você está novamente me olhando estranho — Ela disse.
— Estou?
Ela revirou os olhos.
— Mulheres. Honestamente, eu juro, foi uma sugestão do mamilo e nada
mais. Eu quis dar nenhum desrespeito a Ally.
Inclinei-me, disfarçadamente esfregando minha nova marca de contusão.

Eu acredito em você.
— Bom. Você pode, por favor, parar de falar nisso?
Abri minha boca para dizer a ela que eu não falei. Mas parecia mais seguro
manter o pensamento para eu mesma. Quem sabia que tangente seria lançada
em seguida? Lauren jauregui era uma mulher difícil de acompanhar.
— Merda, você não gostou do sofá não é? — Ela perguntou. — É sobre isso esse olhar é.
— O sofá?
— Mulher — Lauren baixou a cabeça, as mãos nos seus quadris estreitos. —
Eu liguei para Ally perguntando que cor você gostaria, mas ela começou a fazer perguntas e, em seguida, começou a gritar e foi simplesmente uma bagunça do caralho. Eu não podia estar de pé em alguma loja de móveis discutindo no celular com uma garota, sabe? Eu tenho reputação a considerar. Então, tentei ligar para Dinah porque imaginei que ela poderia ter uma chave reserva do seu apartamento.
— Dinah deixou Vc entrar?
— Sim. E ela disse para ficar definitivamente com esse, falou que você iria enlouquecer por isso.
— Não, isso é... Hum, é muito bom — Corri minha mão sobre o tecido de
veludo. Era divino, super macio. De jeito nenhum eu queria saber o quanto deve
ter custado.
— Sério? — Ela olhou para mim por baixo das sobrancelhas, a boca
apertada com preocupação. Ainda assim, o verde e o avelã de seus olhos estavam
cristalinos. Ele parecia quase infantil de alguma forma, vulnerável. — Você tem
certeza que gosta?
Eu não conseguia desviar o olhar para longe dela para dar a peça de mobiliário uma leitura adequada. Sem dúvida, no entanto, parecia tão bom como se sentia.
— É lindo, Lauren.
— Ufa — Seu sorriso repentino iluminou o meu mundo.
Eu sorri de volta com tanta força que meu rosto doía.
— Olha, eu não estou dizendo não para você morar aqui. Eu acho que ainda
estou tentando colocar minha cabeça em torno do conceito. Mas por que você
quer viver comigo?
— Eu gosto de você — Ela simplesmente disse.
— Você mal me conhece.
— Você é uma amiga de Ally  e de Dinah. Nós conversamos. Eu enfrentei
você. Rolamos no chão juntos. Foi uma experiência de ligação real — Eu pisquei.
— Mais? Sério?
— Por favor.
— Você sabe, eu nunca morei com uma mulher antes. Bem, não desde a minha mãe e irmã, e elas não contam. Dê-me um minuto, esse caminho é mais
difícil do que parece — Ela se jogou na poltrona de couro preto na minha frente.
Poltrona muito legal, aliás. Não correspondendo com a mulher sentada nela, mas
ainda assim, poltrona agradável. Expressões dolorosas, finalmente apertando entre nariz. — Você parece ser uma garota legal, sabe?
Eu não sabia se ria ou chorava. O riso parecia mais seguro.
— Obrigada.
— Espere — Ela gemeu. — Não estou acostumado a ter que falar das
mulheres em merda, também. Normalmente, elas estão apenas felizes para ir
junto a qualquer outra coisa. E eu não as culpo nem um pouco. Mas eu estava razoavelmente certa que
traçava o percurso para a ruína. Eu ficaria me arrastando em círculo atrás dela como um cachorrinho apaixonado num instante. Não era bom. Seus dedos
bateram um ritmo nos braços de madeira laminados da poltrona. Ela era uma uma inquieta, era Lauren jauregui . Nunca sossegada. Você pode ver como toda
a sua energia a fez dela uma excelente baterista.
— Você sabe, — Ela continuou —, foi divertido sair com você ontem à noite.
Eu gostei. Legal que você não estava sendo psicopata ou ficando na cara de
alguém. Apesar de você estar tão em mim que fez todos os olhos apaixonados, eu meio que acho estranhamente reconfortante estar perto de você nesse momento — Uma sombra passou pelo seu rosto, estava lá e desapareceu em um instante. Se não fosse a visita de Ally eu poderia ter me convencido que tinha imaginado. Mas não.
Algo estava definitivamente acontecendo com essa mulher. — Você não me
incomoda com um monte de perguntas. Bem, você não fez ontem à noite — Ela
reclinou-se na poltrona como uma rainha, apoiando o tornozelo sobre o joelho. A energia ou tensão que corria através dela mantiveram seus dedos tremulando,
interminavelmente batendo. — Vamos olhar para isso dessa forma. Você precisa
de dinheiro, certo?
Eu hesitei, mas era a verdade. Nós duas sabíamos disso.
— Certo.
— Eu preciso de algo também — Meus olhos se estreitaram. Se ela
começasse a gritar sobre a cura sexual novamente eu vou jogá-la fora, mobília
legal, conjunto de bateria, e tudo mais. Ou lambê-la todinha. Com os meus níveis de confusão e estresse atuais, as chances eram cinquenta/cinquenta. Uma
oportunidade para me jogar nela poderia ser apenas boa demais para perder.
Afinal, quantas outras chances eu teria? A minha sorte tinha que correr para fora eventualmente. — E eu acho que você vai atender minhas necessidades com
perfeição. — Ela continuou.
— As suas necessidades?
Um lado de sua boca puxou alto.
— Toda mulher tem necessidades, jovem Camila. Quantos anos você tem, a
propósito?
— Vinte e três. Estou ciente que todos têm necessidades. Mas Lauren, eu não
vou atender a sua — Meu nariz levantando mais alto. Santa Maria José , eu queria
tanto atender suas necessidades, mas não quando ela me dava aquele sorriso maroto. Uma garota tinha que ter o seu orgulho.
— Claro que você está — Ela riu suavemente, maldosamente, vendo através de mim . — Você está morrendo de vontade de atender às minhas
necessidades. Você não pode olhar para longe do meu delicioso corpo seminu. Do
minuto em que eu abri a porta, esteve me apalpando. Era como se estivesse excitada ou algo assim.

Foda-se.

Fechei meus olhos por um momento, bloqueando-a na tentativa de recuperar o meu juízo. Se apenas meu coração parasse de deslizar em parada cardíaca com sua visão e seu som. Tornaria as coisas muito mais fáceis.
— Não, Lauren. Eu perdi o equilíbrio quando você abriu a porta para mim.
Encontrar você aqui foi realmente uma pequena surpresa. Não estou acostumada com as pessoas apenas vindo morar comigo, sem alguma discussão séria antes
— Quando abri meus olhos, ele estava em silêncio me observando. Me julgando.
— E eu não estava excitada com você.
A expressão muito calma em seu rosto dizia tudo. Ela não acreditou em mim, nem sequer um pouco.
— Hey, agora, não se envergonhe.
Eu não era uma virgem sem noção. Meu cartão V foi carimbado com o meu
primeiro e último namorado de longo prazo aos dezesseis anos de idade. Desde
que cheguei em Portland, eu entrava em encontros casuais. Por que não faria? Eu era jovem e livre. E gostava de sexo. Pensamentos de montar uma mulher seminua
em uma poltrona? Nem tanto.
Eu estava fora de controle. De jeito nenhum poderia deixá-la saber disso,
no entanto.
— Está tudo bem, moranguinho. Não me importo que você esteja excitada por
mim. Se é assim que sente a necessidade de expressar o seu carinho, isso é legal.
— Lauren  — Isso ia de mal a pior. Eu nem sei por que comecei a rir. — Por
favor, pare de falar. Eu preciso de um minuto. Considere isso um limite.
Seus olhos brilharam de alegria.
— Hey, você está pensando sobre o que te disse. Isso é ótimo. Eu respeito o
seu limite, Camila.
— Então por que você ainda está falando?
— Certo. Sinto muito.
Tentei encontrar a minha calma. Por que nunca arranjei tempo para fazer
yoga? Exercícios de respiração profunda teriam sido tão úteis.
Quando abri meus olhos, Lauren sorriu para mim serenamente. A idiota
arrogante. Tão confiante. Tão quente. E ainda malditamente sem camisa. O que era isso? Era outono em Portland, clima frio, chovia de vez em quando. As pessoas normais usavam roupas nesta época do ano.
— Você pode colocar uma camisa?
Ela coçou o queixo.
— Hum, não. Esse é o meu limite, me desculpe. Eu gosto muito dos seus olhares sensuais para me vestir — Merda, eu estava fazendo os olhos apaixonados ? —
Você é perfeita — Ela murmurou; seu sorriso firme no lugar. Droga, eu estava ferrada. — O que você acha que as minhas necessidades são, Camila?
— Estou ciente de que você está falando sobre sexo, Lauren. Isso é meio óbvio.
Mas por que, dentre todas as mulheres à sua disposição, você me escolheu? Eu
não entendo isso. E por que iria vir morar comigo, eu realmente tampouco consigo entender. Você poderia ter ido para um hotel ou alugar um lugar de sua
preferência muito melhor do que aqui.
— Nããão — Ela caiu para trás na poltrona, colocando seus dedos
entrelaçados em sua barriga plana. — Eu não estou falando de sexo. Gosto de
pensar que você e eu estamos acima de todas essas confusas, coisas físicas,
apesar de sua paixão por mim. O que eu preciso é de uma namorada... Bem, uma
namorada de mentira, e você, Camila cabello, é perfeita.
— Foda-se, o quê? — Ela soltou uma gargalhada. — Você está brincando —
Eu disse, aliviada. Bem, louca e aliviada. As estrelas de rock estavam tão
entediadas nesses dias que eles tinham de recorrer a tais extremos por entretenimento?
— Não, eu não estou brincando. Sua reação foi engraçada, só isso — Dedos
longos pentearam para trás o seu cabelo negro, puxando-o de seu rosto. — Isso é sério, uma transação comercial, e isso tem que ser mantido em segredo. Eu paguei o aluguel. Adquiri para você a mobília para repor a que aquela sua amiga idiota levou. Em troca, eu quero que você atue como minha namorada por um tempo.

Camren G!POnde histórias criam vida. Descubra agora