Capítulo 14

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Pov Carlota

1 mês depois...

Eu tinha viajado muito neste último mês, estive em Milão, em Londres, em Barcelona e em Nova Iorque. Precisei de ir até ao meu apartamento  nos Estados Unidos  e encontrar algumas respostas sobre a minha mãe. Também visitei a sepultura dos meus avós maternos, tentado ao máximo virar esta página à demasiado tempo aberta.

Eu sei que só passou um mês, mas eu sinto me muito mais estável e confiante depois de ter ido a Nova Iorque.  Se me vou desfazer do apartamento que herdei? Não! Não tenho coragem de me desfazer de algo que é  e foi importante, apesar de ter sido também um cenário de crime.

Estive lá apenas uma semana, depois fui para Milão onde me encontrei com o Ricardo, o meu agente, e desde daí  estive sempre  a trabalhar.  Ele é incrível e conseguiu uma data de trabalhos para mim. Tenho vivido tudo isto  a 200 por centro, chegando a casa no final do dia morta. Fiz algumas sessões de fotos, um passarela, formações e ainda uma data de presenças em eventos.

Tenho pedido ao Ricardo toneladas de trabalho para que chegue a casa morta o suficiente para tomar banho e meter me na cama. Sem pensar na seleção, sem pensar no André.... basicamente sem pensar. Contudo, isso não acontece bem assim. 

Sim, eu chego a casa mais do que porta e tomo o meu banho de banheira.  Mas, em vez de adormecer logo, eu fico a dar voltas  e voltas na cama até adormecer.  O André não me saí da  cabeça, eu tenho chorado tanto.

Tive que lhe deixar uma carta a dizer que eu ia desistir de nós, quando isso não é verdade! Não tive opção de escolha. Eu sabia que mais tarde ou mais cedo, ele vinha atrás de mim e seria tudo mais difícil.

Eu estava apenas a ama-lo e a protege-lo. Não podia deixar que ele perdesse uma oportunidade de trabalho.  Não era justo!

O meu pai diz que eu sou egoísta e que nunca vejo o lado dos outros. Pois bem, eu abri mão da pessoa que mais amo na minha vida para que ela realiza se os seus sonhos. Isso era egoísmo? Não me parece....

Desde do dia que ele me despediu, que eu nunca mais falei com o meu pai. Nem uma simples mensagem, nada! Ele também não fazia questão de ter contacto comigo, por isso! As coisas ficaram ainda mais estranhas e agora eu acho que não há solução. 

Apesar disso, eu tenho mantido contacto com a equipa. Troco algumas mensagens com o Rui Patrício, com o Quaresma e com o Renato. Eles vão me mantendo a par das coisas da equipa e assim.  Pelos vistos ficaram todos em choque com a minha saída.  Já arranjaram substituto para o meu lugar, mas a equipa não gosta dele e fazem lhe a vida negra. O Quaresma  contou me que o André se passou com o pobre rapaz num entrevista em direito  e saiu porta fora, deixando o rapaz super  envergonhado.  As coisas não estavam fáceis.  Sei que o moreno têm estado mais do que focado no jogo e agora só  vive para isso. Fiquei preocupada quando descobri que ele não jogou no primeiro jogo depois da minha saída, mas tranquilizei quando o vi em campo no jogo a seguir.

Também tenho falado muito com  a Rita  e é ela quem me mete mais a par sobre o André.  Pois, ele tem andado tão obcecado com o futebol que só treina e anda com um humor péssimo.  Sempre mal disposto e resmugao, não era fácil falar com ele.  Eu estava preocupada e cheia de saudades. Mas tenho evitado ver algum jogo para não começar a chorar babá e ranho, confesso. 

O meu telemóvel toca. Estava à espera do Ricardo para irmos para uma reunião com uma marca de sapatos.

Atendo sem ver quem era.

- Estou!?

- Carlora! Sou eu a Rita! Tens 5 minutos?

Ela parecia preocupada e nervosa. Para me estar a ligar, eu sabia que não era coisa boa! E apesar de eu não ter 5 minutos, eu previsava de ter esta conversa.

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