O som da música invadia os ouvidos de Magnus, enquanto o mesmo dançava ritmado com as batidas da mesma, com os olhos vidrados nas milhares de luzes coloridas que estavam no local. Submundanos cantando e dançando, provavelmente a grande maioria já bêbados, não poderia ficar melhor. Era o tipo de coisa que Magnus amava fazer antigamente, mas estava tão desanimado que nem se reconhecia mais. Já fazia um mês que iria todas as noites naquela boate Pandemônio, para beber e dançar como se nada importasse, como se nenhuma pessoa importante tivesse sumido em sua vida. Fazia um mês que Magnus e Alec estavam brigados, por um motivos de Alexander tentar tirar a imortalidade de Magnus, sem ele ao menos saber. Bane se sentiu violado. E eles brigaram e Alec confessou que não quer que ele fique de luto por ele. De fato Magnus iria ficar quebrado, com seus pedaços sumindo, dominados pelo o luto, mas a vida de um feiticeiro é assim, você vê as pessoas que ama envelhecer e morrer. Isso doía como uma lâmina serafim cravada em seu peito, mas ele estava pagando o preço de sua imortalidade e era culpado por amar os mortais.
Mas naquele momento chega ser esquecível para Magnus toda aquela briga, mas o que não lhe deixava em paz era o sentimento de saudade. Deveria estar rindo, mas estava algo muito errado, tudo fora de sintonia. Sentia falta daqueles olhos tão azuis quanto o céu, tão lindos, de acorda com o cheiro de café que Alec sempre fazia - deu um sorriso fraco de lembrar que Alec o obrigou a comprar aquela cafeteira - ou sentir ser abraçado por trás enquanto estava dormindo, cada toque, cada beijo, cada abraço, cada calor de seu corpo sentido por sua presença, cada mini detalhe e ação fazia falta em seu dia. Estava se sentindo vasio, coração vazio, não preenchido com o amor de seu Alec.
A saudade pode ser uns dos melhores sentimentos entre os piores, te marcando com belas lembranças que talvez nunca serão repetidas, com um gosto tão amargo quanto o luto, tão doloroso. Ela arde, ela é doce, com um gosto amargo no final. Todos os sorrisos dados aquelas noites, eram no fundo tristes, como uma pura encenação, fingindo estar bem com o tal pensamento "Tudo está ótimo, tudo está perfeito". Magnus se tirou dos devaneios e foi pegar mais uma bebida, pois estava ainda sóbrio e queria se afogar em alguma bebida o quanto antes mas toda vez era uma tentativa falha. Se encostou no balcão daquele lugar lotado, e logo falou com a voz pesada:
- Só mais uma cerveja ou cinco.
E mais uma lembrança lhe atingiu, Alec sempre pediu uma cerveja, pensou, desde do primeiro encontro ao último, mesmo jurando que ele não gostava daquela bebida. Bane se pegou pensando "Será que ainda importa de qualquer maneira?", todos aqueles bons momentos foram marcados, e como as coisas mudam. A noite inteira olhando o telefone, nem ao menos podia ligar para ele, perguntar se estava bem, ouvir a voz doce dele depois de tanto tempo já passado.
E não podia nem estar sozinho com ele agora, não podia acreditar que havia acontecido a tal briga estúpida. E todos esses pensamentos e sentimentos não importavam se Alexander não precisava deles, será que ele estava tão perdido quanto o próprio Magnus?
Magnus não sabia como irá agir, aqueles dias estavam passando como uma eternidade sem Alec. E precisava acabar com isso. Precisava de Alexander. Uma dose do seu amor. Mas não conseguia encarar nem Alec nos olhos, isso doía. A bebida já havia chegado a algum tempo, mas Magnus continuava preso nos seus pensamentos, se perguntando se deveria falar sinto muito ou dar mais tempo.
"Será que acabou?"
"É minha imaginação?"
"É algo que eu estou tomando?"
"Porque não tiro Alexander da minha cabeça?"
Estavam apaixonados, estavam amando, experimentando o amor ao extremo, agora eram como estranhos um para o outro. E isso machucava. Desalinhava tudo ao redor deles. Interferindo o modo de agir, de ver o mundo, de sentir, de falar. Sempre enfrentariam problemas, mas eles prometeram sempre estarem junto um ao outro, e a situação fugiu do controle aparentemente. Magnus tinha medo disto e logo aconteceu. Perde Alexander por motivos de sua imortalidade. Ele era culpado afinal? Não faria a mesma coisa? Não, não sabia se faria. E ficar se corroendo não iria ajudar e mudar nada. Então ele apenas pegou duas doses porque nada disso importa agora. Só estava tentando afogar a saudade em cada gole de bebida tomado. Mas ele era afogado em um rio, em um mar, em sua perdição pela a própria saudade. Tudo o que queria era Alec, tudo o que tinha era o gosto amargo da saudade. Com os pensamentos girando e torno do mesmo tema "Droga, eu sinto sua falta Alexander".
