Qual seria o desastre se eu deixar que me vejam?
Se eu me permitir mostrar o que sou sem filtros, sem fingimento? Seria tão terrível assim dizer o que penso, mostrar o que sinto?
Só quero me abastecer destes momentos de pura intensidade,
me permitir aproveitar as sensações de ouvir o que nunca ouvi,
sentir texturas que á tempos não tateio e apreciar a normalidade do cotidiano.
Quero sentir meus olhos arderem de tanto ler,
meus ouvidos se agraciarem com o que querem ouvir e meu corpo com momentos banais se tornarem vívidos novamente.
Detalhar isso no papel como eu quero, usando palavras jamais usadas por meu grafite
e depois sentir meus olhos se agradarem com a grafia disforme e as palavras poéticas de súbito encanto com a vida e sua existência,
sem ser preciso se preocupar com o que acontece em consequência aos moimentos detalhados da natureza.
Quero poder me impressionar com tudo que me cerca e com como isso afeta os outros por meus momentos de excentricidade escondida,
poder passar despercebida por quem não quero que me perceba e ser percebida por quem quero sem perceber.
Aproveitar momentos a sós com minha própria companhia para bolar planos de sobrevivência
e soluções utópicas para os problemas da humanidade sem realmente por em prática,
porque eu pertenço a esta linha de pensamento em que tudo me pertence sem nada enfim ter,
me deixando livre pra acreditar que tudo vai ficar bem sem me preocupar em morrer
e quem eu vou perder, pois todos se vão ,
não há como errar que num mundo de tantos opostos que se tem como viver sem pensar em morrer internamente para viver.
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caos
Fantasium pedaço de mim, meus pensamentos, meu sentir visceral , ou seja, meu caos