Capítulo 4

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Capítulo 4

O tempo passou e eu nem havia percebido, já eram seis e quarenta da noite, e eu estava cada vez mais envolvida com os contos sobre as herdeiras do mundo oculto, sobre a rebelião e como as rebeldes agora governavam. Li também sobre a morte das bruxas brancas, tudo aquilo embaralhava cada vez mais minha mente, e despertava imensos medos em mim.

Navegando pela famosa deep web, encontrei uma pagina que dizia "caso queira conhecer a verdade oculta do outro lado, vá a biblioteca local e procure pela estrela negra." Aquilo parecia uma piada, quem ia a uma biblioteca procurar estrelas? Mas algo em mim dizia que havia mais por traz daquilo. Decodifiquei a pagina toda e não encontrei nada, aquilo estava me irritando, não tinha nada. Mas eu sentia que era mais do que uma simples pegadinha ou piada.

Peguei meu celular e mandei um sms para Daniel.

Dan preciso falar com você, podemos nos encontrar?

Depois de alguns minutos recebi a resposta.

Na escola, ás oito.

Olhei o relógio e vi que eram sete e meia, tomei um banho rápido e vesti roupas simples, uma calça jeans, blusas de mangas longas brancas e uma sapatilha preta de caveirinhas brancas. Peguei o notebook e o caderno que fiz anotações e desci, minha avó estava sentada vendo o jornal.

− Vovó eu vou dar uma saída, prometo que não volto tarde. – Eu disse me direcionando a porta.

− Oh Querida, eu não quero incomodar, mas algumas coisas acabaram, receio que não teremos almoço amanhã, eu ia te dizer mais cedo porem você não desceu do quarto nem para comer. Está tudo bem? – Ela disse e só então notei que havia passado o dia inteiro sem comer e sem falar com minha avó.

− A senhora não almoçou? Eu sinto muito vó, eu estava distraída com os estudos e me esqueci de descer, coma algo, eu trago o que puder na volta. – Eu disse e dei um beijo em sua testa, ela balançou a cabeça concordando. – Coma algo! – Eu disse por fim e sai.

Nesse momento me senti extremamente culpada por não ser mais próxima de minha avó e por sentir-me cada vez mais distante, mesmo não querendo. Acho que no fundo eu sabia que ela não ficaria mais comigo por trinta ou quarenta anos, talvez nem vinte. Eu estava entendendo que o tempo estava passando e as coisas já não eram como antes.

− Está atrasada! – A voz de Daniel me tirou dos meus pensamentos.

− Sempre estou. – Eu respondi com um breve sorriso.

− O que aconteceu pra me cogitar assim, com tanta urgência?

− Bom, digamos que uma pequena parcela de mim tenha acreditado nessa baboseira toda de mundo oculto que você me contou, e eu como cética estudiosa, decidi pesquisar um pouco a respeito e gostaria de conversar mais sobre. – Eu disse abrindo minhas anotações e meu notebook com as diversas guias abertas no Google.

− "Pequena parcela", entendi! – Ele disse irônico, folheando minhas folhas de anotação.

− Eu não entendi muita coisa, e não achei nada sobre o colar ou essa tatuagem desnecessária. – Eu disse sem ânimo.

− Claro, porque nada do que você anotou é verdade, essas informações são teorias humanas, meios de explicar o sobrenatural segundo suas próprias conclusões. – Ele disse atento a cada detalhe que eu havia escrito.

− Mas Dan, se não tem nada na internet, como eu vou saber se tudo isso é real?

− Vai ter que ter fé, acreditar em mim e descobrir por si mesma.

Em Busca do OcultoWhere stories live. Discover now