Capítulo 3

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Capítulo 3

O sol queimou meu rosto, senti uma forte dor nas costas, abri os olhos e vi o céu acima de mim, olhei para o lado e o vi, ele estava dormindo ainda. Daniel e eu havíamos passado a noite na montanha, não me lembrava de como havia caído no sono, provável efeito do álcool que consumimos na noite passada.

− Daniel, acorde! – Chamei enquanto o chacoalhava. – Vamos já amanheceu.

− Caramba, caímos no sono ontem. – Ele disse tapando os olhos com a mão por conta do incômodo causado pela claridade.

− Sim, são seis e meia, dá tempo de te deixar em casa e ir tomar café com minha avó. – Disse me levantando a juntando as garrafas e o resto de nossa sujeira.

− Beleza. – Foi tudo que ele disse antes de se levantar.

Enquanto voltávamos conversamos bem pouco, descobri um pouco mais dos interesses de Daniel e pude lhe contar sobre minha história, o modo como eu amava minha avó e tudo que já havíamos passado. Ele se mostrava interessado e não fazias muitas perguntas. Após deixa-lo na esquina de sua casa eu segui para a minha já aguardando um sermão de minha avó.

− Querida, que susto você me deu, estava prestes a chamar a polícia. – Minha avó disse me abraçando assim que adentrei a casa.

− Desculpe vovó, eu saí com um amigo e acabamos pegando no sono, prometo não fazer isso de novo.

− Um amigo? Não sabia que estava saindo com alguém, quando pretende me apresentar? – Ela dizia empolgada me arrastando casa adentro.

− Não estamos saindo nesse sentido vó, é só um amigo mesmo, mas prometo te apresentar ele. – Eu disse rindo.

Eu nunca havia apresentado nenhum amigo, namorado ou ficante para minha avó, tinha medo do que ela pensaria e nunca tive nada sério com ninguém. Mas sentia que Daniel iria gostar de conhecê-la.

− Sabe, acho que um namorado te faria bem querida, você é tão sozinha. – Ela voltou a dizer assim que entramos na cozinha. – Eu tive alguns namorados na minha adolescência, mas nenhum deles prestava, minha mãe queria morrer com cada cara que eu levava em casa.

− Vó, eu e Daniel não namoramos, nem se quer ficamos, somos somente amigos. – Eu ri de sua empolgação. – Acredite, prefiro ficar sozinha.

− É como eu sempre disse querida, antes só do que mal acompanhada. – Ao dizer isso ela soltou uma gargalhada que me fez sorrir também. – Vá se arrumar querida, ainda é quarta e a senhorita tem aula.

Dei um sorriso, subi as escadas e fui direto para o banheiro, parei em frente ao espelho reparando detalhadamente, eu me sentia diferente, não um diferente do tipo esgotada, pelo contrário, me sentia mais forte e disposta.

Decidi tirar o amuleto para tomar banho, mas ao levar a mão à nuca para abrir o fecho, não o encontrei, girei o amuleto em meu pescoço procurando um meio de abri-lo e tirar, mas não havia um meio, tentei arrebenta-lo, mas parecia impossível, comecei a me desesperar, sai do banheiro e desci as escadas. Embaixo da escada havia um compartimento onde vovó guardava algumas ferramentas antigas, abri a enorme caixa e retirei de lá um alicate, corri de volta ao banheiro e tentei de todas as formas abri-lo e não consegui. Vencida, desisti.

− Mas que diabos é isso? – Disse olhando fixamente o reflexo do amuleto.

Tomei meu banho e me arrumei para a escola, minha pequena guerra me atrasou para a escola e eu tive que sair sem tomar café. Dei um beijo em minha avó e corri.

Quando cheguei à escola meus amigos já estavam entrando, me aproximei de Soraya e a mesma se assustou.

− Caraca Chris que susto. Achei que você nem vinha hoje.

Em Busca do OcultoWhere stories live. Discover now