capítulo 11

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Edgar

Silêncio.

Ao longo da vida aprendi a notar sinais errantes, descobri como prever brigas em situações extremas e como entender mensagens e indicações.

Então não é uma surpresa que meu corpo esteja em alerta a cada pequeno som do esconderijo.
Faz dias que nada acontece, sem tentativas de morte, o vídeo da câmera de segurança do prédio onde White hackeou não mostra nada.

Tudo que fiz nas últimas semanas foi estar cada vez mais perto de Julie.
Nosso relacionamento foi sobrecarregado e não tivemos a chance de agir como Namorados normais, e sei que ela merece isso.

Foda-se se não sei que minha ruiva é espetacular para um homem como eu.

-Não gosto desse silêncio...-Scott resmunga do outro lado da sala.

-Também não, o que odeio mais do que não saber com o que estou lutando é não ter o que lutar.

Mexo a xícara de café em minha frente desejando fortemente que fosse whisky ao invés do líquido preto.
Ficar confinado em um apartamento subterrâneo mexe com meu bom senso.

Deveria estar atrás de quem quer me matar, não parado em uma maldita cozinha bebericando café enquanto às pessoas que eu me importo estão na superfície.
Foi difícil como o inferno passar o natal longe de Liza.

-Ei...-sinto o toque leve em meu braço e levanto o olhar.

Julie é meu raio de sol em meio a tempestade, sou um fodido egoísta mas amo essa mulher o suficiente para ficar longe.

-Oi, venha aqui.-puxo seu corpo para ficar entre minhas pernas-Já disse que te amo hoje?

Ela sorri e acena.
Sei que o disse, é a primeira coisa que faço quando acordo. Depois de dizer pela primeira vez que a amo parece que necessito confirmar isso todos os dias para provar que não estou em um sonho.

-Disse sim, meu mafioso sexy...-sussurra.

Tomo sua boca em um beijo duro.
Julie deixa meu corpo uma massa de modelar cada vez que está perto.

-Oh casal apaixonado!-Scott grita como esperado-Eu também como nessa cozinha então nada de sexo no balcão para vocês seus coelhos!

Olho para meu amigo e levanto o dedo médio.

-Acho que você só está com inveja pois tenho alguém para abraçar a noite!-provoco.

-Inveja? Eu estou muito bem em dormir sozinho, sem outro corpo para invadir meu espaço... Talvez só precise de uma boa noite de suor muito sexo para desinfetar esse clima romântico que impregnou desde que voltei para cidade... Sério todos vocês são tão amáveis e apaixonantes... Isso enoja.

Reviro os olhos para o homem de olhos azuis limpando uma arma como se fosse brinquedo. Scott pode ser meu melhor amigo e ter o bom humor de um cara legal, mas é tão mortífero quanto o mais puro veneno.
Não deixe-se enganar pelo rostinho bonito.

-Você nunca se apaixonou Scott? Faz bem para alma.-Julie brinca.

Meu corpo fica tenso e fixo meu olhar em Harris, o sorriso que ele mantinha deu lugar a uma expressão vazia.

-Sim, e foi tirado de mim não só a minha alma...-responde ficando de pé.

Seguro o ombro da minha ruiva.

-Pode pegar outra xícara de café para mim chapeuzinho?-mudo de assunto.

Foi engano meu em achar que Julie deixaria para lá.

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