capítulo 14

68.1K 8.3K 3.1K
                                    


!! OBRA FICTÍCIA SEM APOIO A VIOLÊNCIA.
A história envolve crimes e atos ilícitos por ventura do enredo.
A autora não aprova violência contra mulher ou qualquer outro meio-forma de agressão seja física ou verbal.
Entendam o meu lado. Só porque escrevo sobre tal gênero e ações não significa que aprovo ou aprecio.

Greenelly 2018.

Julie

Eu prometi que não iria deixar a dor me consumir. Consegui levar essa promessa até o momento que a água quente do chuveiro no hotel jorrou.
Eu chorei no banho naquela noite.

Chorei por mim, chorei por ter caído tão facilmente em um amor louco.
O hotel onde Scott fez minha reserva era agradável, depois de passar o dia em posição fetal imaginando como será daqui para frente, quando a noite caiu o sono fluiu sem sonhos.

Acordar na manhã seguinte foi tão doloroso quando ir dormir. Qualquer espectativa de melhorar foi para o ralo quando uma onda de choro veio novamente. Quão patética sou por chorar por alguém como Edgar?

Minha rotina se tornou um círculo autodepressivo, e persistiu até a sexta feira. Uma parte de mim queria ficar no quarto para dolorosamente lembrar de cada pedacinho bom com o bastardo de olhos verdes, mas a parte sã do meu cérebro gritou para correr atrás de um emprego.

O quarto de hotel estava quase da mesma forma de quando cheguei, com o dinheiro que tenho só conseguirei levar algumas semanas antes de não ter um mísero dólar.

-Além de destruir minha vida também deixou-me sem dinheiro, perfeito!-grito para ninguém em particular.

Mexo em minha bolsa na procura do celular quando batidas na porta me fazem pular. Meu coração dispara e tento jogar para o lado o medo irracional.

Deve ser engano.

Ando até a porta e abro sentindo um frio na barriga.
Do outro lado está um idoso com metade do rosto desfigurado e um sorriso alegre, ele avalia meu corpo e fico tensa.

-Posso ajudar?

Com um sorriso ainda maior ele levanta a mão e aponta uma pistola antiga mas não menos mortal até meu peito.

-Ele sempre teve bom gosto, mas acho que não o ensinei tão bem assim...-o velho diz com falso desapontamento-Meu filho precisa de muito mais para ganhar de mim.

Com a arma na altura do meu coração não ouso mexer.

-Eu não conheço seu filho... Olha por favor abaixe a arma!

O brilho nos olhos do homem fez meu corpo amolecer de pavor.

-Oh como Edgar é insensível, aposto que ele não falou do pai.

Pai.

O ar do meus pulmões fica preso.
Edgar contou sobre o pai psicopata e de sua morte em uma cabana em chamas. Eu vi o medo no olhar quando narrava sua vida.

-Bill.

Ele sorri.

-Ele nunca levou nenhuma namorada para me conhecer, acho que posso estar um pouco chateado por meu filho ter deixado-me para morrer queimado...-conta passando o polegar onde seu rosto está manchado-Mas eu vivi, para o seu azar.

Eu só posso ser a pessoa mais azarada do mundo.

-Meu? Ele me dispensou e seja lá como for nós podemos conversar.

Bill ri alegremente.

-Eu vou conversar pequena vadia, mas será enquanto ele assiste sua morte lentamente...-com um assobio dois homens enormes entram no quarto-Não é pessoal, você só se apaixonou pelo homem errado.

Na Sombra do Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora