Prologó

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5 anos antes
7 de abril de 1999

O dia amanhece chuvoso, pode se notar pequenos granizos que parecem brincar em cima do meu cabelo, meus pais sempre tiveram uma convivência um pouco turbulenta mas nada que alterasse algo, até que naquele infernal dia tudo mudou.

Eu estava brincando com as pequenas gotículas de gelo quando ouço minha mãe chamar por mim.

-Lucinda já pra dentro -Sua voz estava roca pelo resfriado que pegará a pouco tempo.

-Estou indo mãe -Grito e corro em direção a casa que ficava um tanto afastada de onde eu costumava brincar, corro um pouco e dou de cara com meu pai saindo e levando junto com ele una mala.

Olho pra ele tentando entender por que estava com aquilo, e o que tinha dentro, não lembro dele me falar que viajaria, paro em sua frente e coloco as duas mãos na cintura pra perguntar por que ele saia desse jeito.

-Papai onde o Senhor vai com essas malas? -Perguntou e sinto uma pontada no peito como se já soubesse a resposta.

-Longa história meu amor, o papai vai passar um tempo fora, mas nunca vou ficar longe da minha pequena -Meu pai fala e deposita um beijo demorado em minha testa.

-E a mamãe? O senhor separou dela? Por que vai embora? -Meus olhos estão marejados e vejo uma lágrima solitária descer do rosto de meu pai

-Luce meu amor, o papai volta um dia pra te buscar, agora entra antes que você pegue um resfriado -Meu pai fala e segue rumo ao pequeno corsa que esta logo a sua frente.

Dou uns curtos passos e vou até o carro de meu pai, o agarro pela cintura e ele me gira e posso perceber as pequenas rugas que aparecem no seu rosto quando sorri.

-Parece que alguém está pesando mais não é mesmo? -Ele brinca e coloca meu cabelo atrás da orelha

-Papai eu te amo -Digo e lhe dou um abraço mais apertado ainda

-Também lhe amo minha pequena Luce -Ele diz e entra no carro, fico lhe observando até não poder vê-lo mais, sinto uma dor horrível tomar conta do meu corpo, meu pai sempre cuidou tão bem de mim, sempre me protegeu da mamãe, e agora como será ficar sem ele?

Volto pra casa e minha mãe já esta impaciente cortando umas verduras que dará ponto à uma sopa deliciosa, olho pra ela e está com os olhos totalmente inchados, sei que eles brigaram mas prefiro não tocar nesse assunto, pego as verduras e faço o favor de lavá-las pra cozinhar, ela me olha e não diz nada.

-Mãe quando terminar posso ir na casa do Daniel??? -Pergunto ainda lavando as verduras

Daniel é meu amigo de infância, conheci quando estavamos ainda no jardim e daí nunca mais nos disgrudamos, minha mãe nunca gostou muito dele porque pra ela eu tinha que ter amigas meninas, mas eu nunca me importei muito com isso, já meu pai amava o Daniel ele é amigo da família dele e sempre que podia me levava lá.

-Já falei que não quero ver você andando com esse menino -Ela diz e sua voz parece firme

-Mas por que? -Pergunto mas já sei qual é a resposta .

-Porque não Lucinda, mania de fazer tantas perguntas. -Reviro os olhos e termino o que estou fazendo, como um pouco da sopa, e subo a escada rumo ao meu quarto, chegando lá me tranco e vou ouvir músicas.


Entre Dois AmoresOnde histórias criam vida. Descubra agora