CAPÍTULO 01

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Maria Fernandez virava -se para começar a vigésima volta quando, ao ver de relance um par de pernas, parou bruscamente à borda da piscina.

_Meu Deus, Carlos! _ ela exclamou com irritação _ Quase  me matou de susto!

_ Nada nem ninguém é capaz de matá - la de susto _ respondeu rindo o irmão. _ Pensou que eu fosse quem ? Um estrupador?  _ Ele riu de novo . _ Eu teria pena desse pobre que pusesse os olhos em você. Sei quem acabaria ficando por cima, querida irmãzinha.

Maria lançou ao irmão um olhar frio de censura. A sua intenção lhe dizia que ele se referia  à sua fama de devoradora de homens e não à sua habilidade em artes marciais. Carlos adorava o jogo de palavras.

_ O que você quer, Carlos? Não é de seu  fetio acordar  antes das três da tarde. Isso quando volta para a casa na noite anterior

Na opinião de Maria, Carlos era um caso perdido. Além de mimado, egoísta e preguiçoso, era bonito até demais. Chegou aos 29 anos na condição de playboy da pior espécie. Já havia destruído inúmeros casamentos.

_ Espero que não tenha vindo pedir mais  dinheiro _ ela acrescentou ferinamente, saindo da piscina e tirando a touca de banho. Uma cascata de cabelos negros caiu-lhe sobre a testa e os olhos. Maria afastou os cabelos do rosto, pegou uma toalha e começou a secar-se . _ Se veio para isso, perde seu  tempo.

_ Ora, não estrague meu  prazer. _ Ele retrucou com petulância.

_ Sua ideia de prazer não é igual à minha.

_ E mesmo?  Sempre pensei que fosse ... Como você, também gosto de jovens.

Maria encarou o irmão com expressão de desgosto. Era verdade que alimentara fama de devoradora de homens ao aparecer em público com inúmeros rapazes com o motivo de virar notícias nas colunas de merexico dos jornais.  A maioria de seus supostos amantes eram playboys da alta sociedade da Cidade de México. Os outros, no entanto, eram seus funcionários, secretários particulares, motoristas, invariavelmente másculos, jovens e bonitos.

Maria deconfiava que esses homens mentissem alimentando os boatos de sua  voracidade sexual, julgando ser o único a fracassar em levá -la para cama. Pois tudo nao passava de uma farsa, uma vingança, com a ideia de que uma pessoa em especial se sentisse ferido com sua fama de escandalosa : Estevão San Roman, o único amor de sua vida.
Afastou esses pensamentos, não queria pensar em Estevão nem no romance que haviam tido muitos anos atrás. Nem no rancor e ódio de como tudo havia acabado.

_ Vou entrar _ disse ela. _ Não vou ficar aqui ouvindo suas babaquices.

_ Porque despediu o motorista ? _ ele quase gritou tentando manter conversa. Na verdade, adorava atormenta-la. _ Acaso ele tentou ser muito ousado ou ... Não conrespondeu suas expectativas ? _ finalizou com ironia.

_ Não seja tão asqueroso, Carlos. Simplesmente não necessito mais dele.

_ Entendo. Então já tem outro garotao com quem provocar Estevão San Roman?
Maria engoliu em seco, tentando se conter.

_ Pensou que eu não soubesse ? _ Carlos sorriu com pura malícia, caminhou até ela. _  Pobre Maria! Pensou que eu não soubesse do seu tórrido romance com o marido de nossa meia-irmã, no passado ?

_ Ele não era marido dela! Eles não estavam namorando quando conheci Estevão. Estava em período de experiência na empresa. Fabiola só começou a sair com ele depois que voltei para o colégio interno. Não tirei Estevão de Fabiola . Foi ela quem o tirou de mim!

_ E depois, Maria? Eles já estavam casados, não?  _ Maria fechou os olhos e estremeceu. _ E você fez amor com ele _ Carlos prosseguiu sarcástico.

CORAÇAO DE FOGOOnde histórias criam vida. Descubra agora