CAPÍTULO 06

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Maria não conseguia se concentrar no trabalho. Só pensava em estar novamente com Estevão.
Finalmente chegou a hora do almoço  e saiu apressada rumo ao hotel.
Assim que entrou, viu-se com as costas coladas na parede. Ela o encontrou com o mesmo desespero que ela. Ambos estavam ofegantes pelo desejo.
As mãos dele não paravam quietas, viajavam pelo corpo de Maria, apertando- a, estimulando-a mais ainda.
Abriu-lhe o casaco, arrancou a blusa de baixo e por cima do sutiã apertava os seios dela enquanto chupava o pescoço de sua amada.

Tropeçando pelo caminho, derrubando móveis, finalmente chegaram à cama. Ele caiu por cima dela. Não despregavam suas línguas um só minuto.
Livraram-se das roupas e  agora completamente nus rolavam pela cama.
Então, ele entrou nela, forte, firme e quase selvagem.
Ora ouvia-se os gemidos e chocar dos corpos um contra o outro ora ouvia uns gritos por parte de Maria quando ele a investia com força atingindo todas suas terminaçoes nervosas.

Chegaram ao clímax juntos e Maria sentia-se como se tivesse corrido uma maratona, cansada, sem forças mas completamente saciada.

Nua na  cama, deitada com a cabeça apaioada na dobra do braço de Estêvão, ela examinou o quarto e deteve-se nas roupas de ambos  jogadas pelo chão. Ela riu-se  ao lembrar como se despojaram das roupas. Ela chegou louca para fazer amor com ele e ficou radiante ao encontrá-lo com a mesma disposição.

Estevão traçava lentamente com os dedos, linhas pelo corpo dela.

__ Você não pediu que eu usasse nada __ ele murmurou __ Acha isso prudente?

Diante de sua fama de estar com vários homens, era  uma pergunta bastante compreensível, mas ela reagiu mal.

__ Para você ou para mim?  __ Perguntou indignada.

__ Responda, Maria. Você tem feito sexo seguro?

__ Muito seguro __ ela respondeu, pensando que não fazer sexo há mais de 20 anos era o que havia de mais seguro no mundo.

__ Não estou falando de anticoncepcional.

__ Não tomo isso.

__ Não é perigoso? Você ainda não passou da idade de ter filhos. __ ele afirmou.

__ Não posso... __ ela interrompeu a frase. Ia dizer " não posso 'mais' ter filhos". __ Não posso ter filhos __ disse ela, levantando-se. __ Vou  tomar uma ducha.

Estava debaixo do jato de água quando Estevão abriu a porta de vidro.

__ Há quanto tempo sabe disso?

Maria ergueu o rosto para a água, escondendo as lágrimas.

– Faz tempo – ela respondeu,  antes de abrir os olhos e ver que ele não estava mais ali.

Cinco minutos depois, ela voltava para o quarto enrolada numa toalha.
Deitado na cama, Estevão parecia pensativo.

– Porque nunca me contou?

– Porque  eu faria isso? – ela soltou a tolha e enfiou-se na cama com ele.

– Isso explica muita coisa. Uma mulher que não pode ter filhos é capaz de estranhas atitudes. Foi algum aborto que você fez e deu complicações?

Maria sentiu algo partir-se dentro dela. Era um assunto bastante delicado e começou a chorar.

– Meu Deus, Maria. Não chore! Não posso suportar isso.

Ele levou as mãos ao rosto dela e começou a beijar-lhes as lágrimas. Depois começou a absorver os lábios, os soluços e a língua dela com um desejo espantoso.

CORAÇAO DE FOGOOnde histórias criam vida. Descubra agora