Na sexta - feira de manhã, Maria examinou atentamente o guarda roupa, imaginando que cada peça produziria em Estêvão.
Como nao poderia esperar nenhum sentimento mais profundo e delicado, ela precisava de proteção. E o melhor modo de proteger-se era vestir -se com ousadia, provocando o desejo carnal e o desprezo daquele homem.Maria sabia muito bem que ele nao tocaria alguém que desprezasse. Assim ela estaria a salvo.
Um vestido azul turquesa chamou -lhe atenção, o vestido caía-lhe como uma luva. Na parte de cima, a aderência ao corpo evocava, antes uma sutil promessa, em vez de uma aberta provocação.
Sutil ?? Não havia nada de sutil naquele vestido curtíssimo expondo as belas coxas e pernas. Uma vez usou ele no clube e sua foto saiu em todas as colunas sociais. Tinha certeza que Estevão tinha visto. Nada a fazia sentir -se melhor do que saber que poderia ter abalado o equilíbrio de San Roman.
Nao era uma questão de vingança por uma mulher desprezada Era uma questão de justiça. Estevão tinha que ser punido pelo que aconteceu no passado.A imagem de sua filhinha veio -lhe à mente, mas Maria a afastou. Estava treinada para nao pensar mais nisso. Tinha feito de tudo na tentativa de encontrá-la. Por fin havia desistido. Era matar -se, enlouquecer e tudo culpa de Estevão.
A decisão de deixar o passado para trás e prosseguir vivendo tinha sido corajosa. Isso não queria dizer que não sofrera mais, nem que conseguisse evitar tais lembranças. Essa era a segunda recaida. A primeira foi quando viu a maldita pedra preciosa.
Maria estremeceu, mas logo se recompos, usando toda sua força de vontade para retirar do rosto a expressão de angústia. Seus olhos de tigresa agora refletiam um brilho gelado capaz de aterrorizar qualquer inimigo. E, ultimamente, Maria tinha un único inimigo: Estevão San Roman.Se usasse as sandálias de salto sete meio, pensou ela, poderia ficar com ele ombro a ombro.
Bem nem tanto, admitiu. Estevão era alto. Como se não bastasse, tinha ombros largos e pernas de fazer inveja a qualquer jogador de futebol. Acrescente-se a isso um rosto lindo, um olhar sedutor . Chegava ser injusto que houvesse um homem tão atraente.
Maria suspirou, seu corpo e coração faziam-na recordar coisas que ela queria esquecer: Estevão a beija-la na empresa , quando ela tinha dezessete anos; Estevão a fazer amor com ela pela ultima vez sobre a mesa do escritório ....
Maria fechou os olhos, detestando a onda de calor que invadia seu corpo, mas arregalou -os ao sentir que os seios endureciam.
Furiosa com a falta de autocontrole, jogou o vestido sobre a cama e correu para o banheiro.
A excitação logo deu lugar a emoções mais satisfatórias. Um sorriso de malícia saiu de sua boca. Hoje ela faria Estevão contorcer -se na cadeira. Era o mínimo que podia fazer por si própria e por seus malditos desejos.
>>>>>>>>> Horas depois
A determinação de Maria durou até o momento em que o táxi parou em frente ao palácio de justiça e ela viu Estevão caminhar em sua direção. Seu estômago contraiu-se ; desânimo e irritação juntaram-se para estragar o plano de mostrar-se impiedosamente sedutora e indiferente.
" O que está acontecendo ?", perguntou a si mesma. Tratava de Estevão, o homem que quase a destruira, não devia sentir- se abalada sexualmente por ele.
Entregou uma nota ao taxista e começou a sair do carro no momento que Estevão passava a seu lado. Ambos trocaram olhares, a porta se abriu, deixando as pernas de Maria expostas ao sol da primavera.
Quase parando, Estevão percorreu com seus olhos bonitos o corpo de Maria, atento a todos os detalhes que ela quisera exibir.
Tal reação restabeleceu a confiança de Maria, que se levantou, esticando o corpo com graça de uma gata siamesa.
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CORAÇAO DE FOGO
Romanzi rosa / ChickLitSe amavam desde muito jovens, Mas foram separados por armadilhas de pessoas crueis. Os anos passam e ambos nutrem odio/amor um pelo outro. Voltam a se reencontrar e a paixao se incendeia entres eles novamente.