Prólogo

38 5 4
                                    

2029

O sino tocou em uma melodia ensurdecedora.

Apressei o passo, mas já era tarde demais. Infelizmente, ás pessoas decidiram ficar aglomeradas, justamente quando eu mais precisava passar, corri pelo corredor, chegando á porta da sala, avistei o professor, para á minha má sorte ele já estava aplicando a prova, como se não pudesse fazer o meu dia ainda melhor, ele estava com pressa. Automaticamente praguejei baixinho, levantei meu olhar, mas não havia ninguém prestando atenção em mim, joguei meus livros de lado.

Sentando na última cadeira, que ainda por cima estava quebrada, rapidamente senti um alívio, isso que acontece quando se senta no mesmo lugar desde o quinto ano, aquele espaço abandonado no fundo da sala, perto da porta, porém eu estava mais desconfortável, porque ás minhas esperanças estavam se extinguindo como um fósforo mergulhado na água. O professor, é claro, já havia percebido a minha misera presença. Ele era um cara considerado um fracassado, que possuía uma cara de fuinha, possuía um corpo grande e gordo, com o rosto sempre suando a óleo, infelizmente ele me odiava, desde o dia em que ele me chamou para sair e eu gentilmente recusei, depois deste acontecimento, minhas notas não passaram de dois, mesmo que todas as respostas estivessem corretas, entretanto quem dá ouvido a uma pessoa tachada de incapaz psicologicamente pelo que parecia toda a população do colégio.

- Senhorita Evelyn! – chamou o senhor fuinha, se aproximando, até que para um cara gordo, ele se movia rápido. – Onde você estava? Já viu que horas são?- disse pausadamente, esperando pacientemente pela resposta ao seu grito.

- Típico de uma irresponsável, nem ao menos sabe cumprir horários. - disse finalmente, com aquele o tom de superioridade.

Mas não houve resposta ao grito e nem muito menos ao insulto; eu não devia explicações a este balão, meus pensamentos voltaram ao instante em que deixei minha a irmã no colégio há poucos instantes. Eu tinha certeza que chegaria no horário, mas agora estava decepcionada. Minha testa franziu com a irritação – não era nada divertido ser repreendida por este crápula. Olhei para trás institivamente, onde a porta parecia se estreitar em uma passagem que dava no paraíso.

Eu podia escutar as risadas que ecoavam através das janelas, até sentir uma sensação crescente, raiva, por ainda estar a mercê desta criatura denominado educador. Nada de distrações; talvez eu pudesse ir embora se não fosse pelo fato de Kailina depender de mim.

Dando de ombros, tentando me conformar, apenas me concentrei na prova à frente. 

A Refém Da Escuridão.Onde histórias criam vida. Descubra agora