A Surpresa

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A adrenalina percorreu cada centímetro do meu corpo, poderia até dizer que meu coração estava acelerado, mas jaz um tempo que estava perdido pelo tempo.

Uma mulher abriu a porta lentamente, eu me virei com muita cautela, não sabia o que esperar, olhei atentamente a figura a minha frente ela não possuía mais do que quarenta anos, os seus cabelos grisalhos a denunciava, tinha a pele clara com apenas algumas marcas de expressões e os olhos claros que nem o meu, era linhagem da família Casten. Possuía cabelos castanhos claros curtos que combinavam com a sua idade, era baixa e apesar da idade, era bem magra, uma energia poderosa emanava dela, mais estava forte demais para uma pessoa só. Automaticamente olhei para sua barriga e uma leve curva no vestido florido denunciava a gravidez.

- Pois não? – Disse a mulher, franzindo o cenho, bem desconfiada.

- Há quanto tempo... Tia – pronunciei esta última palavra com uma dor inesperada.

A mulher ficou estática, e começando a perder a cor quando falou;

- Evelyn? Como... Como, eu achei que estivesse morta! Há tantos anos não tenho notícia suas, não depois da morte... – gritou Celena, articulando muito rápida.

Um rubor inesperado subiu em minhas faces.

- Não vai me convidar para entrar? - Perguntei calorosamente, satisfeita com a reação que causei, tentei combater a sensação de euforia, não vai ser fácil terminar com o meu trabalho, se meu lado sentimental continuar a interferir.

- Claro, entre, por favor. – Disse Celena sem graça.

Preparei-me para as lembranças e como esperado elas invadiram-me como em vendaval. A casa era simples sempre fora na verdade, apenas dois andares, bem cuidada, com cômodos pequenos e um quintal grande. Sentei-me na poltrona que me confortará quando cheguei nesta casa.

Eu sempre me lembraria como se fosse ontem, a chegada nesta casa estranha aos doze anos, sem minha irmã, sem minha mãe, sem rumo. Sua tia havia acabado de se casar e estava grávida de sete meses de Catharina e Ícaro, não havia espaço na vida de Celena para que eu pudesse preencher, eu precisava ir, eu precisava encontrar...

- Quer chá querida? – Perguntou Celena interrompendo minhas lembranças.

- Ah, sim. Obrigada. – Nossa, agradecer era algo difícil, refletir. Raramente eu agradecia alguma coisa, eram poucas ás pessoas que se importavam comigo e muito menos que me ofereciam algo, sem nada em troca, pensei enquanto bebericava um pouco do chá.

- Você está diferente, pelo que percebo, vinte anos transformam totalmente uma pessoa, não acha? – Atirou Celene, avaliando a moça a sua frente. Sempre direta pensei, não é à toa que ela era uma excelente advogada, a surpresa havia passado e o interrogatório iria começar. O que nunca achei que iria acontecer, aconteceu

Eu comecei a responder. 

A Refém Da Escuridão.Onde histórias criam vida. Descubra agora