De Volta ao Lar

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2036

O trem está em movimento, à chuva bate fortemente na janela da cabine, pingos grossos e barulhentos, fazendo o vidro se turvarem, está frio, lufadas de ar saí de minha boca, toda vez que respiro, a escuridão e o vazio me acompanham.

Eve estava sentada na última cabine à esquerda, o resto do trem estava vazio, aparentemente tudo estava bem. Desde a sua chegada brusca a cidade a maldita chuva não parava de cair, suas roupas apesar de serem o suficiente, estavam molhadas e começavam a pesar, a viagem era vagamente longa e seus dias tentando encontrar o lugar certo estavam deixando-a esgotada, pelo menos ela conseguiu mais um... Mais um.

-Preciso me aquecer! – Pensei em alto, Interrompendo aqueles pensamentos, antes que minha consciência me leva-se a um lugar horrível, na qual eu fugirá todos os dias.

Fechei os olhos, eles já estavam começando a pesar, meus membros permaneciam dormentes de tanto frio. Pensei por um momento, buscando aquela parte da memória obscura, memórias vagas que aos poucos foram se tornando límpidas, agarrei aquele pensamento com força, me concentrado nas palavras há muito tempo não pronunciadas. Então as palavras saindo em um sussurro, a sensação de ser queimada, porém sem movimento nenhum, o poder que invadia cada célula e as deixava em êxtase, com a mente rápida e os movimentos firmes. Faíscas azuis surgiram em minhas mãos, deixando-as calorosas, a energia percorrendo o resto do meu corpo, causando pequenos choques, sentido a escuridão vindo e envolvendo- me como uma manta, se acumular e finalmente se explodindo em luz, aquecendo-me.

Passos pesados e hesitantes ecoaram no corredor, sons de portas de abrindo, alguém estava se aproximando. Então a porta se rompeu em um barulho quase ensurdecedor. Uma respiração ofegante estava emanando do ser a minha frente, o barulho de pingos d'agua caindo no chão, engoli em seco, apesar de não sentir medo o escuro estava impedindo que eu conseguisse identificar o meu oponente. Há não ser quê...

Neste instante um raio explode rapidamente atrás de mim, iluminando todos os vagões, tenho um vislumbre do ser grotesco à minha frente. E um homem, beirando os quarenta, ele está molhado e fedendo a foça, seus cabelos grandes batem em seus ombros, sua estrutura corporal e enorme, aparentemente trajava um uniforme velho de operário, sua mão esquerda estava apoiada na porta, entretanto na direita uma ferramenta estava evidente, eu estava totalmente alerta, meu corpo sinalizava o perigo, os olhos dele estavam totalmente grudados em meios seios, suas intenções emanando de seu corpo, ele ia me machucar.

Ele ia me matar!

A Refém Da Escuridão.Onde histórias criam vida. Descubra agora