Continuação do Prólogo

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 Apesar da aproximação, nenhum jovem se espantou com a minha presença, apesar de beirar os vinte quatro anos, eu sei que posso me passar facilmente por uma jovem de dezessete. Quando cheguei ao centro daquele aglomerado, percebi o centro das atenções era, Kailina, mas o que essa garota está fazendo aqui? Uma sensação de alívio me inundou, apesar do aperto que tragava seu coração. Abordando um pouco mais perto alcancei Key, porém o aperto se esclareceu quando avistei o motivo daquele caos.

-Kailina! – As palavras saindo dolorosamente, se tornando quase inaudível, em meias aquelas pessoas barulhentas. - Kailina! – Gritei, com toda a potência da minha voz. Com os meus olhos se arregalando de descrença e o suor escorrendo pelas minhas costas e têmporas.

Levantando o olhar em direção a mim, Kailina percebeu tarde demais, que era eu, sua irmã que havia lhe chamado. Tomando folego, observei corretamente o que estava em suas mãos, era muito pior do que eu havia imaginado, era maconha. Apesar de está cidade não ter proibir seu consumo, há campanhas o suficiente para abolir á sua venda e agora minha irmã era uma criminosa, nem nos meus piores medos. Poderia ter um desgosto assim.

Os jovens ao redor perceberam que iam se meter em confusão e fugiram, a moça na entrada do beco estava pálida mais do que o normal, que já era bastante. Estava com o uniforme de escola, o que atraía qualquer olhar imediatamente. Os olhos verdes com tons avermelhados e o rosto fino e marcante; as sardas eram a única pista de que aquela morena era, na verdade ruiva.

Continha sujeiras no cabelo e nas roupas, e as mãos estavam com cinzas. A velha sensação de desespero me invadiu. Minha visão estava se tornando turva, minhas pernas adquirirão uma consistência gelatinosa ao que se parecia, meu coração acelerado e meu rosto furioso.

-Você está vendendo maconha, sua garota ingrata? O que aconteceu em que ponto chegou para que você recorresse a isto? Por que está fazendo isso garota? –Gritei, sentindo meu rosto ficar extremamente vermelho, com o sangue que latejava em seus ouvidos e esquentava suas veias.

Kailina levantou-se e andou lentamente em direção a mim, suas mãos tremendo, sua cabeça abaixada, ela parou abruptamente e olhou para mim com olhos de deboches, ela também consumi, pelo brilho em seu olhar, o quê claramente a denunciava. Institivamente segurei o seu pulso, fiz ela enxergar todo o sofrimento através do meu olhar e com toda a minha força, a esbofeteie.

Ela me olhou com ódio, agora com face já irritada e os lábios sangrentos, e então saiu correndo, atropelando os passageiros que desciam do trem e desapareceu.


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