Capítulo 7: A clave de fá.

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Ainda naquele mesmo instante, não muito distante dali, Masaki acompanhada de algumas guerreiras de sua guarda especial dirigiu-se ao hospital, havia prometido a Valerie que voltaria para conversar sobre o ocorrido mais cedo e também acerca da situação do vilarejo. De fato a ameaça constante dos mercenários deixava-a aflita.

Decidiu que por aquele momento seria melhor que deixasse Akamatsu descansar, afinal, além de ter passado a noite em claro ao seu lado, as pessoas já começavam a desconfiar de seu affaire. Mas, isso não importava, pelo menos não agora, Masaki prosseguia taciturna enquanto avançava em passos largos.

Até deparar-se finalmente com a sala de Valerie. A médica estava em sua mesa escrevendo algo e parou ao perceber a presença da Xogum, ela levantou o olhar e a fitou como se pudesse ler seus pensamentos.

— A que devo a honra Masaki-Sama? E Izume... — Valerie a indagou delicadamente voltando seu olhar hermético para a samurai que a acompanhava.

— Valerie, serei direta. Outrora tive uma conversa bastante objetiva com a garota Hoyashiro e ela reiterou a ponta de um problema que há muito eu venho notado e evitado com medidas de segurança e reforços do exército, mas que agora não dá mais pra fugir, sinto como se estivéssemos cercados! — Valerie ajeitou os óculos, levantou-se e fechou a porta.

— Masaki, temos de reagir! Já é passada a hora de nos armarmos contra a ofensiva mercenária, não é a situação que queríamos, mas é a que temos! Não podemos ficar indiferentes à guerra a nossa volta... — Masaki mordia os lábios nervosamente, causava repulsa pensar que tudo começaria outra vez.

Seu pensamento fora interrompido pelo barulho da porta de correr sendo aberta rudemente.

Masaki-Sama, invadiram o vilarejo! — Akamatsu adentrou o ambiente afoito e nervoso, a Xogum virou-se para ele que ofegava. Ela o encarou incrédula.

­— O que?! Como assim? Como isso acontece... —Ela o questionou, mas antes que pudesse encerrar sua indagação fora interrompida.

Levaram a garota, Masaki... Um mercenário a levou... — Akamatsu a interrompeu breve e hesitante. As palavras saíram como lâminas pesadas e afiadas demais para que não a atingissem.

Masaki sentia seu corpo ferver, fechou os olhos e respirou fundo tentando conter sua ira. Valerie e Izume a encaravam temerosas e ansiosas por sua reação, o intenso eflúvio da raiva dava para ser sentido no ar. Akamatsu levou uma das mãos até o ombro de Masaki, enquanto ela, exasperada, levou as mãos aos cabelos e os prendeu em um coque, finalmente havia chegado a uma decisão.

— Akamatsu, prepare o regimento. Assim que o sol despontar na alvorada eu exijo a cabeça deste mercenário em minhas mãos... É uma ordem! — Ele engoliu seco, assentiu de cabeça baixa e retirou-se soturno. 

Valerie a encarava surpresa. Não esperava uma decisão tão rápida.

— Masaki, eu preciso de você aqui no vilarejo! Acabou de voltar de uma viagem, precisa se recuperar! — Valerie se pronunciou tentando impedir qualquer atitude precipitada. Sem sucesso.

— Levei dez longos anos para encontrar essa garota, não vai ser qualquer um que tirará ela de mim novamente, você me entende, Valerie? Eu não conseguirei ficar em paz se eu não a encontrar e reparar os danos que causei a ela. — Izume a olhou de soslaio, enquanto Masaki caminhava em direção à porta.

— Você não luta desde aquele dia, tem certeza que está preparada? — A samurai desta vez pronunciou-se segurando-a pelo braço e fitando bem no fundo de seus olhos.

The Flaming Woman - A guerreira CarmesimOnde histórias criam vida. Descubra agora