Breve Prólogo

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   Gosto muito de descrições, e, por mais que seja amante do estilo alencarino, desta vez deixei de lado a sinestesia (combinação de sensações) ao desvendar o ambiente em que as personagens estão ou perscrutar seus pensamentos.

   Quero que esse papel seja seu, leitor. Quero dar apenas pistas, quero que atente aos olhares, quero deixá-lo curioso, confuso, imaginativo, sonhador. Quero que perceba a conquista sutil, que acesse seu conhecimento sobre a personalidade de RM (embora não reclame ter feito nenhum estudo científico prévio sobre ele, apenas observo). Mais importante ainda, quero que o veja pelos meus olhos (nisso, confesso, sou avarenta), quero ativar o psicanalista e o detetive dentro de você.

   Essa é uma história cruel de como duas pessoas se apaixonaram. Essa, me desculpe, é uma história realista, que se recusa a dar detalhes, que prefere uma leitura rápida e dinâmica, quase sempre de diálogos, e a observação esporádica de algum olhar que me pareça irreverente. Essa é uma história ambígua, portanto, onde o título "Roma em Chamas" denuncia um crime cometido nos Alpes Italianos e, ao mesmo tempo, o crime de se apaixonar sem permissão.

   Peço logo desculpas por gostar da tortura literária, do raio-x analista da humanidade e do cinismo nu e cru com que trato esse universo. Não se engane pelo início feliz e inocente desse romance.

   Eu não prometi que seriam tudo flores. Apenas chamas.

Roma In Fiamme 》  Imagine RMOnde histórias criam vida. Descubra agora