O relógio já marcava 11:30h, e nem S/N nem Nam haviam voltado ao Buongiorno Hotel. Já era a quarta vez que o telefone de RM tocava, mas no silencioso. A praça central, ainda bastante movimentada, não mais apresentava alguma concentração de pessoas, o desfile havia passado.
Aliás, o desfile havia passado há muito tempo.
- Senhores, em meia hora fecharemos a cozinha, fora isso podem ficar à vontade - o garçom avisou.
- Meia hora? - disse RM - Mas não está cedo?
- Não, senhor, fechamos meia noite.
- Meia noite?? - Era S/N.
Ambos olharam o relógio pela primeira vez. Nam, ao olhar o celular, viu as chamadas perdidas.
- Acho melhor nós voltarmos - ele disse, enquanto discava um número.
- Eu também.
Eles se levantaram. Nam levou o telefone ao ouvido.
- Alô? Omoni? Estou indo. Perdi a noção do horário, me desculpe. Certo, estarei aí em poucos minutos - e desligou.
Eles se viraram um de frente para o outro e se encararam por dois segundos.
- Eu me despediria de você, mas parece que vamos para o mesmo lugar - disse S/N.
- Eu não me despediria de você se pudesse - ele fez S/N rir, envergonhada - O que eu quero dizer é que agradeço por hoje à noite, eu gostei muito de conversar com você.
- Também gostei muito de conversar com você.
RM parecia muito relaxado a noite inteira. Uma alegria doce era o que rodeava suas expressões, mas S/N viu aquilo mudar num instante. Não se poderia perceber a sutil mudança caso não fosse army a muito tempo, mas ela viu. O semblante de RM se fechou por um milésimo de segundo, e ele sorriu logo em seguida, mas não era um sorriso contento. Nam parecia triste, como se tivesse recebido uma boa notícia, e logo depois soubesse que não era verdade.
- Vamos então? - ele acenou, abrindo caminho.
- Vamos.
Eles andaram, terminando o assunto no qual foram interrompidos.
- Então, é por isso que Peter Pan não faz sentido. Ele não quer crescer embora nunca tenha. Por isso a teoria de que o conto reflete a psicologia adulta. Embora só tenha crianças, ela externa os medos e os desejos dos adultos.
- Entendo - respondeu S/N - Eu me pergunto se a maioria das histórias infantis não são exatamente isso, porque imagina, um adulto não pode voltar à mentalidade infantil, como então ele cria histórias e desenhos pra crianças?
- Exatamente, toda obra acaba sendo um reflexo de seu criador.
- E é exatamente contra isso que a ciência mais luta, a subjetividade nas discussões lógicas.
- Mas a arte não precisa ser lógica - RM franziu o celho.
- Mas se não se pode anular a subjetividade, como distinguir a mais ética?
- S/N, vamos voltar ao nosso assunto, você divaga muito!
- Desculpa, é verdade - ela riu.
- Mas eu entendo, também sou assim. Às vezes estou pensando em algo e começo a passear pelas entrelinhas.
- É como uma grande rede interconectada, né?
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Roma In Fiamme 》 Imagine RM
FanfictionRoma de trás para frente lê-se Amor. Um encontro inesperado numa cidade romântica da Itália. Acontecimentos que irão mudar sua vida. Será sensato se apaixonar por esse garoto, sabendo que não poderá ter seu coração? Ela, brasileira, residente de Med...