Não basta ser perseguido, derrubado e se encontrar em terras distantes, tem que ser atropelado por um veículo, imbecis existem em qualquer lugar e agora encontrou um, burro o suficiente para não olhar onde dirige, boçal. Ao menos pensou que estaria livre deles aqui, pelo visto se enganou. Se não tivesse doendo tanto, bateria algum sentido no imbecil que está dirigindo. Verificou que tem três costelas fraturas, trincou pulso e o rádio com a queda. Droga e como dói.
Seu pai deveria estar orgulhoso onde quer estivesse, se imaginasse o tanto de dor que suporta sem desmaiar. Em um nano segundo estava distraído com a visão da lua tão linda e serena, lembrando-se da sua infinita solidão, no outro está de bruços no chão com a boca cheia de terra, por que um idiota não sabe dirigir. Primitivo!
Resolveu que é melhor permanecer onde está, até determinar quem o atropelou, pelo som avaliou que seu agressor se aproximava e pelos passos é pequeno indivíduo. Ótimo vai virar purê.
Dhália puxou o celular e tenta freneticamente falar com alguém, algum serviço de emergência ou a polícia, não tem sinal, droga, o que vai fazer? Será que é um bandido? Que tipo de pessoa anda sozinho a uma da manhã? Só pode ser um criminoso homicida. Leva a mão ao peito está hiperventilando, que hora para ter um ataque de pânico. Mas ela o machucou seriamente, pode estar dando seus últimos suspiros ou morto ela não o viu se mexer.
Força-se a respirar mais calmamente, encontra sua lanterna no porta-luvas, primeiro tem que ver se sua vítima está viva e depois? Correr o mais longe possível, claro.
Não posso fazer isso, fiz um juramento para salvar vidas.
Mesmo que seja humano? Bom ela é apta para cuidar de um cavalo, por que não? Poderia dar primeiros socorros ao pobre homem?
Aproxima-se cautelosamente, ele está de bruços seu rosto ao solo, pelo que dá para calcular deve ter mais de um e noventa e parece forte, veste couro como motociclistas, jaqueta, calça e botas do material, pelo menos o couro deve ter absorvido a maior parte do impacto, tem uma sacola de lona à frente.
Se está vestido como motoqueiro, cadê a moto?
Ela vê que ele se moveu, com medo dá dois passos para trás, foca a luz no rosto do rapaz e wow, mesmo todo sujo é o cara mais lindo que já viu, seu rosto parece que foi cinzelado por um escultor renascentista, maçãs altas, queixo quadrado, uma boca que deveria ser ilegal em um homem, olhos azuis que de tão claro, parecem brilhar no escuro, tem um corte no supercílio, um sangramento na boca e parecia muito zangado e com dor.
— Você está bem?
Ele põe a mão a frente dos olhos para bloquear a luz que o está cegando, com muito custo sentou-se.
— Eu pareço estar bem? — Praticamente rosnou suas palavras, devia estar puto por ser atropelado e ela não deveria achar que sua voz rouca bonita, mas não está em seu bom juízo.
Ela engoliu seu medo e se ajoelhou junto ao estranho, afinal é seu dever cuidar dele, seu pai costumava dizer: estragou conserte, se não souber ache quem saiba. Não estava cem por cento certa que era capacitada a curar ele, mas sempre poderia leva-lo ao hospital. E começou a apalpá-lo para ver se tinha alguma lesão. Quem diria de debaixo de todo esse couro existia um bom tônus muscular.
— Sente muita dor? Pode mover as pernas? Fique imóvel por gentileza. — Dita ordens a um incrédulo estranho. Droga como não viu um homem desse tamanho?
— Claro que sinto muita dor, acabou de atropelar, tire suas mãos de mim. — Ele a parou, para tirar suas mãos de cima, praticamente a empurrando. — E posso ficar de pé se me deixar em paz.
Constrangida, a única coisa que deseja, é que um buraco se abra e a engula.
— Desculpe-me, não vi quando pulou na frente de meu carro. — Fica sem palavras quando ele se levanta em toda sua altura, mesmo desgrenhado e sujo ele é... uau! E alto, muito alto mesmo.
— Pulei? Acho que não entendeu mocinha, eu não pulei coisa nenhuma, estava seguindo meu caminho e você... Você vem com esse veículo desgovernado e passa por cima de mim, onde comprou sua carteira? —
Furioso como estava, poderia brigar com qualquer um e levá-lo para baixo, se não fosse uma baixinha lindinha...
Ela olha para cima para encará-lo, deve ser pelo menos, uns bons trinta centímetros mais alto que ela, que não se intimida, estreita seus olhos, ele faz o possível para não rir da pequena que quer parecer valente.
— Escute aqui seu brutamonte esquisito. — Tocou o indicador em seu peito maciço. — Se está bom para brigar, está bom para ir embora. Vou levá-lo ao hospital e rezar para não o ver nunca mais.
Ele respira pausadamente, olha para os dois lados, como se lembrasse de alguma coisa, vai saber.
— Desculpe-me por meu temperamento, não sou muito bom em gerenciar a dor. Vamos começar de novo.
Mesmo não compreendendo o que ocorreu, Dhália oferece cautelosamente sua mão.
— Certo, vamos começar pelos nomes, meu nome é Dhália e o seu? — Ela sentiu um calor elétrico de seu toque.
— O meu é Leon. — Poucas palavras em seu tom grave, suspira como se sentisse a mesma energia. Soltou sua mão.
Ela olhou desconfiada e pousou as mãos na cintura.
— Então Leon o que está fazendo aqui no meio do nada, há essa hora?
Ele olhou para a linda moça de cabelos vermelhose olhos jade insondável, atentamente busca por detalhes, se representava algumaameaça ou não, mas se perde em sua análise. O detalhe que o prende é que apequena, tem um corpo maravilhoso e uma boca totalmente beijável, seriam seuslábios tão macios quanto aparentava? Identifica suas roupas como a de umacowgirl, só lhe faltava um chapéu. Tanta coisa para assimilar, paraverificar um perigo em potencial e sua mente insiste em detalhes fúteis, como asua libido em direção de uma fêmea totalmente elegível, curvilínea.
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Nosso Amor nas Estrelas
Science FictionDhália é uma veterinária de vinte oito anos, que fez uma promessa a si mesma. Nunca mais se aproximar de homens, muito menos namorá-los, intimidades nem pensar. Isso não parecia um problema, quando se estabeleceu em uma nova cidade, com novos amigos...