Para Leon tudo aquilo é novidade, apesar de visto vídeos, nada o preparou para viver ali entre pessoas, sentir o aroma das coisas as texturas ou para estar em volta de Dhália. Ou como seria afetado pela intensidade do seu sorriso e a doçura em sua voz, é a criatura mais linda, que já viu.
A Leon parecia que ela estava entrando em seus poros tomando seus sentidos e ainda existe essa sensação de calor em seu peito que não conseguia compreender, teria que processar tudo mais tarde. Nesse momento estava mais preocupado em aprender tudo o que falava, cada movimento, mesmo que isso lhe causasse uma emoção estranha, w um pensamento mais incomum ainda, poderia passar a vida escutado a cadência de sua voz, se inebriando com seu aroma.
Ela está o com o dito Crush em seu colo, segundo lhe explicou é um cachorro Lhasa Apso, branco e marrom,com pelos longos e maxilar saliente, a criatura facilmente poderia ser carregada em uma bolsa de mão, o mais interessante foi a afeição que o rapaz loiro demonstrou ao deixar o animal na clínica, o tratou como se estivesse deixando seu próprio filho, estranho.
— Você está fazendo careta. Algum problema? — Dhália perguntou.
— Nenhum, só estava achando estranho, um homem adulto falar com o animalzinho como se fosse uma criança.
Ela adoçou a voz para falar com o cão, fazendo festa em suas orelhas.
— É que ninguém pode resistir a esse rapazinho. Não é Crush? — O cão latiu balançando a bandeirola de pelos que era seu rabo — quem é o gurizão da titia? Quem é? Quem é? — Crush lambeu o rosto de Dhália.
Ele passou a mão em seu pelo fofo, seu rosto mostrando a confusão de pensamentos.
— É um conceito fascinante.
— Sobre? — Dhália não entendeu a pergunta.
— Sobre um ser humano considerar a criaturinha, como seu próprio filhote.
Ela riu, o considerando adorável, não tem ideia se é pela diferença da forma de português ou pelos anos que foi escravizado, mas quando não entendia o que estava falando fazia uma carinha muito fofa. Colocou o cachorro em cima do balcão para prepará-lo para o banho.
— Eles são assim mesmo, Jonathan e Felipe, — Seu tom era suave e amoroso. — O consideram um filho, mas não são os únicos, vai perceber que deve ter muito cuidado com os filhinhos dos nossos clientes.
— Compreendo.
— Preparado para começar?
— Sim.
Depois de uma explicação longa, Dhália observou que ,ele fez tudo de acordo com o que lhe mostrou, lavou com os produtos certos na sequência correta, sempre conversando com Crush, que não tentou escapar, estava calmo, estranhamente calmo, como fez tal façanha? Transmitia tanta calma para o bichinho? Normalmente na hora do banho pelo menos o coração do cachorro ficava acelerado ou quando usavam o secador, sempre havia ganidos de socorro, ao que parece compreendia tudo o que Leon falava ao longo do banho como se entendesse, latiu em resposta, coincidência.
— Você está limpinho e cheiroso para seu dono.
O cachorro latiu e balançou o rabo em forma de "C" peludo, brincando com Leon, que afivelou sua coleira, para que Dhália o entregasse ao seu tutor.
— Estou bege com seu trabalho, parabéns.
Leon não viu a mudança de cor nela.
— Não tenho como responder.
— É só uma gíria, relaxe. — Riu, com Crush no colo. — Eu nunca vi alguém com tanto jeito para acalmar animais, parabéns.
Leon estava ruborizado.
— Oh, isso, Crush é uma simpatia, fácil de falar com ele.
Dhália não entendeu direito que quis dizer e assim deixou para lá, foi levar o cão para entregar ao dono, ficou surpresa, pois haviam mais cinco pessoas aguardando com seus pets. Entregou o cachorro para Felipe que o aguardava, despediu-se cheirando o pelo do cãozinho, virou-se a Marjore com um olhar questionador e perguntou para as mulheres sentadas na recepção.
— Bom dia a todas, são consultas? —
Negaram, a jovem recepcionista respondeu.
— Não, são alunas de Jonathan, vieram dar banho em seus cães. e também todas querem conhecer seu novo Groomer.
Como se fosse invocado, Leon surge na porta provocando ofego das mulheres presentes. Ele não percebeu, apenas acenou para as presentes e se dirigiu a veterinária.
— Senhoras. — cumprimenta com um aceno da cabeça. — Dhália, eu estendo as tolhas na sala mesmo ou lá fora?
Só com a visão desse homem tem sua boca seca e ao que parece, as senhoras da sala também, Noely a mais jovem do grupo, com dezenove anos, a linda morena de corpo escultural, se aproxima dele como se ele fosse sua próxima refeição.
— É você mesmo que estava procurando, meu nome é Noely e o seu?
— Leon. — Estende a mão para cumprimentar, a moça o puxa para dar três beijinhos. Isso o assustou que deu um passo atrás, Noely não se intimidou.
— Você é novo por aqui, gostaria de lhe apresentar a cidade, — Faz gestos amplos. — Temos lindos pontos turísticos, lugares cheios de energia cósmica, tenho certeza vai amar a gruta de do padroeiro — Piscou para ele com um sorriso malicioso. — Teremos que entrar muito juntinhos, pois você é tão grande e a gruta tão pequena...
Próxima demais... Algo ferveu em seu peito, Dhália tinha vontade de estrangular a assanhada, não imaginando o por que Leon estava dando corda para essa zinha, até que a olhou confuso, arrefecendo o que se formou em suas entranhas, assim foi a seu socorro, para tira-lo das patas da jovem.
— Então deixe-me apresentá-lo as outras meninas — Ela o puxou das garras da harpia, o colocando a frente das outras mulheres, onde as apontou uma a uma. — Estas são Maria, Ângela, Natalia e Cida, Noely já conheceu. — Todas deram sorrisos tolos, estão encantadas, Dhália desejou ranger os dentes, não estão vendo o desconforto dele? Parecia que estava procurando rotas de fuga.
— Este, senhoras, é meu primo Leon, o novo tosador da clínica ou groomer se preferirem.
Percebendo o mal estar de Leon informou, desejando o tirar mais rápido possível da situação desconfortável.
— Quem é o próximo?
Marjore divertiu-se com a situação informou.
— É a cachorra da Noely, Xuxu.
Eles olharam o pug vestido de rosa, que a morena mantinha na coleira, Leon se aproximou para pegá-lo. Noely sorriu belamente.
— Eu o ajudo, Xuxu é meio intratável quando tem água envolvida, já mordeu um tratador de outro petshop, não posso deixar acontecer outro incidente. — Seu sorriso é o mesmo de um gato que avistou o canário. — Estou mais do que disposta a entrar no banho com você. — Pelo sorriso predador que deu e sua voz melosa, ela se sente a própria Lolita.
Dhália novamente em defesa de um rubro Leon.
— Não há necessidade, ele é altamente qualificado para sua Xuxu, você pode observar pelo vidro, não haverá incidentes. — Ela apontou para a janela de observação. — Seu pet será bem tratado.
Ela fez beicinho amuada, Dhália desejou saber se pensava que isso é sexy, por que estava achando tudo muito ridículo, podia sentir que Leon estava desconfortável em ser o centro das atenções, se ruborizava tão fácil. Parecia inocente demais, era fofo demais, bonito demais para seu próprio bem. Ela pegou Xuxu no colo e os dirigiu a sala de banho, as mulheres grudaram no vidro, estava parecendo um show, talvez até um freak show, ia ser uma longa manhã.
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Nosso Amor nas Estrelas
Science FictionDhália é uma veterinária de vinte oito anos, que fez uma promessa a si mesma. Nunca mais se aproximar de homens, muito menos namorá-los, intimidades nem pensar. Isso não parecia um problema, quando se estabeleceu em uma nova cidade, com novos amigos...