Ladybug foi acertada. Faltam menos de quatro minutos para nossos miraculous se esgotarem e ela está ferida. Sua cintura, está com um líquido mais escuro que a roupa vermelha e eu não sou tão burro a ponto de acreditar que aquilo não era sangue.
Caminhando com dificuldade, ela ajudou o rapaz que foi akumatizado a se levantar, e virou-se pra mim com a mão no local que foi ferido, com um sorriso no rosto e alguns vestígios de lágrima nos olhos. Ela estava sentindo dor, muita, dor.
Lady: Zerou! - batemos os punhos e ela se afastou, entrando em um beco próximo a torre. Eu iria até lá, queria ajudar, mas a minha ajuda na verdade só pioraria a situação.
Fui direto pra casa, alimentei Plagg e senti vontade de falar com Marinette. Desabafar, ela me apoiaria nesse momento, e meus olhos estavam ardendo e minha garganta parecia estar entalada.
Mesmo nessa situação, consegui chegar o mais rápido possível. A janela estava fechada, mas não trancada. Entrei e me sentei na cama, apoiando minha cabeça entre as mãos. Estou apavorado.
Quando a porta do banheiro é aberta, eu rapidamente me levanto, assustando ela e ao mesmo tempo me assustando. Ela está com os olhos vermelhos e inchados, seus cabelos estão soltos e sua blusa branca está coberta de sangue, ela tenta disfarçar, colocando uma toalha sobre o ombro do lado machucado.
Meu coração acelera e meu mundo desaba. Me sento novamente na cama zonzo, com falta de ar.
Não, não é ela.
Marinette começa a chorar com soluços, abraçando o próprio corpo.
Não, não é ela.
Mari: M-me desculpa... - a voz está embaralhada por conta do choro. Olho pra ela e a vejo se inclinar por culpa da dor.
Não, não é ela.
Chat: Vamos cuidar disso. - digo sem olha-la, indo até ela e a levando pra cama. Tiro a toalha do seu ombro e levanto um pouco sua camisa, encarando o ferimento.
Mari: Chat...
Chat: Não é tão fundo, três pontos devem resolver o problema.
Mari: Chat.
Chat: Além do m-mais não foi tão g-grave, analgésicos vão ajudar com a dor!
Mari: CHAT!
Chat: O que? - olho em seus olhos. Azul como o céu, azul como o mar. A cor que acalma a alma. A cor tão quente quanto o fogo, tão fria quanto o gelo.
Mari: Eu sinto muito, por ter descoberto dessa forma.
Chat: Você não se importa que eu saiba que o meu amor platônico é a minha melhor amiga? - abaixo a cabeça.
Mari: Eu sabia que um dia você descobriria. Queria que tirasse suas próprias conclusões e, acima de tudo gostasse do meu outro eu.
Marinette é a Ladybug. Esse tempo todo a garota dos meus sonhos estava sentada bem atrás de mim, sempre ali disposta à me ajudar em tudo. Desde o começo ela estava ao meu lado, desde o começo o destino quis nos unir. Cara, eu sou muito burro! Mesmo cabelo, mesma altura, mesma voz, mesmos olhos, jeitos praticamente idênticos...
Marinette é a my Lady.
Sempre foi ela!
Chat: Como você conseguiu se esconder de mim por tanto tempo? — me levanto sentando ao seu lado. Marinette ainda chora, mordendo o lábio inferior e apertando a barra da blusa ensanguentada. — Mari, olha pra mim.
Mari: Por favor não faça isso. Não seja legal comigo...
Chat: Por que?
Mari: Porque aí vou me apaixonar por você.
Essa fala fez o meu coração acelerar. Parece que estou em um sonho. Ladybug, o amor da minha vida na verdade é minha melhor amiga e está dizendo que pode se apaixonar por mim.
Acariciei suas bochechas e me contive para não beija-la. Seus lábios estavam tão convidativos que era praticamente impossível de resistir. Marinette Dupain-Cheng em questão de minutos está conseguindo me fazer perder a sanidade.
Chat: Então agora eu sei que só preciso fazer você se apaixonar pela minha outra metade. — me afastei. — Onde fica a caixa de primeiros socorros?
Mari: Na prateleira lateral.
Fui até lá e identifiquei a caixa branca. Não vou dar nenhum ponto, mas vou arrumar uma forma de fazer um curativo que ela possa trocar sozinha.
Chat: Me desculpa. Se eu não tivesse me distraído, você não teria se machucado. Mas ao mesmo tempo estou feliz porque eu finalmente te encontrei.
Mari: Nos conhecemos na sua forma civil?
Chat: Podemos dizer que sim. Bom, um pouco até demais mas isso não vem ao caso.
Mari: Quando eu vou saber quem você é? Quer dizer, você já sabe quem eu sou então... acho justo.
Nessa hora, um bolinho vermelho flutua na frente do seu rosto, toda sorridente. Deduzo que se trata do seu kwami.
Mari: Tikki!
Tikki: Quando é que vocês vão se beijar?
Mari: TIKKI. Desculpa, essa é a Tikki, meu kwami. E você já o conhece né?
Tikki: Não só o conheço, como também sei quem ele é por trás da máscara! E aí? Demorou em...
Chat: É, precisou eu machuca-la pra saber a verdade... — abaixo a cabeça, meio triste. Como eu queria ter descoberto sem feri-la!
Mari: Acho que isso não tem nada haver. Foi minha culpa eu ter sido acertada. Você estava fazendo a sua parte e eu fico feliz que se preocupe comigo. — ela sorri colocando sua pequena mão no meu rosto. Seu toque é tão macio...
Chat: My Lady. — ela me olha. — Fico feliz que seja você.
Mari: Chat... acho que gosto de você.
Chat: Você me fez gostar de você nas suas duas formas, agora é minha vez. Por favor, não me odeie quando descobrir quem sou. Eu não vou suportar viver sem você nas minhas duas personalidades.
Mari: Eu nunca te odiaria. E Chat... você disse que me faria gostar da sua outra personalidade em que você não é gentil. Qual seria?
Chat: O meu verdadeiro lado Chat Noir.
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Green and Blue
FanfictionMarinette é uma garota de dezesseis anos um tanto desastrada, sem coragem para se declarar ao amor de sua vida: Adrien Agreste, que por coincidência também é seu parceiro de lutas, Chat Noir. O coração da menina se vê dividido quando o gato preto pa...