Claro que há tipos diferentes de beijos. Por exemplo, há o beijo que a pessoa devota deposita no anel do Papa. Há o beijo materno de uma mãe em sua criança. Há o beijo amigável entre duas pessoas que estão se encontrando ou estão se separando. Há o beijo que um rei exige de seus escravos. Mas embora todos eles sejam chamados de beijos, eles não são os beijos a que vamos nos referir neste livro. Nossos beijos são o único tipo de beijos que vale a pena considerar: os beijos de amor. O beijo, talvez, que Robert-Bums tinha em mente quando escreveu:
Doces selos de afetos suaves,
Suaves preces de felicidade futura,
Querido laço de conexões jovens,
O primeiro galanteio de amor, beijo de virgem.A coisa surpreendente sobre o beijo é que, embora o gênero humano tenha beijado desde que Adão se virou e viu Eva próxima dele, não houve praticamente nada escrito no assunto. Todos os anos são publicados centenas de livros ensinando como fazer isso ou aquilo, como ganhar dinheiro, como conseguir um trabalho, como cozinhar, como escrever e até como viver. Mas, da arte de beijar, escreveu-se muito pouco. Uma razão para essa falta de instrução formal é devida ao senso de moral vitoriano, que persistiu através dos tempos. Para os puritanos do passado, qualquer coisa que se referisse ao amor era sujo e pornográfico.
Os escritos de John Bunyan mostram o que esses puritanos pensavam do beijo. Ele escreveu, em "The Pilgrim's Progress", que os beijos eram "as saudações comuns de mulheres que eu detesto. É odioso para mim sempre que vejo isso. Quando eu vejo homens bons saudar essas mulheres que eles conhecem ou que visitaram, eu faço minhas objeções contra; e quando eles respondem que é apenas um pouco de civilidade, eu lhes falo que não é uma visão graciosa. Realmente, algumas mulheres consideram o beijo santo; entretanto, eu lhes pergunto por que fazem diferenciações; por que saúdam os homens belos e saudáveis e deixam passar os feios e doentes?"
Talvez o velho Bunyan pensasse desse modo porque era um dos feios e doentes que jamais foram beijados.
Mas, hoje em dia, as pessoas têm uma perspectiva mais ampla da vida. Nossos jogos estão se tornando mais civilizados e menos mortais. Nossas artes não são mais censuradas por leis. Livros estão sendo escritos sobre assuntos que nenhum autor antigo teria ousado pôr no papel. Anticoncepcionais, divórcios e a ciência do matrimônio são assuntos comuns em livros. Até mesmo os vícios estranhos do gênero humano são expostos e discutidos e não mais mofam nas câmaras escuras da censura. Sim, livros como o de Van de Velde, "Matrimônio Ideal" e o de Stope, "Amor Casado", são abertamente vendido em livrarias. Mas, em nenhuma parte nós encontramos um livro que instrua as pessoas na arte de beijar, uma arte que é absolutamente essencial para uma vida feliz, como discutiremos nos próximos capítulos deste livro.
Porque nós não estamos livres absolutamente das correntes do puritanismo? Em certas partes do país, foram presos homens por beijar as esposas na rua! Isto é civilização?
É por isso que este livro foi escrito. Para serum manual do beijo. Aqui nós vamos discutir a maioria dos métodos aprovados debeijar, as vantagens de certos tipos, as desvantagens de outros, as reaçõesmentais e físicas de beijoqueiros, episódios históricos de beijos, junto comexemplos da literatura mundial nas quais beijos foram o assunto. Assim,aprume-se, prepare seus lábios e vamos à arena dos beijos!
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A ARTE DE BEIJAR - TRADUÇÃO
Non-FictionO dicionário diz que um beijo é "uma saudação feita tocando com os lábios apertados e separando-os, próximo do "alvo", de repente. Disto é bastante óbvio que, embora se possa saber algo sobre palavras, não se sabe nada sobre beijos. Se quisermos des...