O Beijo de Língua Francês

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Mas não para nisso.

Seguramente, há mais em sua língua que somente sua ponta. Sonde mais adiante. Vá mais fundo. Com suavidade acariciem um a língua do outro. Fazendo isto, vocês estarão fundindo suas almas. É por isso que esse beijo foi chamado o "beijo de alma" pelos franceses, a quem é atribuído o aperfeiçoamento dessa técnica. Os franceses sempre foram liberais. E foi por superarem o puritanismo há muitos anos atrás que eles foram capazes de se aperfeiçoar na arte do amor e, particularmente, na arte de beijar.

Aprenda com eles.

Também aprenda com os antigos romanos, especialmente Catulo, cujos poemas de amor para Lésbia atravessaram os tempos pela sinceridade de sua paixão, pelo gênio e pela habilidade dele para expressar as emoções em forma de poesia. Foi ele quem escreveu:

"Então para esses beijos some cem mais,
Mil para aqueles cem, assim beije-me!
Vamos fazer daquele mil um milhão;
Triplique esse milhão e, quando isso terminar,
Beijemo-nos de novo, como no começo."

Beijos são de graça. Assim, beije. Há uma coisa que você não pode tirar das pessoas: a habilidade para amar uma à outra. Apesar de todas as mudanças que o mundo sofreu, as pessoas continuam se casando e continuam tendo filhos. Durante o período da depressão nos Estados Unidos, registrou-se um número de nascimentos bem maior do que em tempos normais. Isso significa que, embora as pessoas não tivessem dinheiro, eles ainda tinham uma à outra. Eles ainda tinham amor. Eles ainda tinham a habilidade para beijar como gostavam e fizeram isso com frequência. Outro poeta perguntou:

"O que é um beijo? Um engano, afinal.
Gota única para matar a sede,
Prova sempre nas horas mais felizes,
Ser a primeira gota de uma cascata."

Assim beije. Continue beijando. Ben Jonson percebeu isso quando ele escreveu que, se ele tivesse um desejo, seria o de morrer beijando.

Mas não só os poetas robustos e vigorosos como Ben Jonson foram glutões para beijos. Foi atribuído a John Ruskin um pedido para um amigo de uma jovem senhora para que ela o beijasse continuamente.

Outro poeta escreveu:

"Beijos contados para mais de centenas;
Milhares contados por milhares a mais.
Milhões, milhões incontáveis, então,
Contados novamente por mais de milhões;
Incontáveis como as gotas que deslizam
Na maré inchada do oceano,
Incontáveis como orbes de luz
Enfeitando como lentejoulas a abóbada da noite
Eu vou com amor incessante depositando
Nessas bochechas de brilho carmesim,
Nesses lábios que incham com tanta suavidade,
Nesses olhos que me contam contos depaixão." 

A ARTE DE BEIJAR - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora