Capítulo18 - Amizade?

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POV HIOSHI OFF
POV ALEXANDRE ON

     “Eu não queria fazer aquilo, não queria ao menos tocar nele com tamanha força. Mas foi preciso... Se Hioshi, chegasse a Lauren da forma em que estava tudo estaria acabado. O segredo, as mortes, a nossa proteção, a proteção de Edgar e Sandra, a vida de Lauren...”,

tentava pensar no que eu fizera enquanto carregava o corpo inerte de Hioshi para casa. Já estava de madrugada e procurei seguir o mais rápido possível para casa, pois logo ele acordaria, ressurgiria, “Somos como Fênix”, ouvi sua voz ecoar em minha mente. Estava me perguntando como ele reagiria com o que eu fiz, quando cheguei em casa, abri a porta de seu quarto e o coloquei na cama. Fui até a cozinha, peguei duas bolsas de sangue O- e fiquei em seu quarto a espera que ele acordasse... “Ia ser uma longa noite.”.

POV Alexandre OFF
POV Hioshi ON

        Acordei e puxei o ar com tanta força que seria capaz de provocar um desabamento, minha garganta doía tanto que minha vontade era arrancar minha cabeça fora, estava de olhos fechados e não conseguia me lembrar o que havia acontecido. Até que vi o sol bater em meu rosto e aquela figura de frente a minha cama, então tudo veio como um flash. Lauren, o sangue, as alucinações e... Alexandre. Me levantei da cama e agarrei seu pescoço tão rápido que ninguém poderia fazer nada. “Que grande filho da Puta! Como pode me estrangular?”. Eu apertava mais seu pescoço a cada segundo, as lembranças de tudo o que acontecera vinham como um jato na minha mente e me deixavam com mais raiva e frustração, podia sentir o ódio me tomando como fogo quando eu disse.

- COMO PÔDE? – Eu gritava transtornado apertando-o ainda mais, meus dedos quase se afundando em sua jugular. Minha cabeça doía mais que o ardor em minha garganta.

- Silat, me solte. – Alexandre dizia de forma apaziguadora e sem revidar. – Vamos conversar esta bem?

- CONVERSAR? CONVERSAR? – Eu disse debochadamente, soltando-o e me virando de costas, ele esfregou a garganta. – CONVERSE COM ISSO IMBECIL! – Eu me virei e acertei um soco em seu nariz proeminente. Ele caiu na parede do canto oposto do quarto.

- CARAMBA HIOSHI! – Ele gritou também e se levantou. – EU NÃO ENTENDO POR QUE ESTA AGINDO DESSA MANEIRA, já não é a primeira vez que você morre... – ele disse a ultima parte baixa e sombriamente, fazendo-me lembrar das vezes que fomos capturados e queimados anos atrás.

- SIM! É VERDADE. – Eu disse com uma raiva profunda se alastrando dentro de mim. Se aquilo era uma piada, não fazia a menor graça. – MAS É A PRIMEIRA VEZ QUE SOU MORTO PELO MEU MELHOR AMIGO! – Eu o peguei pelo colarinho e o olhei, meus olhos ardendo em brasa.

- Tudo bem, se isso te faz sentir-se melhor, - Alexandre dizia numa voz calma e imperativa. - mas não vou revidar... Não vou participar disso. Você sabe que esta errado, eu vi isso ontem a noite e esta na hora de encarar isso.

       Eu o soquei e o larguei no chão. “Ele me mata e eu estou errado? Rá! Essa era boa demais, não? Errado estava ele de colocar uma garota no lugar de anos de amizade. Uma... Uma, garota, uma menina, uma criança. Uma presa. Uma presa de sangue tão quente...”, meu corpo começou a arder. “E pensar que eu estava tão perto...”. Alexandre se levantou, eu fui onde ele estava e comecei a socar, não conseguia mais ver nada, só estava dominado pela raiva e pela frustração, eu chutei, soquei, quebrei... Mas nada, ele não revidava, o que me deixava com mais raiva ainda, quando vi, já tínhamos atravessado as paredes do meu quarto e estávamos destruindo a biblioteca da casa. Eu já estava ofegante, mas peguei a garganta de Alexandre mais uma vez.

- Já acabou? – Ele falou como um velho que acabara de ver uma pirraça de criança e eu pude ver sua fisionomia. Seu rosto embora sangrando, já estava recomposto pela nossa regeneração rápida, suas roupas todas desalinhadas, rasgadas e manchadas, e ele ainda ofegava pelos meus socos. Eu recuei e ele perguntou de novo. – JÁ ACABOU?

    Eu olhei pra minhas mãos, estavam cheias do sangue dele. “O que eu to fazendo?”, eu me ajoelhei no chão, eu me sentia fraco, pela falta de sangue e pelo remorso. Só conseguia ouvir Alexandre perguntar repetidas vezes “Já acabou?” e depois os gritos de Sam entrando na biblioteca seguida por Edgar.

- O QUE ESTA ACONTECENDO? Alex!!! - eu levantei a cabeça e os vi correndo em direção a Alexandre, que os fez um sinal com as mãos para que saíssem.

- Saiam daqui, por favor. – ele disse de forma baixa.

- NÃO, OLHA COMO VOCÊ ESTA! – sam gritava, sendo escorada por um Edgar impaciente. – Deixem nos ajudar!

- Saiam daqui, por favor. – alex repetiu mais uma vez e limpou um pouco de sangue que escorria do seu nariz. - SAI DAQUI AGORA MESMO! – Alexandre rugiu fazendo os dois recuarem. – Edga, leve Sam pra casa dos pais dela e saia de casa por algumas horas... VÃO AGORA.

      Eles foram embora mais que de pressa e quando ouvimos o portão principal se fechar, Alexandre foi até a porta da biblioteca e a fechou. Depois foi até a mim e perguntou mais uma vez.

- Já acabou? – eu não disse nada e abaixei a cabeça. Ele me puxou pelos meus cabelos e me ergueu de modo que meus pés ficassem suspensos. – Ótimo. Por que eu estou apenas começando...

      Ele me jogou no chão e eu passei uma banda nele. Começamos a nos socar e chutar como dois animais, até que o  chão cedeu e nós caímos direto na sala, eu em cima dos cacos da mobília que Alexandre havia destruído e Alexandre em cima do que restara da mesinha de centro. Eu estava acabado, minha força física terrivelmente diminuída. O ardor violento sobre o meu corpo me castigava, imobilizando-me... E então o vi. O Alexandre maligno do começo de nossas vidas vampirescas vindo em minha direção, cabelos desgrenhados, roupas rasgadas, presas saltando da boca e em seus olhos tão brancos como a áurea de um fantasma, o mesmo olhar de um ceifador... O olhar da morte.

- Se quiser uma revanche, a teremos aqui e agora. A teremos direito. – ele disse solenemente colocando a mão na marca que deixara no meu pescoço quando me matou e depois olhando para mim. – Mas fique sabendo de uma coisa... Não importa nossa amizade... – ele respirou fundo antes de continuar. – Não importa quantas vezes eu tenha que matar você. VOCÊ NUNCA, JAMAIS, TOCARÁ NELA.

POV HIOSHI OFF
POV LAUREN ON

         Estava terminando de ler o livro sobre os mitos da cidade quando vi que estava incompleto. “Droga”, pensei, “tinha passado a noite acordada lendo aquela coisa, em vão. Afinal, tinha sido uma grande perda de tempo, sei lá, acho que tinha acabado me interessando pelas lendas... Elas me distraíram das idiotices de certo alguém, cujo o qual não queria nem lembrar o nome”. Abri as janelas do meu quarto, estava um dia lindo lá fora e tive a ideia ir ao shopping. Tomei um banho e vesti uma roupa “Não to nem aí”, que era basicamente: uma blusa boyfriend preta, um shots curto jeans e um all star de cano longo preto, e fui até a porta. Quando a abri dei de cara com Sam.

- AI, VOCÊ ESTA BEM? – ela disse parecendo exaltada e me abraçou.

- Eu esto... – eu comecei a dizer confusa, quando fui interrompida pelos soluços de Sandra.  – sam, o que houve? Poe que você esta chorando? – eu disse.

- Ai, Lauren... – ela começou triste. – Aconteceu uma coisa horrível.

        Eu quando ela disse isso meu coração logo se apertou.



                ★Continua★

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