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4 (1). Quando Se Conhecem Ponto De Vista Deles ❄️ (Todoroki)🔥

Todoroki Shoto - "Almoço Gelado, De Outra Perspectiva"

Todoroki olhava para o tampo da mesa, profundamente mergulhado em pensamentos. Nada agradáveis, infelizmente.

Família, carreira, fama, responsabilidade, fardos. A vida de Todoroki Shoto era um grande drama familiar, com uma dose de perigos urbanos a acompanhar. Tudo, no entanto, debaixo dos panos, que pois ninguém precisava saber que nem ele nem os irmãos eram frutos de amor. Ninguém sabia o que ele crescera a assistir, diariamente, garantidamente, como o pão de cada dia.

Status, dinheiro e poder lhe ensinaram uma coisa espelhada no maldito pai. É que tudo isso facilmente toma controle de uma pessoa, mas ao fim do dia não interessa: todos te admiram, ninguém gosta de ti. Queriam ser como o Enji para fazer melhor do que ele.

Sem querer aprendera a frieza do pai, pois isso era necessário para sobreviver ao seu dia-a-dia. Custava-lhe ver as pessoas: seus corações e mentes, suas alegrias e sofrimentos, maldade e altruísmo eram demasiado complexas para alguém cuja vida esbofeteara ambos os lados do rosto desde tão cedo. Pois é: Todoroki Shouto não via as pessoas. Não compreendia.

Por esse específico motivo, não soube o que dizer quando sentaste bem à sua frente. Ele sentiu os teus olhos pousarem nele. Queria saber quem eras e porque te sentaste bem ali com ele. Quis saber o teu nome, mas tinha um estranho aperto no peito. Não sabia o que era e ignorou a estranha sensação. Acreditou, porém, na tua farsa. Acreditou que estavas aí por nenhum motivo em especial, apenas porque não vias melhor lugar para te sentares na cantina cheia. Acreditou, porque a vida não lhe ensinara a ler estas intenções escondidas de alguém que, para começo de conversa, já lhe observava há que tempos. Mas ele não faz por mal. Ele apenas não pode fazer algo se não sabe como.

Mas lá estavas tu, a comer. De repente, falas com ele. E agora?

Às perguntas ele não tinha outra opção senão responder honestamente e como sabia. Mas ficou curioso em relação a uma coisa:

- O que te leva a querer ser heroína?

Ele olha para baixo consoante espera a resposta.

- Eu, am... - começas a falar. Ele ergue os olhos para ti e distrai-se a olhar enquanto não olhavas para ele - Não consigo ver-me em nenhuma outra profissão, gosto da importância do trabalho de heroína.

- Fama? - Não. Não podias ser igual ao seu pai...

- Não! - a resposta foi inesperadamente ríspida e ele perguntou-se se tinha feito um comentário desagradável - Eu quero ser alguém sim, mas não me esqueço de que quero salvar e ajudar os outros.

- An... - a tua resposta foi estranha para ele.

Murmura perguntas sobre o seu nome. Tudo parece normal até que .. .

- Então tu serias o filho... Do Endeavour, certo?

Ele aperta os punhos para não ser ríspido contigo. Ele não te queria ofender, mas queria terminar aquele assunto mesmo que rispidamente. Como raios foste parar justo a aquele assunto?! Não... Todos conheciam o seu pai. Ou achavam que conheciam.

- Uau, tens tanta sorte... - "Sorte?" Todoroki sente o sangue ferver-lhe nas veias - O teu pai, o perfeito professor de heroísmo... - "Perfeito...? Aquele monstro?" - Tens sorte, muita sorte...

Ele olha para ti incrédulo e cheio de raiva. Um turbilhão de pensamentos lhe enevoava a mente: Tinhas mesmo admiração pelo Endeavour? Será que o seu pai chegou tão baixo a ponto de mandar uma menina para falar dele? O que se estava a passar? Como era possível que tivesses tocado exactamente naquele assunto e com aquele tom?