Vicenzo é um jovem Chef que acabou de se formar em gastronomia, tendo trabalhado em restaurantes conhecidos como um Sous Chef, decide voltar para sua cidade nortenha a fim de tomar conta do restaurante do seu pai, o Aroma.
Junto traz promessas de mu...
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"A vida é muito curta para não comer e beber bem."
— Vicenzo! — Jon o chamou tão alto que a maioria dos convidados parou para olhar.
— Deixe-o ir, filha. — Jonas não escondia o desgosto momentâneo que sentia, pois não parava de murmurar que ser cozinheiro sequer era uma profissão respeitável.
— Vicenzo! — Ela gritou um pouco mais alto, obrigando-o a parar e respirar fundo, antes de se virar.
— O que quer? — Valverdi perguntou no tom de voz sem nenhum sotaque. — Sou apenas um cozinheiro! E sou pobre, vivo no bairro da Santa Madalena e...
— Ora, cale-se. — Jon deu um passo em frente com os olhos a faiscar. — Você é o cozinheiro sim. Cozinhou meu mau humor, temperou minha arrogância e empratou minha altivez com maestria. Fez tudo isso com amor porque como me disse esse é o seu maior segredo por isso nunca me explicou sobre o frango. — Ela olhou para o pai que se tinha levantado e dado ordem para a música parar de tocar. — Sabe que nunca o desobedeci, mas não posso deixá-lo ir. Também não posso tirar esse vestido e não pude fazer as comidas que me pediu. Passei muito tempo sendo e fazendo tudo o que acharam certo para mim, e não serei ingrata porque muito do que sou hoje devo a vocês. Mas aquele cozinheiro trocou os aromas da minha vida, transformou um pato no melhor frango que já comi, acertou o ritmo do meu coração e no final colocou o ingrediente especial para dar mais Picante aos meus dias. Ele é o cozinheiro sim, o meu prato quente.
Vicenzo aumentou o tamanho dos olhos mais do que lhe era possível, mas o rosto jovial não escondeu a ruborização que se espalhou nas bochechas. O coração dele batia com força e a cabeça pendeu para o lado.
— Mas ele é muito novo... Que vida poderia te dar? — A mãe murmurou e baixou os olhos só de sentir a tensão que emanava do marido. Todos estavam perplexos pelas palavras doces que tinham saído da boca de Jon.
— Eu não me importo, mãe. — Garantiu. — É um homem batalhador, um pouco louco e grosso quando entende, mas se ele quiser ficar ao meu lado para me ver envelhecer primeiro, eu vou deixar que as pessoas falem o que quiserem. Porque tenho a certeza que serei feliz quando chegar a casa no final do dia.
— Vai sustentar um garoto, Jon? Levá-lo ao infantário? — Lídia não hesitou em espicaçar. Não podia conter um sorriso de agrado por ver o tio lívido.
— Eu vou ser feliz, prima. Não é algo que possa discutir com você porque não sabe o que é confiar no homem que dorme ao seu lado. — Respondeu sem nem pestanejar e encarou os olhos do pai. — Eu sei que deve estar decepcionado, sabe que nunca quis que ficasse triste comigo. Pode não ser o que o senhor esperava, mas eu estava esperando por muito tempo. Por muito tempo fui uma pessoa sem sabor, afinal só estava esperando o meu cozinheiro aparecer. E nós nos conhecemos há pouco tempo, sei que parece cedo, mas só quero viver tudo com alegria. Estão todos pensando no dinheiro, mas será que julgam que sou tão ruim para alguém se apaixonar por mim de verdade?