Elemental - Caminho para a luz

Capítulo 3 - A luz em meio a escuridão

" -Até mesmo na mais pura luz existe resquício das sombras, pois o equilíbrio tem que ser mantido, mas é o ser que escolhe qual caminho ira percorrer"
Boa leitura para vocês!!

Quem eu sou? Não sei direito, tudo o que sei é que sofri um acidente aos 7 anos de idade e fiquei em coma até os 9 anos, quando finalmente acordei não sabia onde estava. Olhei ao redor mas nada naquele lugar me era familiar, me levantei aos poucos me sentando na cama com grande esforço, ia sair da cama quando ouvi os "bips" dos aparelhos ao meu redor e logo retirei os apetrechos do hospital que estavam plugados em mim, fiz um pouco mais de esforço e fui descer da cama para ir embora, só havia um problema nisso tudo, eu havia desaprendido a andar, iria cair de cara no chão mas no último instante coloquei as mãos diante do meu rosto e consegui me proteger, usei dos braços e comecei a me arrastar pelo chão para a saída, poderia ser meio doloroso, mas faria de tudo para sair daquele lugar. Depois de muito esforço havia conseguido sair do quarto e estava a caminho da tão sonhada saída até que fui barrado por um cara vestido de branco.

- Ei garoto o que está fazendo aqui fora? - O cara de branco me perguntou e logo segurou meu braço me impedindo de prosseguir com a fuga.

Tentei responder ao mesmo que eu estava indo embora mas da minha boca saiu apenas uma confusão de grunhidos e sílabas desconexas, droga, pelo visto eu havia desaprendido a falar também, o homem de branco logo ergueu as sobrancelhas ao ver minha tentativa falha de me comunicar mas a compreensão do que havia acontecido logo recaiu sobre ele.

- Pelo visto desaprendeu como se anda e fala certo? - Ele se abaixou diante de mim após ter perguntado e eu apenas acenei positivamente com a cabeça para o mesmo.

- Já sei que você quer ir embora, mas no estado em que está agora não vai sobreviver um dia lá fora, que tal você voltar comigo para aquele quarto, passar por uma reabilitação e depois você estará livre? - Ele me perguntou e estendeu a mão direita para que eu pegasse a mesma no caso de aceitar a proposta, como não havia muitas opções acabei pegando a mão do mesmo.

Passei duas semanas em fisioterapia intensa para recuperação dos movimentos das pernas e mais duas para reaprender a falar, foi basicamente um mês inteiro para eu estar normal novamente. Os médicos não conseguiram achar nenhum parente próximo a mim então me botaram pra adoção, agilizaram os papeis e no outro mês eu já havia sido adotado e os meus novos pais haviam ido me buscar na ala infantil do hospital.

- Oi, tudo bem agora, não precisa ter medo da gente, sou Pablo e ela e a Fernanda, somos sua nova família, como se chama? - Pablo falou comigo com um sorriso amigável em seu rosto.

- Sou o Sydem - Falei enquanto olhava a mulher chamada Fernanda mexer numa caixa que o enfermeiro havia trazido ao meu quarto dizendo conter coisas minhas.

- Amor, essa caixa de coisas todas pertencem a ele? - Ela perguntou ao Pablo com uma cara de espanto visível.

- Sim, o enfermeiro me disse que quando o encontraram ele estava todo machucado e inconsciente mas ainda sim agarrado com tal caixa, achavam que ele havia apanhado por causa de tais pertences e que quase morreu mas que no final ele não a soltou - Ele falou olhando da caixa para a esposa e depois se virando para mim - Ei Sydem, você ainda quer essas coisas?